terça-feira, 18 de março de 2025

eu tinha um ponto sobre um livro mas não evoluí ele

estou lendo a idiota, que estava há muito na lista de leituras que vejo o tempo todo alguém no tiktok recomendar e, enfim, fui ler.

por hora, o livro é ótimo. eu amo livros que não acontecem nada. e eu amo como ela é uma adolescente de 18 anos pretensiosa daquele jeito que acha tudo de si tão importante, cheia de desprezo pelos outros, enquanto assume que é extremamente alheia a tudo. eu era exatamente assim.

e agora, acabo por passar por uma passagem que ela saí com o ivan, um cara que ela tinha feito uma matéria, e eles vinham trocando emails, diversos. e ele fala nesses emails que, de certa forma não levava essa proximidade que eles tinham no escrito para a vida real porque meio que o que eles falavam por email não era a comunicação do cotidiano, do básico. então eles saem para tomar um café, dar uma volta. e o tempo todo eu sinto ela odiando o encontro porque ele fala. e fala muito. e fala sobre ele, enquanto ela não consegue muito bem se colocar. e acho que ela percebe um pouco isso, que, de fato, ali, na presença, na vivência, talvez não sejam tão interessantes assim.

não sei se foi o que realmente aconteceu, ela foi embora pra algum outro evento que tinha dito que estaria e eu me senti um pouco aflita e parei para comer um sanduíche de frango que estava imaginando desde o almoço, com saladinha de repolho, cenoura e rabanete e maionese.

o que me deixou aflita é que eu acho que vivo constantemente nas relações entre ser a pessoa quieta vendo a outra pessoa ser, e isso ser o bom, eu não estar presente ou eu ser a pessoa que torna a existência de algo, enquanto realidade da vivência, realmente algo. ou estou vendo as coisas acontecerem pensando coisas demais, ou estou falando, tapando os buracos, enquanto a relação quando não materializada, enquanto uma conversa de whatsapp fluí muito bem.

e assim eu vou ficando um pouco com preguiça das pessoas, mesmo que eu goste muito delas. a perspectiva de ter que ficar falando initerruptamente porque se não a situação fica meio estranha, mesmo que eu meio que conheça a pessoa, e a pessoa me conheça. eu tenho preguiça. a situação de eu não conseguir falar eu consigo facilmente sair, eu só vou embora o mais rápido possível, mas a de só eu ter que falar... porque nem todo mundo vê isso como um problema, ou como algo a ser livrado, eu acho.

depois, na ausência de ivan, ela sente falta dele. mas qual ele? o que ela acabou de vivenciar, que falou e falou, e em algumas dessas falas se projetaram nela de uma forma negativa, ou o ivan da escrita, distante? e eu odeio que isso ocorra. porque é isso. a ideia da pessoa ou ela em seu distanciamento é uma presença tão agradável, mas as vezes a presença dela na realidade não. e fica a pergunta: é uma questão de tempo até que essas duas pessoas, ou versões, se alinhem, ou nunca acontecerá, exatamente porque são duas coisas diferentes?

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segui com a leitura e no fim ela não fala nada sobre isso, e eles continuam saindo. não sem outras pequenas tensões, mas, no fim eu só estava projetando uma situação minha?

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eu fiquei com preguiça de continuar o texto, certeza que eu tinha muitos outros pontos para serem colocados, mas ultimamente tem sido assim, desde que eu resolvi voltar a tentar escrever do jeito que eu consigo escrever e não num caderno, eu começo, fico com preguiça, penso em voltar depois, mas nunca mais volto. mas agora, depois de dias, quando estou finalmente terminando o livro só para dizer que, de fato, é um excelente livro. eu consigo me imaginar passando por todas as situações péssimas dela, que não tem nada de muito péssimo de verdade, toda a relação dela com o ivan, e tudo com dezessete/dezoito anos. eu meio que amei. e agora eu vou ler os últimos quinze minutos de livro.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

leituras fevereiro/2025

em fevereiro tivemos só livros curtinhos ou rápidos. igual o mês. sei que a partir de agora não vou ler mais nenhum até depois do carnaval então, vamos lá:

o mágico de oz, de L. Frank Braun

é um livro infantil né? eu já li ele quando era criança, e lembrava de uma cena só, perto do começo. o que me faz pensar que talvez eu tenha lido só o começo. enfim, é rápido e fácil de ler. acho meio questionável como num momento é meu deus matei um besouro e depois é foda-se vamos matar quarenta tigres, as abelha tudo, um gato aleatório só porque ele ia matar um rato (o que justifica uma vida de uma criatura que não conhece pela outra?), mas ai acho que estou olhando demais as coisas pela moral mais de 100 anos depois?

