30/08/2025

opiniões sobre as leituras de agosto

no final de julho aconteceu aquele evento na minha vida que acontece a cada pouco: lembrar que sei ler e que na verdade eu adoro ler. e aí fui lendo um livro atrás do outro (e uns livros até grandes…), e assim, terminei pachinko e já emendei atmosfera, da taylor jenkins reid. e vamos começar falando dele.


assim que comecei a ler este eu lembrei tudo o que eu odiava na escrita dessa autora. eu já gostei dos livros dela uns anos atrás e li todos: odiei metade, gostei muito de dois, e por aí vai. mas nunca foi muito constante na minha opinião, porque os livros têm uma escrita que flui bem (mas eu, enfim, cheguei na conclusão óbvia que um livro fluir bem não quer dizer que ele seja bom), porém sempre tinha alguma coisa que me incomodava. o tiktok me convenceu a ler algo dela mais uma vez, já que todo mundo estava amando e falando que esse era o melhor livro da escritora até agora, e sabendo que são livros fáceis, e eu querendo ler uma coisinha mais tranquila, fiz essa escolha. e é, de fato, fácil de ler, o que pude comprovar porque tive o maior tempo de leitura no trabalho, que é uma leitura que é interrompida com frequência, então precisa ser fácil, e foi. mas não me importo muito com nada que aconteceu ali. e além de eu não me importar com nada, o livro tem um moralismo, que é o comum dessa autora... e assim, quebrou tabus. teria sido ótimo em 2016, talvez. em conclusão, não acho que eu vá ler os próximos livros dela.


aí, seguimos com as sugestões do tiktok, e aqui eu aproveito para dizer que tem mais dessas, já que adoro um conteúdo de livros e teve muita gente fazendo listas de meio de ano falando o que mais gostou de ler até agora, então acabei pegando alguns títulos para ler, já que coloquei na cabeça que iria parar de tirar print dos livros e deixar lá esquecidos, em vez disso, já ir colocando eles no kindle, que uma hora seria a hora deles. e, de fato, dessa forma tenho lido eles. então eu li boulder, da eva baltasar. vi umas duas pessoas falando que leram e amaram, um livro poético e tal. mas mais uma vez, eu não poderia me importar menos com ela ou com o que acontece com ela. uma coisa de deixar a vida ir levando, nunca ser muito responsável pelas suas coisas, que não me convenceu. a escrita poética? para mim foi um não. mais um livro rápido de ler, e esse é bem curtinho, então dá para ler em um dia numa boa, mas ainda assim conseguiu me entediar. se fosse um conto de trinta páginas talvez eu tivesse gostado.


o último desses do tiktok: como arruinar um casamento, alison espach. esse já valeu muito a pena, que livro interessante. a leitura é super rápida e gostosa, mas cheia de bons pensamentos. é basicamnete a história de uma mulher que vai para um hotel se matar após sentir que ela meio que fracassou em tudo o que ela se propôs a fazer na vida, mas chegando lá, está tendo um super casamento, uma festa de vários dias. e nesse tempo ela desiste de se matar, e começa a fazer parte do casamento, se aproximando muito da noiva, que é uma pessoa jovem e meio perdida nos seus interesses de vida também. como ela não tem nada a perder, e nada a esconder e nada com nada no casamento, ela pensa sobre absolutamente tudo o que fez – e na maioria, o que não fez – na vida por causa do tipo de pessoa que ela queria, ou achava que deveria, ser. por essa distância com a vida dela, ela consegue ir ouvindo um pouco o que todo mundo tem a dizer sobre o casamento, e ir entendo o lado de todo mundo de tudo o que está errado naquela situação, que de fora, parece tão linda e ideal. até porque não é surpresa que o casamento não acontece. pelo título, né. (eu gosto muito mais do título original, que seria algo como as pessoas do casamento, que não deixa tanta certeza que o casamento não vai acontecer; é claro que poderia o título falar do casamento dela, mas essa é a última interpretação a se ter, vamos ser sinceros. o título brasileiro coloca o livro em outro lugar, como o casamento em primeiro foco, o título original fala do que ele fala: das pessoas do casamento. enfim, preferiria mil vezes uma tradução mais literal)


o tópico de como é fácil cair na nossa rotina, nas ilusões do que vai ser e do que já foi, e ir levando essa vida cada vez mais longe até um momento que ela não faz sentido nenhum para você, e para as demais pessoas do arredor. tenho muito pensando qual o limite do tédio saudável. se, no momento, eu vivo num momento de tédio saudável, movida pela esperança de um futuro melhor saudável, ou se já estou na situação de acomodação. de estar fazendo coisas que não acredito mais (tipo a tese dela ou o próprio casamento) só porque parece que eu tenho que fazer elas, e porque eu já coloquei muito tempo ou esforço naquilo. até onde a gente leva escolhas que estamos em dúvida só porque ou é tarde ou parece certo? e quando é o tarde? e quando as coisas são assim porque elas são de menos, por tentar menos, por se permitir menos por esperar menos? 


