10/08/2025

bloco de notas

na minha cabeça eu tenho muito potencial mas tenho medo de começar e ver que na verdade eu sou um verdadeiro fracasso. também é verdade que talvez eu esteja começando a sair da faixa etária do ter tanto potencial e de fato fazer as coisas.

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uma marca do tempo: em algum momento esse dia poderia ter sido algo. feliz acaso: nos vimos na rua. e foi tudo.

uns meses atrás eu poderia ter pensando que nesse dia algo aconteceria. fazia sentido, seria uma história tão boa! mas que indicativo que o tempo passa, e passa rápido, e o que foi feito raramente é desfeito. no mais infeliz acaso, já que nenhum dos dois deveriam estar naquele lugar. moramos longe. eu mesma só fui parar ali por alguns enganos, nos cruzamos na rua, sem de fato perceber a presença do outro.

e foi só isso.

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wishlist do momento
álbum de figurinhas da hello kitty
álbum de figurinhas na trilha da arte
livro a bíblia do tarô
câmera digital nova - a minha aparentemente faleceu

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eu sou boa com silêncios, mas nunca sei qual o espaço que devo deixar. qual o espaço do respeito e qual o espaço da desistência. devo perguntar se aquilo é a necessidade de um espaço?

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adicionei essas datas no meu calendário. esperando elas chegarem para eu me decepcionar ou não.

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acabei de pensar mais uma pergunta, ela voou da minha cabeça em um segundo. te pergunto outra hora. espero que tenha outra hora. elas têm acabado bem rápido nessa questão.

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R$77 - mercado

30/07/2025

tudo o que eu li desde fevereiro

falei que ia escrever sobre tudo o que eu estava lendo, mas parei em fevereiro, tendo, no máximo, escrito alguma coisa sobre um livro. porém aqui estamos novamente, com comentários, que são breves e que são mais sobre a minha experiência lendo do que sobre os livros em si.

Bambino a Roma, Chico Buarque (março)
eu não tenho muitos comentários fora o que eu e a Ana fizemos: meio que o Chico Buarque escreve bem, né? livro muito bom, leitura rápida. mas já faz tanto tempo que nem lembro mais.

A Idiota, Elif Batuman (março)
o tiktok me convenceu. li enfim. escrevi algo sobre ele aqui.

Great Big Beautiful Life, Emily Henry (maio)
me dói um pouco dizer que eu não poderia me importar menos com as personagens desse livro. ninguém. o romance e a história que estão tentando descobrir não são, nenhum, bons o suficiente. eu sou apaixonada por Emily Henry, Lugar Feliz é um dos melhores livros que já li, e ler um livro tão.... abaixo do nível. a escrita dela é ótima, eu amo, mas eu realmente não consegui achar nada de nada interessante de verdade.

Metrópole, Ben Wilson (maio/junho)
fazia um tempão que estava querendo ler esse livro e eu gostei. gostei muito da forma que ele é escrito, pegando uma cidade de um tempo, seguindo como uma linha do tempo,  falando das características marcantes dela, mas relacionando com outras cidades da mesma época ou não. tenta trazer lados bons e ruins de cada cidade e cada situação que traz ali, embora nem sempre dê. alguns capítulos são mais legais que outros. mas achei interessante.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis (junho)
lembro que não estava muito no clima de leitura. foi meio atravancada por isso, e como os capítulos são minúsculos eu achava que podia me dar uma pausa assim que eu terminasse um. mas é um livro bom, acho que não preciso dizer isso. as pessoas sabem.

Impostora, R. F. Kuang (junho)
ele faz você querer chegar ao final dele, mas não é nada demais. acho que ele é muito repetitivo em seus argumentos, fica muito ali, podia ir mais pra frente. não foi ruim. foi uma leitura legalzinha. mas não foi aquela coisa toda.

O Fantasma de Canterville, Oscar Wilde (julho)
leitura curtinha gostosinha que fiz de tarde. divertidinho. nada demais, nada de menos.