enfim, eu não sou de todo uma grande entusiasta de livros infantis que tentam sair da bolha do infantil. mas o que me fez querer ler esse foi a edição lindíssima da antofágica. de fato, lindíssima. foi uma experiência legal e gostosa.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

fazer coisas bonitas

minha coisa preferida no mundo é fazer algo bonito. e gosto de viver de tudo o que é estético e prazeroso. e isso parece meio óbvio, porque, acredito eu, todo mundo gosta disso. mas eu sinto que esse é o único propósito da minha vida: consumir coisas bonitas, ler, ver filmes, ver arte, comer coisas gostosas, fazer coisas bonitas, como artesanato ou escrever, produzir, de certa forma, qualquer coisa e viver coisas bonitas, as noites, as festas, as caminhadas na cidade.

me afastar disso é me afastar de mim mesma. e ano passado eu me perdi muito.

terminar meu tcc, que, acredito eu, foi a última coisa bonita que produzi, não foi um processo muito tranquilo. o trabalho em si foi. foi gostoso de fazer as fotos, as entrevistas, escolher os trechos, pensar um fio que ligasse tudo. eu acho que é um trabalho muito falho, que hoje eu iria fazer de uma forma muito melhor, mas que, naquele momento, eu amei fazer. mas a ambientação em que eu estava fazendo ele, não. o fim da graduação, a incerteza se eu ia continuar tendo algum trabalho, a responsabilidade de ter um trabalho, os ciclos de amizades que se encerraram – não as amizades, mas o fio do cotidiano, dos objetivos comuns, de esperar pelas mesmas coisas e a ligação com o mesmo território –, os espaços que não faria mais sentido eu estar... emocionalmente eu fiquei bastante abalada nessa reta final de graduação. e após terminar eu queria um descanso, meio de tudo. fiquei alguns meses na deriva, indo para o trabalho, tentando fazer algo das minhas tardes. até que deu disso. e aí foi um tempo de me organizar, de criar outros planos, de traçar um outro futuro. e eu acho que consegui. tenho um trabalho na área, apesar de obviamente não ser a minha pretensão salarial para os próximos anos, nem para exatamente para os próximos meses, mas que me permite pagar uma pós graduação, que comecei em outubro do ano passado, que é mais um dos meios para os fins de continuar estudando, pagar a academia, que é muito importante tanto para a minha relação com meu corpo, que não é nem muito estável e nem muito boa, quanto pra minha cabeça, e viver as coisas que quero – obviamente, morando com minha mãe essa coisa toda. mas organizar isso levou uma parte de mim importante, que são as coisas bonitas.

eu sou apaixonada por arquitetura. eu sempre amei. eu sempre olhei projetos, sempre gostei de visitar lugares, e essa coisa toda. eu sou apaixonada por arte, por literatura, por música. eu sempre amei moda. mas nesse tempo de me organizar para voltar a ter um objetivo de novo eu meio que esqueci de tudo isso. tanto no consumo de coisas, quanto no criar. o fato de eu gastar, sim, muito tempo em redes sociais, principalmente tiktok, gera a falsa sensação de que eu estou sim vendo muitas coisas, e muitas coisas legais! e inclusive, às vezes, o sentimento de que já vi tudo e não tem nada mais muito legal para eu ver. o que é, obviamente, mentira. é claro que, sim, eu vejo muita coisa legal, muita referência, o trabalho de muita gente, indicações incríveis de filmes e livros, mas não é o suficiente. e não é por vários motivos. porque eu tiro um print pra ver mais sobre depois, e nunca volto pra ele. porque em algum momento todo mundo está vendo fazendo lendo a mesma coisa, então é só isso que aparece. e nem sempre é uma indicação realmente boa. e também porque o algoritmo, né. tem certas coisas que você precisa estar em outros lugares para de fato acessar. então buscar essas coisas fora dum lugar que, de certa forma, é projetado para que ou você só receba mais do que você já consome ou algo que muitas pessoas tenham consumido.