no livro, a criação dessa pequena bolha onde os problemas são meio fúteis, como carros vintages, mas também completamente aceitáveis e reais no mundo do casamento, cria esse outro ambiente onde ela pode não se importar com nada, e ter outra perspectiva de si mesma, porque o foco todo são os outros, e ela de nada tem a ver com isso. dentro do nosso cotidiano, da convivência sempre com as mesmas pessoas, inclusive algumas que subjugam tudo o que é feito, estando a pessoa, dentro dessa realidade, num momento ou lugar inferior a esses parâmetros, nos esquecemos do que queremos, do que podemos ser, adentrando uma realidade outra, que, então, se torna a nossa. não é permitido ser muito além do que se é, querer muito além do que já se tem, porque isso gera questionamentos das outras pessoas, que podem ser desconfortáveis (aqui já trago uma coisa da jane eyre, que uma hora ela vai fazer uma coisinha e fala que foi fácil fazer porque ninguém perguntou sobre. e meio que é isso, sabe). apesar de eu mesma ser uma grande fã de rotinas, eu também odeio. eu preciso do equilíbrio. ou aquilo já falado: o tédio se torna tão confortável que já não te leva a nada, não de um jeito agradável, mas sim, paralisante.


uma última consideração quanto a esse livro é que eu percebi que tem muitos livros que já li e não lembro. ela faz várias menções a mrs dalloway, e, vou falar, eu sei que li porque tenho ele na minha estante. mas eu não lembrava do que era. ontem fui pegá-lo para dar uma olhadinha e tentar lembrar. talvez eu devesse reler. mais engraçado ainda é que esses dias eu me surpreendi porque abri na amazon um livro e estava lá que ele já havia sido comprado. eu não lembrava nem de ter lido ele inteiro, imagina físico, na minha casa, na minha estante! mas ele estava ali, e, mais um vez, fui dar uma folheadinha para lembrar. quanta coisa eu já não li desatenta nessa vida. e que privilégio ter o livro físico para relembrar.


pego o gancho dos livros do livro para falar que a próxima leitura foi exatamente porque fala muito nesse livro, jane eyre. eu fiz uma anotação sobre ele:


que livro chato


mas não é bem assim. mas também é um livro longo, então ele tem tempo de ser chato e bom, de formas alternadas, em momentos diferentes. e ele é bom. em alguns momentos eu não conseguia parar de ler. mas ele também é chato, então em outros momentos eu não conseguia ler muito. mas foi uma leitura que, no fim, me agradou bastante. eu odeio todos os homens desse livro, acho ela uma coitada no final voltando para o ex, que foi a primeira pessoa que ela pensou na vida… ela que queria ver tanto da vida, sentia tanto tédio de uma existência plana e linear, indo parar num cuzinho de mundo com três pessoas ao redor. merecia mais. conheceu dois homens na vida, meu amor? aquele primo um insuportável tentando colocar na cabeça dela que ela querer viver uma vida normal era o caminho para o inferno? queria socar ele toda vez que ele aparecia. mas é isso, não que eu precise falar que é um livro bom, mas é. às vezes meio maçante, mas… é bom.


por último nesse mês eu li ou-ou, de elif batuman. eu amo como toda experiência dela é a mesma vivida por mim como uma pessoa quando entrei na faculdade. pelo menos até metade desse segundo livro. é lindo como muitas pessoas são na verdade uma só, vivemos sempre as mesmas coisas, com pequenas mudanças no desenrolar das coisas. eu também faria a matéria de literatura sobre acaso, e levaria como um sinal. eu também me apaixonaria pela ideia de um livro falando sobre a vida estética. definitivamente eu vivo uma vida estética. mesmo quando a vida dela dá um rápida mudada eu entendo o porquê: ela quer viver coisas, experiências. mas eu vou ser sincera, eu acho que a parte em que ela viaja é um pouco... desconfortável? como ela caí tantas vezes em situações de assédio simplesmente? talvez tenha sido um pouco gratuito da parte da autora colocar tantas situações como aquelas e como ela simplesmente cede, estando numa situação completamente fora do controle e do conhecido. tudo pela história? é tudo narrado com um jeito meio desinteressando que é isso que passa, não muito que na situação ela estivesse aterrorizada ou algo assim, embora eu tenha ficado ansiosa.