Querida Tia, Valérie Perrin (julho)
eu gosto dos livros dessa autora mas tem sempre alguma coisa que não gosto. é muito engraçado. eu sei que eu vou ficar curiosa, ela constrói a história muito bem, sempre. mas chega uma hora e você fica ah, não precisava disso. dessa vez, definitivamente não precisava disso. não faz nem sentido. o final é ruim. mas o livro é bom. vale a jornada.

Casas Estranhas, Uketsu (julho)
não é horrível. mas não é bom. é interessante a proposta. a solução final não é interessante. o que eu eu mais gostei foi da forma dos diagramas que eles apresentam as soluções. mas como arquiteta eu fiquei pensando: poxa não tem uma aprovação de projetos que diga que não tá bem adequado o que tá feito ali? uma hora eles olham pra planta com duas camas e na outra com cama de casal: quem garante que a humanização duma planta de imobiliária é exata com a realidade? foi bem legal de ler ele, uma leitura bem rapidinha que peguei em uma noite que não sabia muito o que eu queria fazer da vida. mas não é bom.

Pachinko, Min Jin Lee (julho)
puta que pariu que livro bom vai se fuder. eu amei. eu achei que ia demorar para ler mas eu não conseguia largar.

é isso. comecei a ler atmosfera mas os 3% que li não me pegou ainda, quem sabe mais para frente. mas eu tenho uma impressão que se, hoje, eu fosse reler todos os livros da taylor jenkins reid eu ia odiar, qualquer um, os que eu já odiei e os que eu gostei muito. enfim.

28/07/2025

Como mais ou menos a maioria das pessoas que gostam de ler e tinham um blog anos atrás, em algum momento eu achei que seria escritora. Só porque eu tinha alguns leitores no blog, escrevia mais ou menos alguma coisinha que às vezes eu me orgulhava e um dia minha mãe elogiou um rascunho de um texto que ela achou no computador dela, eu seria escritora.

Poderia escrever poesias. Eu era bom nas poesias, eu achava. Poderia escrever contos. Um romance mesmo não tinha muita confiança, mas até tentei algumas vezes – obviamente que não chegando à lugar nenhum, nem nas fics que eu escrevia nos meus próprios blogs. Os fins eram ruins, eu nunca conseguia pensar em um final de verdade. Pessoas serem mortas ou morrerem? Muito básico. Nada acontecer? Eu amo livros que nada acontece, mas será que eu saberia fazer um livro que nada acontece? Em alguns momentos, achei que sim. Que uma coisa de fluxo de consciência, eu definitivamente conseguiria! Mas que fluxo? De que consciência? Eu era adolescente! E mesmo agora, dez anos depois, o que eu sei de relevante? Eu fico irritada quando alguém que claramente não tem nada a dizer tenta dizer algo.

De tempos em tempos eu falo: sim voltarei a escrever, de uma forma correta, sistematizada, tentando, de fato, dizer alguma coisa. Não três rabiscos num caderninho com um lápis de ponta tão grossa, já que nunca lembro de comprar um apontador e talvez seja hora de admitir que não, eu não prefiro apontar meus lapises com estilete, e a letra tão feia já que eu mesma tenho vergonha de algumas coisas que eu tenha a escrever. Também não sei escrever em cadernos. Eu queria. Notas de leituras, estudos, etc. A bem verdade é que não sei, nunca nada é relevante o suficiente ou eu acho que vou lembrar depois. O bom é que esqueço de ter esquecido, então fica tudo certo também.

Esse é um problema meu, e que eu sempre soube que era: vergonha. Não sei se é exatamente vergonha, mas é algo muito próximo. Insegurança, talvez? Eu acho que sim, insegurança. Nunca quero afirmar muito nada, porque pode ser muito pessoal, ou não quero afirmar muito nada porque claramente eu não sei do que estou falando, é uma coisa completamente do mundo das minhas ideias. E se alguém algum dia ler? E se eu morrer atropelada com meu caderninho na mochila e em busca de algum contato descobrirem meu medo de nunca ser amada de forma correspondente ou sobre meus problemas com meu corpo?