outra coisa que parei para pensar sobre isso, é que o fato de ver tantas pessoas fazendo tantas coisas meio que parece que eu mesma estou fazendo. então enquanto olho milhões de vídeos de pessoas fazendo algo, eu meio que sinto que eu já fiz, mas não do jeito bom, mas de um jeito que a ideia me cansa rápido. aí eu não faço, perco a vontade. só de ficar vendo me enche. mas não com a experiência, com o tátil, mas com a possibilidade. tudo é possibilidade. eu poderia tudo. e no fim, não faço nada.

nesse tempo, principalmente no pós pandemia, uma coisa que fez, e faz, muito sentido pra mim nesse sentido era ir pra festas, sair, essas coisas. muito se critica querer ir pra festa todo fim de semana, gastar com isso, e etc etc etc. mas sinceramente? é um momento de expressão tão importante. obviamente pra quem gosta. e eu gosto. escolher como vai se vestir, gastar esse tempo pensando nisso. o modo de se vestir que inclusive não precisa se adequar à muitas coisas. dançar. conversar. conversar os maiores absurdos. mentir um pouquinho. não só é divertido demais, como, e podem dizer que não, há esse espaço de criação. há esse espaço de usar todas as coisas bonitas já feitas e pensadas antes, de um jeito autêntico que nem precisa ser verdadeiro. o espaço de celebração é um espaço de criação também, e isso foi uma coisa muito importante, que me moveu e move.

um tanto de eu ter chego num ponto tão baixo que eu acho que preciso fazer mais coisas por mim e procurar outros locais de referências é também fato de eu não ter essa troca com pessoas com maior frequência. no caso, o momento que estou fora se tornou o único momento de socialização para, de fato, falar alguma coisa de meu interesse. fora isso, toda a minha socialização com pessoas são definidas em família, que querendo ou não tem uma imagem sua e não estão tão afim assim de ouvir sobre suas ideias, ou trabalho, que, no meu caso, não tem muita gente, então não tem muito o que falar. também dos ambientes que eu vivo. o escritório que eu trabalho e minha academia ficam no mesmo bairro que eu moro, e na mesma direção. eu ando pelos mesmos lugares, vejo os mesmos movimentos do cotidiano todos os dias. assim, eu passo minha semana para a existência do fim de semana, para, talvez, sair. e isso tem me deprimido meio que muito.

meio que considerando que organizei tudo na minha cabeça nos últimos meses, e que agora estou com uma rotina de trabalho-estudo-exercício físico-boa alimentação-etc bem organizada, eu, e o tarô concordou comigo, precisava procurar outras coisas que tanto agregassem nesse "plano de ação", quanto me preenchessem quanto pessoa. essa organização foi muito importante para tirar o sentimento de estar num limbo, de ser um fracasso enorme, mesmo que ainda me sinta um fracasso. eu tenho um objetivo. eu tenho plano. e eu estou executando isso tudo, de formas simples, não é nada drástico, nada é um grande momento de revelação, ou qualquer coisa assim. são pequenas coisas no meu dia a dia.

