terça-feira, 6 de setembro de 2016

isso tem a ver com o "trabalho de geografia"

de vez em quando, em algum lugar
eu compro um cartão e prometo te mandar
uma semana um mês ou dois
todo esse tempo depois
eu nem sei mais onde os achar.

os dias vão e vão e eu já pensei
"de hoje em diante eu parei"
e daí eu acho que realmente acabou
mas como tudo nessa minha vida
eu nunca acabo nada,
é uma mania muito querida.

tem um ou outro livro começado,
um trecho escrito esperando ser findo,
uma xícara com um quarto de café gelado
e muito remorso
que é o que foge.

mais uns dias, e até eles são inacabados
mais um mês, e nada muito notável,
nada nunca acabado
nessa vida inacabada
tudo ainda em construção.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

cinnamon (cullen omori)

          em algum lugar, a consciência do trabalho a ser feito. em outro, a preocupação de que eu estava sendo um péssimo amigo. um grande blá blá blá pessoal sobre não se encaixar, e eu sabendo como isso funciona, não podendo dar muito mais que sorrisos. uma história toda sobre algo que não importa para ser escrita, estudada e apresentada, e eu não podendo fazer mais do que me sentir preocupado.
          encaro o teclado. minutos. uma música muito ruim tocando atrás, porém, se eu fizesse um filme e tivesse que colocar uma música numa cena como essa, essa seria a música.
          as pessoas são problemas grandes pra mim. conheço muitas, faço o possível para parecer bem, mas realmente me sustentar por muito é impossível. as pessoas e seus problemas são problemas ainda maiores. pra mim, a melhor forma de encarar um problema é esquecê-lo, colocá-lo no fundo da consciência e só pensar nisso quando... for estritamente necessário.
          mas é isso, problemas dos outros, uns problemas meus, e os dias vão seguindo e eu me perdendo.

          horas mais tarde, e mais gente com problemas e eu com mais preguiça e mais colocando o que eu tenho que fazer pro fim da lista de prioridades e cada vez as coisas mais apertadas, e o café cada vez mais frio e é isso, é assim que as coisas vão, e assim até o fim da minha estadia em consciência nesse dia, e as pessoas, elas são gentis, ah sim, e eu não sei. ao mesmo tempo que as mesmas pessoas são horríveis, elas confiam, e confiam em mim?!
          e eu tenho um milhão de coisas pra fazer mas.. eu vou dormir, e eu durmo e deixo tudo de lado mais uma vez, e assim vai até amanhã, e foi.

          acordar e ter que saber disso é horrível. mais tarefas, mais pessoas, mais problemas meus e mais problemas dos outros, e mais pessoas boas e ruins e boas e ruins ao mesmo tempo, e mais músicas ruins. e eu não sei de mais nada.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Teve aquele tempo que tudo o que eu queria era o peso das pessoas e que as pessoas ouvissem o meu peso. E agora é o tempo de gastar o tempo, e de se livrar de qualquer peso. Grandioso tempo de não pensar, de não fazer, de não ligar. Teve um tempo pra se isolar e confinar e confiar e deixar e esconder e não falar. Teve um tempo de escrever e de escutar. E teve tempo de glória. E tempo de baixa. Já teve tempo de tudo, mas a vida continua. Sempre.

E nesse tempo todo sempre houve tempo pra ponto. E de repente há tanto tempo, e tanto espaço e tanto tanto que a gente se perde. E como eu voltaria pra trás nisso, e naquela época de impressionar e falar e falar, mesmo não falando, e estar.

E mesmo que tempo seja tanta coisa diferente, uma coisa que é certa é que esse tempo já passou.

sábado, 6 de agosto de 2016

pessoas requerem cuidado (infelizmente)

eu sou péssima com pessoas.

não, começa de novo.
eu sou péssima com o sentimento das pessoas. poderia culpar meu signo (aquário sem coração). mas só posso culpar as pessoas por não verem as cosias como eu vejo. e olha, infelizmente, não há solução, não mesmo.

tento, muito, muito mesmo, prometo, ser uma pessoa gentil e tentar lidar com os problemas e sentimentos das pessoas com mais que afirmações da cabeça e sugestão de pensamento positivo, mas sério, não sei o que fazer. quando o estoque de acenos positivos (ou negativos...) e os pensa positivo acabam, resta espaço. afastamento.

as pessoas precisam ser cuidadas. isso é péssimo. eu não sei cuidar dos outros. não sei não dar de ombros.não sei externalizar isso. não sei parecer não estar dando de ombros (mesmo que eu realmente não esteja).