Odeio que as pessoas leiam o que eu escrevi, porque também tenho receio que não entendam o que sou eu e o que não é. E o que eu quis omitir de propósito. E que vejam coisas que não foram ditas, mas deveriam ter sido. Toda vez que me vejo na situação de ser lida eu me sinto muito mais vulnerável do que eu gostaria. Na exposição do meu tcc, na vez que levei uma poesia pra sala de aula como trabalho (meio vergonhoso escolher escrever uma poesia como trabalho por si, mas tudo bem), quando alguém disse que leu algo que eu escrevi. Eu tenho medo e vergonha e todo tipo de insegurança possível. Eu deveria ter feito melhor. Sempre.

Então em um momento eu só descobri que eu não seria escritora. Ainda bem. Porque eu gosto de escrever como um momento de pensar, e as coisas não são muito organizadas e não pretendem nada. De quando em quando eu redescubro o prazer de escrever, já que é só por escrever.

Mas ainda, de vez em quando, eu penso que eu poderia escrever um livro. como qualquer outra pessoa que gosta de ler e já em algum momento achou que sabia escrever.

23/07/2025

coisas a se fazer (e talvez a já negação, mostrando que não farei por motivos mínimos)

infelizmente temos que admitir que às vezes é coisa de fazer uma lista e falar VOU FAZER. mesmo que eu esteja há dias e dias escrevendo e repensando essa lista e simplesmente não fazendo nada. pensar que quero fazer algo pode já ser o suficiente, não? não. quero acreditar que não, e que no momento que eu colocar de fora não privada, mesmo que nesse ambiente pouquíssimo visitado, eu vou começar a pensar nisso de verdade.

1. tentar correr um pouco: não quero aumentar a distância das minhas caminhadas mas definitivamente preciso aumentar a intensidade. o lugar que gosto de caminhar tem quatro faces, irei escolher uma para começar. mas eu vou ser bem sincera: não acho que eu vá, de fato, fazer isso. logo vai começar o verão, e o verão na minha cidade, ainda mais nas condições climáticas atuais, é bem intenso. eu odeio suor, minha pele coça, minha pressão cai. então daqui dois meses não vai parecer tranquilo e pouca coisa, vai começar a ser esforço o suficiente a rota que eu faço. e outra coisa muito importante furo nesse: eu ando meio sem músicas para exercício físico nessa cabecinha. precisando desbravar músicas para isso. mas ando meio com preguiça de fone de ouvido, só uso na hora de ir pra academia e na hora de ir fazer minha caminhada, que ai não é o momento de pensar muito sobre a música né?

2. bordar algo: ontem tentei bordar uma estrela, e lembrei que na verdade é uma coisa bem legal, e se você não tá preocupada com o verso da peça, é uma atividade bem intuitiva e que, o pior cenário, é ter que desmanchar. o que é importante ressaltar é que eu queria muito bordado com miçangas, então também tem o fato que preciso comprar miçangas. (isso foi escrito há dias. fui fazer uma roupa de festa junina e não achei muito intuitivo. não foi um bordado, foi fazer um remendo em formato de coração. mas é algo a se estudar.)

3. fazer alguma receita longa que nunca fiz: com frequência lá em casa falam sobre algo que cozinhei na pandemia. lá em casa todo dia saía uma pizza, um bolo, um pão árabe. depois disso, nunca mais peguei para fazer alguma coisa muito demorada, com medidas, com tempo de descanso. e não é como se eu não tivesse tempo... só preciso escolher uma que faça sentido, talvez um doce? não sei.