uma delas é que eu resolvi assinar revistas. enfim. esses dias eu estava pensando como eu só comecei a escrever por causa de uma revistinha infantil que vinha junto com a revista família cristã, que meus pais assinavam para mim e para minha irmã. um mês teve uma matéria sobre um menino que tinha um blog. e a gente amou a ideia. e aí meio que tudo o que eu desenvolvi enquanto criança e adolescente foi por causa dessa história de blog. os gostos que eu desenvolvi definitivamente foram por causa do mundo que eu vivenciei online nessa época. posso estar errada, porque eu era uma criança/adolescente muito online. jogava quase todos os joguinhos de mundo virtual. também meu incentivo a certas coisas, como leitura, não veio da minha vida online. mas definitivamente as escolhas quanto a certas coisas, eu acho que sim. e acho que é um pouco isso que eu tô procurando, achar alguma coisa por acaso que faça eu me apaixonar por algo. fora do meu controle. acho que um pouco sobre tudo essa afirmação é verdade, mas aqui falo principalmente de redescobrir a área que resolvi estudar e trabalhar, que eu de fato amo. mas desde que me formei eu nunca mais olhei um projeto, pesquisei alguma coisa interessante sobre. tudo é voltado ou para o que preciso no trabalho – e não são projetos muito interessantes, eu faço, basicamente, planta e desenho técnico do projeto já pronto, então não tem TANTAS escolhas legais em minhas mãos –, ou pra fazer alguma prova, tipo concurso. ler norma técnica é muito importante e interessante mas não é bem isso que desperta qualquer paixão.

outra coisa que sempre foi uma paixão para mim, uma grande jogadora de stardoll, é moda. mas nos últimos tempos, além de ter me perdido um pouco no que eu gosto, até porque meu corpo passou por instabilidades nos últimos tempos que eu só consegui de certa forma estabilizar agora, e também uma mudança de fase na minha vida, eu também parei de simplesmente me importar muito. mas não gostaria. eu sempre quis aprender a costurar. e eu posso ter uma máquina de costura também. a qualquer momento. ainda não consigo pensar onde guardar ela. onde usar ela. a coisa é que costurar faz bagunça. faz sugeira. exige lugar pra guardar as coisas, pra trabalhar, pra deixar os projetos em andamento. um pouco de investimento pra coisas que vão dar completamente errado enquanto aprendo... mas eu tenho ideias. muitas ideias.

o problema é que quase tudo exige espaço. eu não tenho espaço.

enfim, eu tinha muitas coisas para escrever, mas ao longo dos dias meio que fui covnersando demais comigo mesma. e aí eu meio que perdi todas as coisas que eu queria escrever. mas eu não estou exatamente feliz. mas eu estou tentando ficar muito feliz. e é isso.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

tentando ler as coisas

tem uns anos que eu comecei a me interessar por tarô. comecei tirando por um aplicativo, e de certa forma sempre funcionou, o que me fez aquerer um baralho e, enfim, no fim do ano passado eu ganhei um de presente, e simplesmente uma das melhores coisas que eu possuo. eu gosto de tirar mais para mim mesma, não sou muito fã de tirar para os outros. é estranho que eu sei mais ou menos o que a carta quer representar e dentro de um conjunto na tiragem que consigo entender mais ou menos o que tá tentando ser dito, mas eu não  consigo sempre colocar em palavras que não seja uma coisa muito genérica.

mas também ainda não sei tirar mesmo, mesmo. todas as vezes que tiro cartas eu pesquiso sobre elas para ter certeza, para ver outras opiniões, para não deixar alguma coisa que poderia ser interessante para trás. hoje, depois de um tempo já lendo, e como algumas cartas geralmente ficam saindo com frequência em certos períodos da vida, já tenho alguns significados mais enraizados. mas ainda quero muito estudar mais sobre. um desses passos acho que é exatamente escrever sobre.

comecei anotar num diário as tiragens para voltar no fim do mês ver se realmente tinha sido o que foi tirado. mas anotava poucas palavras chaves, que podiam abranger muito. então vou tentar escrever um eu acho e um foi isso que foi.

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nesse mês, a tiragem foi o louco, o mago e os amantes. num princípio eu achei que, nesse contexto de novo ano, seria uma tiragem exatamente de renovação. aventuras. coisas novas acontecendo com paixão! onde todas as coisas estão prontas para acontecer!!!!

acontece que, eu acho, a ideia era mais mostrar que talvez eu estivesse entusiasmada demais para um começo, mas exatamente dessa forma inocente, de quem espera tudo. foi um mês que eu estive focada e disposta a fazer as coisas que eu acredito que serão os resultados do lugar que quero chegar. estudando, focando na academia, tentando a vida social, etc. e acho que é mais sobre isso que era pra ser. escolher os caminhos nessa nova jornada (novo ano, nova idade, enfim) para num futuro próximo eu ter os resultados das coisas que tenho manifestado e trabalhado por.

também o mago, quando pedi uma carta de orientação, foi a que saiu. o que achei bem pertinente porque eu realmente estou precisando acho manifestar mais e ser mais ativa nos meus desejos. eu sei o que quero, mas talvez não de forma objetiva. e isso é uma coisa que acho que preciso.