preciso dizer que tenho muitas coisas a serem ditas sobre esse livro, mas eu admito que enquanto termino de escrever eu estou com um pouco de preguiça eu tenho algumas anotações, mas não sei exatamente como e se vou desenvolver elas muito bem. também já deixo dito que essa parte sobre esse livro não estará passando por nenhuma revisão: se nenhum erro ou ideia desconexa for identificada numa rápida passada de olhos, então ela ficará por aqui mesmo.

em algum momento ela começa a refletir sobre como ela não é uma escritora. fiz isso já, inclusive escrevi alguma coisa sobre isso por aqui também, ela percebe que só ter uma história, uma ideia boa, ou anotações não é criar um romance.

Foi só no ensino médio, quando tive as primeiras aulas de escrita criativa, que comecei a ter uma ideia do problema. Percebi, chocada, que eu não era boa em escrita criativa. Eu era boa em gramática e argumentação, lembrava do que as pessoas diziam e sabia fazer graça em situações estressantes. Mas não eram essas as habilidades de que você precisava para criar pessoas curiosas e delinear arcos de desejo. Já me dava muito muito trabalho escrever sobre gente que eu de fato conhecia e tudo que elas diziam. Era para isso, aliás, que eu precisava da escrita. Agora eu tinha de inventar pessoas extras e pensar em coisas que elas poderiam dizer?

Descobri então que escrever sobre o que você já vinha pensando não era criativo, nem sequer era escrita. Era "olhar para o próprio umbigo".

(trecho do livro. não sei a página, li pelo kindle) 


eu pensei muito sobre o que eu faço desde sempre, e ela chega mais ou menos na mesma conclusão que cheguei esses tempos. e é exatamente isso. embora ela coloque um pouco da questão do valor dessa escrita de si, sem objetivo de, de fato, ser algo, ela na verdade é muito valiosa. eu acho, pelo menos.

uma coisa que gosto nos livros dessa autora é essa coisa de que sempre terá uma referência a ser procurada, um livro a ser lembrado, uma ideia que pode ser que você não conheça e seja interessante conhecer. as questões teóricas de estética apresentadas, eu gostei de conhecer. eu tive aula de filosofia estética, que o enfoque era pra ser em arquitetura, já que eu curse arquitetura e urbanismo. mas essa matéria foi pouquíssimo aproveitada por mim pois foi 1. na pandemia 2. num dia que tinha matéria de ateliê de grande carga horária e 3. com uma professora que não era das pessoas mais queridas do mundo, que eu tinha três matérias e eu não aguentava mais ouvir a voz dela. não me orgulho de dizer que a maioria das aulas ou foram assistidas no mudo ou com uma tacinha de vinho em mãos para ver se eu conseguia chegar até o fim com alguma sanidade mental. talvez eu devesse, hoje, por conta, estudar essa questão mais profundamente (se alguém tiver alguma recomendação de curso ou livros...). 

e nessa de ela sempre referenciar muitas coisas, aconteceu, mais uma vez, um caso de livro lido mas que eu não lembro de nada. um artista do mundo flutuante. a diferença entre esse e os já citados é que esse eu não tenho físico, então realmente não faço ideia do que se passa nele e não consegui dar uma olhadinha rápida pra ver se descobria, vou ter que procurar alguma resenha ou coisas assim. e talvez seja o caso de olhar a lista de todos os livros lidos e tentar ver o que eu NÃO LEMBRO. não é caso de não gostei e por isso não me apeguei aos detalhes, ou li e não lembro nome de personagens, ou algumas coisas que aconteceram. é caso de eu não lembro que li o livro. nesse caso, fui olhar no skoob e descobri que ele foi lido fevereiro de 2019: infelizmente o coitado foi entre livros da série napolitana da elena ferrante. é. difícil competir pela atenção desses.

no final do livro, após a primeira etapa da viagem dela, indo para a segunda parte, ela tem esse vislumbre de que é isso. de como as coisas devem ser para fazer sentido.

