29/09/2025

escrever sobre leituras e as leituras de setembro/25

todo mês penso qual seria o melhor formato para escrever esse texto. lista? de forma corrida, igual da última vez? fazer um resumo do livro com algumas opiniões? só escrever opiniões que sejam quanto a qualidade do livro e da escrita? fazer associações diversas da minha cabeça? não sei, sempre vamos descobrir só na hora de escrever, de fato. 

esse mês eu tinha pensado em fazer apenas com as anotações que eu faço durante a leitura, mas logo descartei, porque pode acontecer de, inclusive, não ter anotações. quando estou lendo perto do computador, eu já abro um rascunho do que vai vir a se tornar esse post e anoto, de forma bem superficial uma coisinha ou outra (inclusive queria deixar um exemplo, mas eu apaguei e não consegui dar ctrl zs o suficiente para mostrar o do primeiro livro. vou tentar lembrar de deixar o rascunho de uma leitura aqui). também acontece que, se é um livro físico, as vezes eu anoto no livro algumas coisas. e aí essa anotação se perdeu até a possível existência de uma segunda leitura desse exemplar, que pode nunca acontecer por ninguém. e tem também o não anotar. se estou lendo e não tenho onde anotar algo, ou, apesar de ser algum ponto que eu gostaria de falar, na hora eu não ter algo minimamente formulado, então não tem anotação. às vezes demora um tempo formulando o pensamento, de porquê ele seria importante. também tem o só seguir o fluxo da leitura e realmente não parar para anotar qualquer coisa, e só ter uma nota mental de pensar sobre isso depois, que não é um método muito confiável de anotação.

outra coisa é que acho que apresentar frases mal construídas, palavras soltas e etc etc etc vai contra o objetivo inicial de isso tudo, que é, exatamente, desenvolver os pensamentos, pensar um pouco mais sobre o que foi lido e certos sentimentos que me vejo experimentando durante a leitura. isso seria voltar ao que eu não estava confortável antes, de consumir de forma pouco racional coisas e depois nunca mais olhar para elas. e esse tipo de comentário tem seu espaço: fica para o twitter.

talvez exista uma versão híbrida em algum momento, com as anotações iniciais seguidas do desenvolvimento delas. ou o descarte. isso também acontece bastante, de depois não fazer mais sentido.  mas não dessa vez, já comecei errado, quem sabe para outubro.

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uma grande história de amor, susanna tamaro

essa leitura foi curtinha e rápida, mas meio foda-se pra mim. em alguns momentos achei a que escrita parece meio juvenil, uma coisa meio histórias que lia na internet. as ações do livros são todas muito pouco dignas de notas, é só a vida indo. talvez a minha indiferença seja porque o livro fala principalmente sobre luto, e eu, felizmente, não tenho muita experiência com esse tema. também achei que para ser uma grande história de amor ela é muito unilateral, os demais participantes dela não são muito presentes, são meios incógnitos.

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a bíblia do tarô, sarah barlett

queria ler alguma coisa um pouco mais, será que podemos chamar de técnica?, sobre tarô, para estudar de forma mais aprofundada, principalmente sobre tiragens e simbologia, algo além das próprias cartas, como numerologia e outras associações simbólicas, já que eu tenho contato com tarô há dez anos, mas nunca desenvolvi muito os estudos. eu comecei estudando com um aplicativo, o labyrinthos, onde eles dão as cartas e palavras chaves, mas achei que tinham alguns problemas nesse método: a tradução ruim, de uma forma as vezes muito literal (e por um tempo, sem tradução), as cartas são personalizadas do aplicativo, não as cartas mais tradicionais, o que depois eu percebi ser muito importante para quem está querendo começar a aprender, e a metodologia palavras chaves e pequena descrição não ajuda a desenvolver uma leitura completa, e sim olhar as cartas de forma isolada. pelo menos foi o meu caso. em anos tirando assim, eu não consegui desenvolver um pensamento de contar uma narrativa mesmo. claro que é uma excelente ferramenta para quem está começando, mas eu diria para associar ao estudo com imagens tradicionais também e outras formas de estud odas cartas individuais. 

ganhei meu primeiro deck no final de 2023, e aí eu comecei a tirar mais mesmo. com as cartas em mãos a história é outra. porém, ainda segui muito a coisa de tirar as cartas e ir atrás dos significados, palavras-chaves e etc. até comecei  a consumir mais conteúdo de tarô, vídeos e etc para interpretação, e acho que consegui desenvolver um pouco mais essa questão da narrativa. mas eu não me sinto segura em tirar para os outros. para mim eu sempre faço o que seria uma tiragem linear, e eu consigo olhar as cartas e fazer a associação, mesmo que nem sempre colocando em palavras a ligação delas. a narrativa está ali, mas a objetividade para contá-la não. 

eu li o livro por completo, mas a verdade é que é a leitura de um manual não é apenas uma leitura linear que se acaba na primeira passada de olhos. então tenho pegado ele aos poucos, a cada tiragem semanal, para olhar. é mais interessante que procurar na internet, o que eu sigo fazendo por não me sentir segura com a interpretação das cartas, evita perder o foco do momento.