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hoje, dia 31 de janeiro, como vou passar o fim de semana fora, em um lugar que haverão outras pessoas, o que, querendo ou não vai significar ter que tirar para outras pessoas, vou tirar agora para o mês de fevereiro. vamos lá ver o que ela aguarda.

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cartas de fevereiro

valete de paus: energia empolgante, juvenil, criativa, coisas novas legais que podem acontecer! e talvez meio imprevisíveis. essa energia pode partir de mim, mas também de forma externa, alguém trazendo essa energia. mas por um lado essa empolgação toda pode ser um pouco imprudente e agir de forma precipitada

cavaleiro de ouros: perseverança e foco nos meus objetivos. estabilidade. progresso. algo estável vindo no futuro? focar no que eu tenho feito de bom para alcançar algo que quero? mas por outro lado, pode ser que esteja fazendo as coisas de uma forma muito rígida ou conservadora que pode ser repensada.

seis de paus: conquistas? sucesso? reconhecimento?

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colocando no meu contexto

eu realmente não consigo pensar muito num contexto que tantas coisas boas juntas sejam uma verdade para mim. é claro que coisas novas podem acontecer ainda, nesse tempo alguma coisa que vá ser o início para alguma coisa que me empolga e se eu estiver focada nisso elas podem de fato acontecer. acho que a coisa é estar aberta as possibilidades da vida e aceitar elas com energia, mas saber que só empolgação não é o suficiente para que de fato aconteçam, e sim trabalhar isso de forma persistente.

eu não tô muito confiante que algo realmente vá acontecer, mas as vezes é também isso: me abrir para a empolgação de algo diferente que eu não consigo visualizar ainda.

os últimos dias foram meio sem energia e para baixo – ok que juntou uma tristeza de aniversário com menstruação, então.... –, janeiro que eu estava um pouco animada, como da pra ver com a leitura que eu fiz e o que acabou sendo, e achando que as coisas poderiam acontecer, não aconteceram. enfim. não levar isso pra frente.

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uma carta para vida amorosa: valete de espadas

comunicação. querer lidar com as coisas de uma forma mais racional. talvez meio impaciente.

hm ressoa em dois sentidos. talvez eu devesse em uma situação deixar as coisas mais claras, em outra, tem um problema de comunicação que aconteceu há um tempo e ainda me assombra. será que teremos a possibilidade de resolver isso?

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é um exercício gostoso de tentar colocar as coisas em palavras, tanto a energia do tarô quanto dos meus sentimentos. racionalizar e tentar entender as duas coisas e chegar nesse encontro dos dois. eu adoro o momento de tirar um tarô, que é exatamente esse momento de pensar em tudo. de saber o que eu espero que saia nas cartas. enfim. tirei para mais algumas perguntas, mas achei que não precisava refletir muito sobre, coisas que foram bem objetivas. voltamos no fim do mês pra ver o que aconteceu.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

e esse é todo o ressentimento que ficou: não lembrar o que realmente senti nesse momento

queria ter escrito sobre você quando tinha um sobre você.
volto atrás nos pensamentos e não lembro de muito.
tento te ler pelo tarô. na época eu não tinha meu tarô.
infelizmente eu senti mais do que devia enquanto sentia tanto de tudo, que não tinha nada a ver com você.
e essa é minha dúvida. será que o tanto que eu sentia por você era mesmo sobre você?
não tenho registro para saber.
queria ter escrito sobre você quando tinha um sobre você.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

leituras janeiro/25

sinto muita saudade de escrever. não sei mais escrever. mas eu sinto falta desse momento de sentar e pensar um pouquinho sobre as coisas. parei de avaliar livros e coisas porque sempre mudava de ideia um pouco depois. mas acho que falta eu lembrar delas um pouco depois, mesmo que só da sensação imediata. então estamos aqui escrevendo sobre o que foi lido, pelo menos agora no começo do ano.