Então era isso que era um romance? Um plano em que se podia finalmente justapor todas essas pessoas diferentes, lhes servir de mediadora e pesar seus pontos de vista?

eu ultimamente tenho tentado também que as coisas puxem outras, sem deixar de serem o que elas são. no plano da escrita, digo. às vezes a gente se perde no pensamento, na reflexão, na ideia que é puxada de algum lugar e parece coesa com a situação, e depois é necessário voltar para aquele outro lugar. isso é treino e observação. eu faço mal. espero que ela faça melhor.

e por último: ivan. selin vai deixando a ideia de ivan se diluir na vivência dela; conforme ela vai tendo outras experiências românticas e sexuais (como se tivesse tido algo com o ivan, mas não) e juntando algumas reflexões que ela tem ela percebe como a situação foi só uma coisa esquisita, mas normal, dentro das relações pessoais. ela percebe que ela não é esquisita e imune às interações tradicionais das pessoas, tanto de gênero como desejo sexual. e é isso. 

eu queria ter lido esse livro quando eu tinha dezessete anos e passando por isso tudo.

24/08/2025

esse blog e eu porque agora é uma nova página

eu tenho esse blog como um blog secundário desde que excluí meu blog secundário anterior. e aí o blog principal, que era o vírgula assassina, parou de existir e esse virou meu blog principal. estou nesse mundinho dos blogs desde 2009, mal sabia escrever, mas minha trajetória foi toda mudada pela revistinha super+, a filha criança da revista família cristã. é.

me afastei da escrita por muito tempo, e escrevia coisas esparças, desestruturadas, só anotando pensamentos perdidos. nunca mais tive a intenção de ser lida. mas percebi que, mesmo não sendo para alguém ler, colocar no mundo, e não em espaços reservados só para mim, é muito importante para me importar com a estrutura, o desenvolvimento do pensamento, ou se ele realmente se desenvolve ou morre em uma só palavra ou frase. ou se poderia ser um tuíte.

eu tentei várias plataformas de escrita que foram surgindo ou popularizando como o medium, substack, etc etc etc, mas nenhuma era a minha casa mesmo. essa é a plataforma que eu conheço e gosto. então, voltamos para cá. e ao voltar a escrever aqui, tenho, aos poucos, voltado a estruturar esse blog como um espaço de blog mesmo. então aqui surge essa nova página, não que vá ter muitas informações. mas é um ponto de início.

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bom, quanto a mim, eu sou a duda, tenho 24 anos, moro no oeste do paraná. sou arquiteta e urbanista e, no momento, estou em busca de algum rumo profissional e estabilidade na vida adulta. se precisarem de uma arquiteta  podem me chamar!

eu gosto de ler, e além dos posts que faço quando me dá vontade sobre os livros lidos, eu também tenho um skoob. apesar de odiar esse site e o aplicativo ser horrível, nunca fiz a mudança para o mais universal good reads. acontece, a coisa do apego.

gosto de ver filmes, então, obviamente, tenho um letterboxd.

e é isso.

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e isso agora está numa página mas deixo como post também. ❤️

10/08/2025

bloco de notas

na minha cabeça eu tenho muito potencial mas tenho medo de começar e ver que na verdade eu sou um verdadeiro fracasso. também é verdade que talvez eu esteja começando a sair da faixa etária do ter tanto potencial e de fato fazer as coisas.

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uma marca do tempo: em algum momento esse dia poderia ter sido algo. feliz acaso: nos vimos na rua. e foi tudo.

uns meses atrás eu poderia ter pensando que nesse dia algo aconteceria. fazia sentido, seria uma história tão boa! mas que indicativo que o tempo passa, e passa rápido, e o que foi feito raramente é desfeito. no mais infeliz acaso, já que nenhum dos dois deveriam estar naquele lugar. moramos longe. eu mesma só fui parar ali por alguns enganos, nos cruzamos na rua, sem de fato perceber a presença do outro.

e foi só isso.

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wishlist do momento
álbum de figurinhas da hello kitty
álbum de figurinhas na trilha da arte
livro a bíblia do tarô
câmera digital nova - a minha aparentemente faleceu

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eu sou boa com silêncios, mas nunca sei qual o espaço que devo deixar. qual o espaço do respeito e qual o espaço da desistência. devo perguntar se aquilo é a necessidade de um espaço?

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adicionei essas datas no meu calendário. esperando elas chegarem para eu me decepcionar ou não.

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acabei de pensar mais uma pergunta, ela voou da minha cabeça em um segundo. te pergunto outra hora. espero que tenha outra hora. elas têm acabado bem rápido nessa questão.