4. encontrar uma nova rotina que funcione: eu estou há quase um ano com a mesma rotina, e ela estava funcionando. só que parou de funcionar. trabalho - almoço - tiktok - academia - arrumar a casa - banho/lanche - estudo - filme/livro/não fazer nada parecia excelente. aí não era mais. troquei pra colocar uma caminhada no fim da tarde, de fato foi um excelente escolha em qualidade de vida, mas sem tomar banho e não sendo na minha cama, meu estudo rende nada. e não, eu não vou tomar dois banhos, estão onze graus lá fora. então também não está funcionando muito, preciso pensar ainda outra coisa.
(atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°1: não está mais frio, mas igual não quero tomar dois banhos em um período de duas horas. no momento, minha mãe está de férias, o que dá uma bagunçada na rotina de modo geral, mas estamos trabalhando nisso.

atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°2: acho que estou conseguindo encaixar direito as coisas que preciso fazer. o problema, pensando agora, era o frio. ele acaba com qualquer vontade que eu tenha de viver. mas essa semana que passou e essa presente já têm sido muito mais organizadas, com a sensação de que as coisas realmente estão sendo feitas, sono indo bem, exercícios físicos, estudos, trabalho, lazer devidamente bem colocado todos os dias, lavagem de cabelo também tá indo muito bem. o que não tá excelente é alimentação, e ontem, após comer uma quantidade meio absurda de cachorro quente e passar um pouco mal, talvez seja esse meu foco que é parar de comer coisinhas perdidas várias vezes ao dia e voltar pra fazer fazer refeições igual eu sei que é o melhor jeito pro meu corpo. não sei se era bem esse o foco desse tópico, essas pequenas coisas do dia a dia, mas acho que cabe, são essas coisas que formam a rotina, não?
)

OBS.: após esse devaneio todo que foi para dois lugares diferentes depois de dias diferentes, como é importante ter esse registro de vários dias, e como a gente só tem percepções diferentes conforme o humor do dia. um dia meio qualquer coisa faz eu questionar a minha vida inteira. aí uns dias bons e tudo já é lindo novamente. eu iria apagar e reescrever e talvez retirar essa questão da rotina, mas talvez até eu terminar essa lista eu já esteja infeliz, de novo, com tudo o que eu tenha feito. e aí eu vou poder ler e ver que, pensando bem, eu só tive uma semana meio bagunçada, mas de modo geral, tá tudo muito bem. isso tudo é muito mais um exercício de pensar nas coisas em dias que eu sinto que talvez não esteja muito acontecendo, racionalizar o que penso que pode ser possível ou não do que realmente fazer uma lista definitiva.

5. costurar algo: acho que vem um pouco da mesma ideia do bordado, a diferença é que definitivamente estarei tendo que ter uma máquina. e pensando se eu pego a máquina grande, já existente, mas que não cabe em muitos lugares no meu quarto, ou compro uma daquelas da shopee de doze pontos. mas eu tava desde o começo do ano querendo fazer uma bolsa. e bordar ela. as vezes é isso. uma bolsinha com meu bordadinho. (reflexão do tempo: a recente experiência da roupa junina, que na verdade foi julina, realmente me disse que eu preciso de um máquina, à mão que não vai ser. quanto a bolsa: achei uma belíssima na shopee. outra coisa: divido quarto e minha irmã achou ruim qualquer baguncinha. o que é bem chato porque tava tudo em cima de uma mesa e o quarto também é meu, mas......)

6. reler lugar feliz: foi, nos últimos tempos, o livro que mais mexeu comigo. tenho vontade reler e chorar o mesmo tanto? mas eu não sei se ele bateria do mesmo jeito. enfim. em algum momento. ele está na prateleira.

7. ler mais, de modo geral: quando eu lembro que amo ler é ótimo. mas também, achar livros ultimamente que eu esteja amando ler está difícil. mas comecei a tirar o kindle da bolsa no trabalho, e quando tenho um tempinho livre, em vez de ir para o celular, estou tentando pegar mais ele. uma excelente troca. acabei de ler em coisa de uma semana querida tia, da Valérie Perrin. eu gosto muito dos livros dela, o jeito que ela constrói a história, mas sempre é DEMAIS. nesse no último minuto ela adiciona uma informação desnecessária, que, pra mim, quebra completamente o clima, simplesmente não faz sentido, sabe? mas fizeram minhas manhãs felizes nessa semana que tava meio devagar o trabalho, principalmente com atividades curtas. mas também não tenho nenhuma meta, nem nada. é só que é um é uma das atividades que mais me conecta comigo mesmo, desde que me entendo por gente. o tempo da leitura é também o tempo de estar ali com o livro olhando para o nada. enfim.