primeira leitura: o vampiro antes de drácula, org. martha argel e humberto moura neto.

ganhei esse de amigo secreto no natal, estava desde que vi que seria lançado querendo muito ler. amei ler drácula, adoro esse universo místico mágico macabro e a ideia do livro de trazer como que a evolução do mundinho vampiro até o que se tem como o clássico hoje. o livro traz contos variados, assim como dois textos que falam um pouco sobre a evolução da criação desse personagem, e no fim de cada conto uma pequena biografia e explicação da importância do conto em questão para a ficção vampirística. achei muito bom esse formato. essa edição tem ilustrações lindas, o que me ganha muito também. 

como qualquer antologia, é difícil gostar de todos os contos, e de fato alguns não me pegaram. como são todos mais ou menos a mesma coisa, pode se tornar um pouquinho cansativo ler todos seguidos, apesar de ser um livro rápido: fica aquela sensação de "nossa, mas de novo!". mas por serem contos da para simplesmente pular os que não gosta, ou ler um pouquinho e voltar depois. como só levei ele para ler em uma viagem, acabei lendo meio picado com outros passeios ou um tempinho no tiktok, e isso ajudou a deixar fluído mesmo assim.

gostei muito que ganhei e li ele bem certinho com o tempo de ir assistir nosferatu no cinema. 

conto preferido foi o do h. g. wells, com uma abordagem vampira um pouquinho diferente (do autor eu só li a máquina do tempo e gosto do livro. o conto fez eu colocar um pouco acima de prioridade outras coisas dele).

segunda leitura: o amor não morreu, de ashley poston

começando a escrever ainda nas primeiras páginas. comprei em viagem numa daquelas bancas de qualquer livro por quinze reais. era o último, então poderia ser um indicativo que é bom, mas geralmente livro nessas lojas são na verdade um indicativo de que são ruins ou saturados. nas primeiras páginas eu achei ela um chata. vou sentar agora e ler mais um pouco. vamos ver o que vem por aí.

terminei. ela é definitivamente meio chata. esse personagem desastradinha, perdidinha mas ao emsmo tempo tentando ser forte e "nossa como faço tudo sozinha" me irrita. pior que comecei um agora que ela assim também. eu meio que não esperava do nada a revelação de que ela vê fantasmas. não é meu tipo de coisa, acho bem tosco. tem toda uma tensão de que ela foi embora da cidade e sinceramente o motivo não me foi forte o suficiente pra ela ficar anos sem ir pra lá, acho que ela ficou ainda como uma tonga meio egoísta. 

definitivamente um não na minha vida. e eu arrisco a dizer que estou é ficando saturada desses romances que já começa sabendo tudo. as vezes o livro nem é ruim, é só isso mesmo. mas os fantasmas, o drama por muito pouco... pra mim... definitivamente não.

duas observações que é meio a única coisa que ficava pensando: se fantasma atravessa parede e as pessoas como é que eles sentam eles não atravessam? flutuam e ai por hábito flutuam acima das coisas? eu definitivamente seguiria fazendo coisas por hábito. e também: eles sendo do mesmo ambiente, e ela simplesmente aceitou que ele morreu sem ir atrás pra saber tipo ficou uma semana inteira nisso? juro. não.

terceira leitura: amor por engano, de lynn painter

livro ruim. me fez pensar que as vezes uma leitura muito leve e rápida só irrita. eu ficava o tempo todo pensando que eu queria ler algo com alguma profundidade, com alguma coisa interessante acontecendo (próxima leitura vai ser o mágico de oz, mas, enfim....) eu realmente não entendo quem só lê isso. li dois livros mais leves bobinhos seguidos e sinceramente que irritação. mas eu também não tava nuns dias dos melhores no meu humor.

a personagem principal é uma pessoa totalmente sem noção. tem algumas cenas que são para tentar parecer que nossa ela é um espírito livre, como ela é doidinha, como vive itnensamente e nossa como o cara é muito certinho e mandão e bitolado com as coisas, mas ela só está sendo sonsa e desrespeitosa com o espaço pessoal de outra pessoa mesmo, e aí ela fica como certa???? ruim mesmo.