já não sei mais o que eu estava escrevendo

sábado, 25 de junho de 2016

segunda-feira, 23 de maio de 2016

pressinto
perfeitamente
pressão

pressiona
pessoas
planeta
pensamento

pressa
pra
perfazer

pressiona
por
prazer

pressão
problema

pessoa

fantasma

essa vida fantasmagórica
que é tanta repressão que faz sumir
até não restar nada de mim

apenas um corpo
eu só queria que algo no mundo fosse meu
um lugar
alguém
um objeto
um feito

e que ninguém se apropriasse disso

eu só queria que algo fosse meu
e isso não é pedir muito

terça-feira, 3 de maio de 2016

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

 e  a g o r a ?

não quero fazer nada útil agora

Tô num desespero enorme de saber que amanhã tenho que voltar pra escola e ter cinco aulas de matemática. Ter que realmente pensar e ser simpática com as pessoas. Aí, quinta eu vou precisar suportar umas aulas de filosofia, que no fim não vão mudar nada na minha vida, e mais umas aulas de matemática. E claro, ser mais um pouco simpática, ouvir histórias emocionantes de férias, concordar com opiniões totalmente diferentes das minhas só pra não ter que gastar mais energia mostrando meu lado, escutar reclamação do tempo.

Eu não estou preparada para voltar ao normal, para fazer algo útil. Só quero, mesmo, ficar aqui ligando pontinhos coloridos e tentando formar quadrados com eles, lendo qualquer coisa, bebendo meu café a hora que der vontade, ficando em silêncio. Dormindo, pensando.

Costumo adorar a escola pela ordem dela. O tédio levemente desafiado pelas tarefas e um lugar onde eu pareço bem colocada e que eu sei o que está acontecendo. O único lugar no mundo onde as pessoas param e me escutam como se eu realmente soubesse um pouco mais que eles. E que minha opinião importa.
Mas não estou afim. Não agora.
Só eu sei o quanto eu estou perdida por lá, e que não sei nada e que o que as pessoas acham que eu sou é uma grande mentira.

Eu tô afim mesmo é de um pouco de desordem e agora?
15 anos e já cansada demais dessa coisa toda de ser (acho que

porque já





                                                       fui muito
o
                                                                                        que

não era,


                                                                                                            o que os outros achavam que eu

                                 era)

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

eu acho que de vez em quando eu consigo colocar em palavras algo que eu tô sentindo, mas é quase nunca, então, que seja (isso não muda o fato de sentir ou não)

Quanto tempo, dançando, chovendo, cantando. Gerúndio de esperanças, que vão, vem, num sentimento de vazio, um vazio que é insistente, e torna tudo tão perdido, mas tudo tão especial. E a gente se sente tão pequeno ou tão grande, num mundo de tamanho considerável. Sozinho, por nós mesmos, porque ninguém nunca escuta o que temos pra dizer. Sem esperança de amanhã. Contando apenas com o que vier em seguida.

Se jogando em pequenos abismos inexistentes, persistentes em nossa consciência, e que insistem em dizer que tá tudo uma gran
                                          d
                                            e
                                   
                                                merda








mas vai melhorar, eu prometo.
AAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAeuAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA sóAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA queAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAro ficAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAar deAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA boAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAa serAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAá que AAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAé tãAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAo difíAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAcil aAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA humaAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAnidaAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAde nãAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAo impliAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAcar comAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA qualAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAquer simAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAAples atoAAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA?

AAAAAAAHHHHHHHHHHHHAAAAAAAAAAAAAA
       ffffff
    fff
ffff
     fff
        ffffff
      fffffff
   ff          ff
 ff              ff
ff                ff

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Cansada de pessoas

Sempre tem aquele ponto das férias que é tudo um saco e tá todo mundo de saco cheio e tudo o que eu quero é gritar é me trancar no meu quarto. Mas ambas as coisas são impossíveis porque "meu Deus! Cê só pode estar louca, ficar gritando assim, o que os vizinhos vão pensar?"; "sai desse quarto, parece doente".

A questão é que eu não quero mais. De verdade. Eu não aguento mais essa vida.
Eu ouço tanto ordinary life achando que talvez me ajude mas não, ninguém me ajuda, só secar vai louça que a pia fica cheia de formiga.

Eu tento não parecer mais rabugenta que o comum, e tento não ficar irritada, mas em casa, em nada eu presto, não sei de nada.

Sempre acho que nunca vou (re)dizer isso, mas: escola, volte, por favor!
Porque pelo menos, dentro dessa rotina, há espaço pra sair dela.