sobre a leitura de cartas, eu achei fraco. acho que usa associações muito simplórias, e sem aprofundar na presença da imagem. é realmente para pessoas que estão iniciando as leituras, e, como já disse, eu não comecei exatamente ontem. algumas cartas eu tenho interpretações um pouco diferentes, ou talvez já adquiri na minha experiência camadas mais profundas sobre ela, com sentimentos pessoais. isso de fato é falado bastante nele, como o tarô é um espelho da sua consciência/subconsiência, e eu concordo. mas aconteceu de eu achar que cartas estavam com o significado invertido. são cartas em sequência com desenhos similares, mas que, para mim, a minha leitura faz mais sentido. também, em vários momentos no livro é falado sobre olhar para as cartas, principalmente se você tem um baralho ilustrado, e tirar dali algo. os exercícios de cada naipe, com as cartas da realeza são assim. mas pouco é falado sobre o que de fato está ali. eu também não gostei da baralho escolhido para ilustrar o livro, talvez uma questão pessoal, mas ter usado o waite seria muito superior.

quanto a essa questão das cartas que eu não gostei, algo muito simples pode ser feito. e aqui, para mim, é uma das maiores qualidades desse livro. ele possuí muitos espaços em branco ao redor, que é excelente para fazer anotações. então eu vejo que, para quem está começando ele pode ser usado também como um caderno de estudos, digamos. por exemplo, eu não uso aquele deck, mas tem espaço ao redor. coloco ali, então, fotos do deck que uso. não acho que aquela descrição da carta seja completa? tem espaço ao lado para eu fazer novas anotações. a diagramação do livro é muito boa para isso.

eu fiz adesivos com o baralho que uso e estou colando no livro. também tem espaços em cima e embaixo que permitem fazer anotações de forma bem  confortável e organizada. aliás, esses adesivos foram os que eu já tinha organizado e editado certinho quando fui fazer o mini tarô. nada nesse mundo é feito à toa.

quanto as sugestões de tiragens, achei que são realmente bem legais, mesmo que não seja aprofundado. ter uma ideia de como podem ser feitas para, também, você criar as suas próprias. os exemplos de tiragens achei bem ruinzinhos, mas ajudam a entender o que pode ser tirado da pergunta/posicionamento da carta.

mais uma questão é que acho que algumas palavras estão meio fora de um sentindo realmente bon, mas acredito que seja uma questão de tradução, que as vezes me causa um pouco esse estranhamento.

todo mundo fala que é um livro iniciante. realmente, é bem iniciante. eu não posso reclamar de ter achado tão básico, eu sabia disso. mas queria começar com algo que é tido como básico mesmo, para não chegar num novo universo com termos e linguagens próprios que eu não consigo decifrar. recomendo para quem quiser começar a ler, e quer um guia de início que fale um pouquinho sobre tudo. é um livro bonito, bem ilustrado, com uma diagramação simples e leve, com muitos espaços em branco para anotações e o preço dele é bem legal para ser um primeiro livro. 

é execelente um livro para quem está começando os estudos. um livro desses e um deck físico de início já vão fazer o processo de aprendizado e confiança serem muito mairoes e mais rápidos (não que aplicativo seja ruim. foi o que eu tinha na época e foi bom também, mas só não chat gpt, por favor. não sejam ridículos.).

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chef, gautier battistella

estava querendo ler alguma coisa um pouco fora do que estou lendo normalmente e passeando pela livraria do telegram, passando o olho rapidamente na capa e na sinopse de vários livros, esse me pareceu interessante. um livro curtinho, menos de trezentas páginas, achei que ia ser rapidinho de ler. mas a realidade é que não engatei muito a leitura não. demorei coisa de uma semana para ler ele, o que tem sido meu normal normalmente, mas eu estava num ótimo ritmo de leitura, então acho que o problema foi ele.

ainda não terminei de ler enquanto começo escrever isso, porque não queria perder esse momento de confusão de qual é exatamente o objetivo do livro. para um livro que eu peguei para ler sem saber o que se tratava talvez essa reclamação não seja muito pertinente, mas acho que em 72% da leitura eu poderia já ter descoberto. eu também poderia pegar ele agora e terminar, mas não tô com tanta vontade assim.

o livro conta a história de um chef de cozinha estrelado, e ele se suícida no começo do livro, enquanto estava gravando um documentário, em um momento que parece ser de glória profissional. os capítulos alternam entre ele contando a história de sua vida e profissão e o que acontece com o restaurante e as pessoas envolvidas ali no pós morte. 

uma coisa que pode ser que tenha acontecido é que fala muita coisa sobre gastronomia francesa, que vou ser sincera, não sou completamente leiga, mas não sou também grande conhecedora. sei algumas coisas devido meus anos de programas de comida do gnt e masterchef, mas já faz um tempo que nem isso tenho tido contato. às vezes fica meio chato exatamente por isso, que comidas são essas, não sei nem a pronúncia! não é relevante para o livro, mas dá uma quebrada no ritmo de leitura.

a última hora de leitura engatou bem, aí eu consegui sentar e terminar ele rapidinho. o livro é legal, mas não foi para mim nesse momento. acontece.

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estou culpando o livro sendo que agora no dia 29 nem as revistas do mês terminei de ler. e eu assino revista de arquitetura, que nem tem muito o que ler. é isso. nem sempre tô afim, por isso que fazem uns dez anos que desisti de leitura como um hobby sistematizado, com metas, temas ou qualquer coisa do tipo. 

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