8. me reconectar um pouco com a minha (pouquíssima) espiritualidade: acho que cada um tem a sua ferramenta para acessar seus pensamentos, desejos, frustrações, reclamações, o fundo das coisas humanas que são impalpáveis. eu nunca fui uma pessoa muito crente de nada. esses tempos vi alguém em algum lugar da internet falando que ficou chocada ao descobrir que as pessoas realmente acreditavam nas coisas que estavam sendo feitas na igreja, e não estavam fingindo, igual ela. e eu me sinto um pouco assim desde que me entendo por gente. nunca me senti tocada por religião, nunca nada de, sei lá, simpatia ou coisa do tipo, funcionou comigo, essas coisas. mas também nunca desacreditei de nada, tanto que, de fato, nunca fui longe em nada com um viés mágico, porque vai que, de fato, acontece algo, mas eu, com meu semi ceticismo, não estou devidamente munida das ferramentas para lidar com aquilo... mas o jeito que eu, nos últimos anos, encontrei para me conectar com o que talvez não possa ser pensado no modo normal foi o tarô. mas ultimamente, as minhas tiragens tem sido… mornas. eu não consigo olhar muito e pensar além de palavras chaves e situação legal ou não legal na vida. então precisamos voltar a estudar para além de um ou outro vídeo no tiktok. é. estarei vendo alguns livros (mas isso terei que ver no tiktok algumas sugestões. quais são os bons livros sobre o assunto?)

eu acho que vou parar por aqui, por hora. acho que estou mais indo atrás das justificativas de não fazer do que de jeitos de, de fato, fazer. e também eu já vou começar com aquelas coisas que eu nem quero mesmo fazer, tipo, escrever um livro. fazer um desenho por dia. viajar para um lugar que definitivamente não me cabe financeiramente. achar uma fonte de renda alternativa para fazer essa viagem acontecer. aprender sobre investimentos. deixar a franja crescer. arrumar meu guarda roupa. começar a arrumar a cama ao acordar… ou coisas que eu já meio que faço mas que, no momento, não tá indo muito bem, tipo guardar dinheiro, fazer um curso sobre algo novo, etc.

enfim.

04/07/2025

pensamentos da semana versão estendida além da anotação no bloco de notas

quando as direções da vida mudam, e você tem que colocar as coisas à limpo para os outros entenderem. mas por que os outros deveriam entender? por que deveriam se quer saber? e aí, do nada, a conversa arranha, cheia de ruído, porque tudo foi indo, e indo, e indo, e o ponto inicial de explicar já se passou, não era importante no momento. nem agora.

não é IMPORTANTE, mas toda vez que o assunto passa, de leve, é estranho. não é mais. não tem mais.

são vários pontos, tudo mudou. pouco mudou. nomes, talvez. alguns lugares? omitir as coisas. preguiça de ser honesta, apenas para não ter que me explicar muito. o tempo passou.

***

mas eu não tenho sentimentos ruins, em relação a nada. sinto que isso é um problema, me faz pensar que eu não estou indo fundo nas coisas. eu não vou até o fim, e o caminho da volta é fácil. parece humilhante às vezes; não é um sentimento de superioridade. eu realmente não me importo. mas eu me importo com a minha imagem, externa, é claro que me importo. eu sinto frustação com as coisas que aconteceram e com as que não aconteceram, é claro. mas raiva? raiva não. e talvez eu seja alheia a minha própria vida, talvez eu seja só uma pessoa tranquila. eu realmente não sei. 

nada parece ser muito grave, nada parece ser muito intenso. o problema está no começo (e por isso no final não vira nada?) ou o problema está no todo?

ou ainda, não é problema nenhum?