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de fato, o exercício de sentar e escrever tem sido bom. espero continuar. e sobre os livros também. tipo assim, o objetivo definitivamente não é fazer uma super resenha, é só fazer um comentário mesmo e pensar uns minutinhos a mais sobre o que foi lido, proque tem certas coisas que eu li que eu não queria pensar cinco minutos a mais, mas tudo bem :D

vinte e quatro

tem uns dias que venho sentindo um completo fracasso.

vinte e quatro anos é uma idade que as coisas começam a parecer meio sérias: é um idade completamente aceitável para ter uma casa, um carro, casar, filhos, emprego estável com um salário de adulto. e aí você chega ali e percebe que não tem absolutamente NADA disso.

minha vida financeira exatamente igual a de quando era estagiária – o que aí obviamente fica claro que nada de carro e essas coisas..... –, minha vida amorosa um completo fracasso. me olho no espelho e não me reconheço mais nem como uma coisa que eu já fui e nem com algo que eu seja. eu... só.... não sei.... e só pra dizer que nem tudo é fracasso, e as vezes por causa disso que eu esteja do jeito que estou, eu tenho uma família e amigos ótimos, mas isso não é exatamente uma conquista né?

e por ser assim que me encontro, no limbo do insucesso e do nada, essa foi a primeira vez que fazer aniversário foi difícil.

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acordei três da manhã pra chorar, não sem antes ter chorado pelo menos três dias antes. acordei de novo para ir trabalhar. a primeira coisa que fiz, com os olhos ainda meio inchados da madrugada, foi tirar um tarô para essa idade. os amantes. dualidade? escolhas??? parcerias??? olhar a vida com paixão?????? não que me surpreenda. eu estou fazendo isso. mas aparentemente estou fazendo mal.

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além do sentimento do fracasso tem o sentimento de não ser tão jovem. de não existirem desculpas. você não está mais aprendendo. você não está mais tão no começo. você pode ter um discernimento do mundo. você entende. ou deveria entender. não é mais dar um sorriso e falar opa deu errado, eu sou tão juvenil. isso me assusta. na minha cabeça eu só consegui muito dessas coisas por causa disso. eu sei que eu sou absolutamente capaz de todas as coisas que eu já fiz e que quero fazer. mas não ter mais o privilégio da extrema juventude assusta. saber fazer bem uma coisa não é uma coisa especial, é uma obrigação. a vida parece um pouco mais uma obrigação.

não que eu ache a vida adulta ruim, muito pelo contrário. eu jamais voltaria a ser criança ou adolescente, embora eu definitivamente teria 21/22 anos pra sempre, se me perguntassem, não vou mentir. só que agora, nesse momento da minha vida, parece que a responsabilidade que eu tenho é uma que considerando os passos dados na vida eu já devia ter chego. mesmo que sejam coisas, TODAS, que dependam de fatores externos fora do meu controle. 

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quando eu acordei eu senti que eu precisava muito escrever sobre para esclarecer as ideias. mas a verdade é que já pensei tanto que as ideias se resumem em: é eu meio que sou um fracasso e meio que deve ser culpa minha, mas eu também tô fazendo tudo o que é possível para que não seja, um trabalho que é na minha área, é legal, estou ganhando experiências legais, mas definitivamente não é o quanto eu quero ganhar, sigo estudando, sigo indo todo dia na academia e me alimentando bem – e preciso dizer que eu estou cada vez mais gostosa, e talvez essa seja a minha única conquista! –, sigo conhecendo pessoas e sempre me abrindo para experiências diferentes... eu realmente não sei o que mais eu posso fazer, talvez seja só essa pressa de ter tudo, vendo outros tendo antes de mim, e eu só preciso esperar que as coisas se alinhem no momento certo, tendo meu tempo para que as opções que eu realmente quero estejam presentes. porque é certo que não quero algo que não quero mas que seria mais aceitável. e assim seguirei tentando fazer.

mas hoje o que eu vou fazer é usar meu ingresso de aniversariante para assistir chico bento. 

feliz aniversário para mim!