***

resolver o que foi pensando ha muito tempo é muito engraçado; num dia eu poderia jurar que se houvesse uma possiblidade, seria uma nova oportunidade. somos diferentes, mudamos. claro que sim. eu me sinto melhor, eu sei que estou melhor. e você?

mas cai, então, essa ideia. tendo convergido novamente, mostra-se que não. 

e no fim, o que foi é exatamente o que era para ter sido. não há parte melhor, momento melhor, pessoa melhor. para mim, que sempre achou que poderia ter sido mais, fico feliz que cheguei nesse lugar. demora um tempo, mas depois faz sentido para sempre, em todas as outras situações.

09/05/2025

mini tarô - e projetos não terminados

já reclamei muito em todos os lugares sobre tantas coisas que foi o último ano. e uma das coisas que me ajudaram muito foi o tarô. eu tiro há bastante tempo, comecei em aplicativo, até ganhar um deck no fim do ano retrasado, e então eu comecei a de fato tirar e estudar um pouco mais. eu acredito 100% em oráculo? não sei. que eu já consegui prever até fim de relacionamentos e em quanto tempo ia acontecer? 100%.

tenho um tarô de waite e obviamente que quero outros decks. mas eles são meio carinhos. e um que eu queria muito, e não achei era um mini tarô, uma coisinha menor pra levar sempre na bolsa. óbvio que um tamanho de baralho normal já estava de bom tamanho, e definitivamente estarei comprando – já separei alguns na shopee bem linduxos mas quero pesquisar um pouco antes de escolher mais uma versão pelo menos, se não deveria comprar um de marselha –, mas um mini baralho, sério, seria a coisa mais fofa. então resolvi fazer um. ☺

comecei procurando algum lugar que as cartas tivessem uma boa qualidade, e achei em um site que aparentemente é um arquivo, então baixei todas elas. as cartas estão ótimas, com uma cor linda e em alta definição, mas parecem escaneadas. então eu arrumei cada uma das bordinhas para ficaram iguais - e com o aspecto de borda de carta mesmo. fiz essa edição toda no figma.
depois de mais de uma hora de trabalho as únicas cartinhas que estavam prontas eram as da direita.

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aí se passaram semanas, e eu nunca fui atrás de imprimir. mas é isso, projetos ficam para trás porque perdi a vontade. na verdade, não exatamente perdi a vontade, mas fui imprimir outras coisas que tinha feito para um aniversário, e descobri que o preço do papel estava caríssimo.

fazia pelo menos um ano que eu não imprimia nada, desde o meu tcc. e realmente, me chocou quanto tinha aumentado. quando fui imprimir todas as fotos do meu trabalho, tinham acabado de reajustar o preço do papel, e já estava carinho. um ano depois, mais caro ainda. eu que amo um papel fiquei meio triste.

mas pensando em fazer ainda, em algum momento. também vi na shopee os adesivos todos bonitinhos, e pensei em fazer, pra fazer um caderno de estudos legal. como o arquivo já tá todo editadinho, é só imprimir e cortar mesmo, o que não é tão difícil, e, apesar do drama pelo preço, também não muito caro. acho que, no máximo, custaria uns vitne reais. é. só gosto de um drama mesmo.

dito isso, já comecei um outro projeto manual que eu também já deixei de lado porque aí já são uns quarenta reais! a realidade é: eu fico com preguiça de comprar as coisas. eu tenho pouco espaço em casa para guardar tudo, então acaba me deixando meio preguiçosa de tudo.

o outro projeto é uma bota, ela começou a descascar, então vi no tiktok de descascar tudo e pintar. testei algumas formas de descascar, mas descobri já a melhor, eu acho, porque essa eu ainda não tentei. nesse, a maioria dos tiktoks deram as piores dicas, mas, é isso. não vejo problema em testar, na verdade acho muito divertido.

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precisando fazer coisas. essa semana já fiz uma tatuagem, e cortei, pessimamente, meu cabelo. e tava olhando quanto custa cateter e brinco esterilizado pra furar em casa. precisando de algum movimento.

18/03/2025

eu tinha um ponto sobre um livro mas não evoluí ele

estou lendo a idiota, que estava há muito na lista de leituras que vejo o tempo todo alguém no tiktok recomendar e, enfim, fui ler.

por hora, o livro é ótimo. eu amo livros que não acontecem nada. e eu amo como ela é uma adolescente de 18 anos pretensiosa daquele jeito que acha tudo de si tão importante, cheia de desprezo pelos outros, enquanto assume que é extremamente alheia a tudo. eu era exatamente assim.

e agora, acabo por passar por uma passagem que ela saí com o ivan, um cara que ela tinha feito uma matéria, e eles vinham trocando emails, diversos. e ele fala nesses emails que, de certa forma não levava essa proximidade que eles tinham no escrito para a vida real porque meio que o que eles falavam por email não era a comunicação do cotidiano, do básico. então eles saem para tomar um café, dar uma volta. e o tempo todo eu sinto ela odiando o encontro porque ele fala. e fala muito. e fala sobre ele, enquanto ela não consegue muito bem se colocar. e acho que ela percebe um pouco isso, que, de fato, ali, na presença, na vivência, talvez não sejam tão interessantes assim.

não sei se foi o que realmente aconteceu, ela foi embora pra algum outro evento que tinha dito que estaria e eu me senti um pouco aflita e parei para comer um sanduíche de frango que estava imaginando desde o almoço, com saladinha de repolho, cenoura e rabanete e maionese.

o que me deixou aflita é que eu acho que vivo constantemente nas relações entre ser a pessoa quieta vendo a outra pessoa ser, e isso ser o bom, eu não estar presente ou eu ser a pessoa que torna a existência de algo, enquanto realidade da vivência, realmente algo. ou estou vendo as coisas acontecerem pensando coisas demais, ou estou falando, tapando os buracos, enquanto a relação quando não materializada, enquanto uma conversa de whatsapp fluí muito bem.

e assim eu vou ficando um pouco com preguiça das pessoas, mesmo que eu goste muito delas. a perspectiva de ter que ficar falando initerruptamente porque se não a situação fica meio estranha, mesmo que eu meio que conheça a pessoa, e a pessoa me conheça. eu tenho preguiça. a situação de eu não conseguir falar eu consigo facilmente sair, eu só vou embora o mais rápido possível, mas a de só eu ter que falar... porque nem todo mundo vê isso como um problema, ou como algo a ser livrado, eu acho.

depois, na ausência de ivan, ela sente falta dele. mas qual ele? o que ela acabou de vivenciar, que falou e falou, e em algumas dessas falas se projetaram nela de uma forma negativa, ou o ivan da escrita, distante? e eu odeio que isso ocorra. porque é isso. a ideia da pessoa ou ela em seu distanciamento é uma presença tão agradável, mas as vezes a presença dela na realidade não. e fica a pergunta: é uma questão de tempo até que essas duas pessoas, ou versões, se alinhem, ou nunca acontecerá, exatamente porque são duas coisas diferentes?

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segui com a leitura e no fim ela não fala nada sobre isso, e eles continuam saindo. não sem outras pequenas tensões, mas, no fim eu só estava projetando uma situação minha?

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eu fiquei com preguiça de continuar o texto, certeza que eu tinha muitos outros pontos para serem colocados, mas ultimamente tem sido assim, desde que eu resolvi voltar a tentar escrever do jeito que eu consigo escrever e não num caderno, eu começo, fico com preguiça, penso em voltar depois, mas nunca mais volto. mas agora, depois de dias, quando estou finalmente terminando o livro só para dizer que, de fato, é um excelente livro. eu consigo me imaginar passando por todas as situações péssimas dela, que não tem nada de muito péssimo de verdade, toda a relação dela com o ivan, e tudo com dezessete/dezoito anos. eu meio que amei. e agora eu vou ler os últimos quinze minutos de livro.