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R$77 - mercado

30/07/2025

tudo o que eu li desde fevereiro

falei que ia escrever sobre tudo o que eu estava lendo, mas parei em fevereiro, tendo, no máximo, escrito alguma coisa sobre um livro. porém aqui estamos novamente, com comentários, que são breves e que são mais sobre a minha experiência lendo do que sobre os livros em si.

Bambino a Roma, Chico Buarque (março)
eu não tenho muitos comentários fora o que eu e a Ana fizemos: meio que o Chico Buarque escreve bem, né? livro muito bom, leitura rápida. mas já faz tanto tempo que nem lembro mais.

A Idiota, Elif Batuman (março)
o tiktok me convenceu. li enfim. escrevi algo sobre ele aqui.

Great Big Beautiful Life, Emily Henry (maio)
me dói um pouco dizer que eu não poderia me importar menos com as personagens desse livro. ninguém. o romance e a história que estão tentando descobrir não são, nenhum, bons o suficiente. eu sou apaixonada por Emily Henry, Lugar Feliz é um dos melhores livros que já li, e ler um livro tão.... abaixo do nível. a escrita dela é ótima, eu amo, mas eu realmente não consegui achar nada de nada interessante de verdade.

Metrópole, Ben Wilson (maio/junho)
fazia um tempão que estava querendo ler esse livro e eu gostei. gostei muito da forma que ele é escrito, pegando uma cidade de um tempo, seguindo como uma linha do tempo,  falando das características marcantes dela, mas relacionando com outras cidades da mesma época ou não. tenta trazer lados bons e ruins de cada cidade e cada situação que traz ali, embora nem sempre dê. alguns capítulos são mais legais que outros. mas achei interessante.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis (junho)
lembro que não estava muito no clima de leitura. foi meio atravancada por isso, e como os capítulos são minúsculos eu achava que podia me dar uma pausa assim que eu terminasse um. mas é um livro bom, acho que não preciso dizer isso. as pessoas sabem.

Impostora, R. F. Kuang (junho)
ele faz você querer chegar ao final dele, mas não é nada demais. acho que ele é muito repetitivo em seus argumentos, fica muito ali, podia ir mais pra frente. não foi ruim. foi uma leitura legalzinha. mas não foi aquela coisa toda.

O Fantasma de Canterville, Oscar Wilde (julho)
leitura curtinha gostosinha que fiz de tarde. divertidinho. nada demais, nada de menos.

Querida Tia, Valérie Perrin (julho)
eu gosto dos livros dessa autora mas tem sempre alguma coisa que não gosto. é muito engraçado. eu sei que eu vou ficar curiosa, ela constrói a história muito bem, sempre. mas chega uma hora e você fica ah, não precisava disso. dessa vez, definitivamente não precisava disso. não faz nem sentido. o final é ruim. mas o livro é bom. vale a jornada.

Casas Estranhas, Uketsu (julho)
não é horrível. mas não é bom. é interessante a proposta. a solução final não é interessante. o que eu eu mais gostei foi da forma dos diagramas que eles apresentam as soluções. mas como arquiteta eu fiquei pensando: poxa não tem uma aprovação de projetos que diga que não tá bem adequado o que tá feito ali? uma hora eles olham pra planta com duas camas e na outra com cama de casal: quem garante que a humanização duma planta de imobiliária é exata com a realidade? foi bem legal de ler ele, uma leitura bem rapidinha que peguei em uma noite que não sabia muito o que eu queria fazer da vida. mas não é bom.

Pachinko, Min Jin Lee (julho)
puta que pariu que livro bom vai se fuder. eu amei. eu achei que ia demorar para ler mas eu não conseguia largar.

é isso. comecei a ler atmosfera mas os 3% que li não me pegou ainda, quem sabe mais para frente. mas eu tenho uma impressão que se, hoje, eu fosse reler todos os livros da taylor jenkins reid eu ia odiar, qualquer um, os que eu já odiei e os que eu gostei muito. enfim.

28/07/2025

Como mais ou menos a maioria das pessoas que gostam de ler e tinham um blog anos atrás, em algum momento eu achei que seria escritora. Só porque eu tinha alguns leitores no blog, escrevia mais ou menos alguma coisinha que às vezes eu me orgulhava e um dia minha mãe elogiou um rascunho de um texto que ela achou no computador dela, eu seria escritora.

Poderia escrever poesias. Eu era bom nas poesias, eu achava. Poderia escrever contos. Um romance mesmo não tinha muita confiança, mas até tentei algumas vezes – obviamente que não chegando à lugar nenhum, nem nas fics que eu escrevia nos meus próprios blogs. Os fins eram ruins, eu nunca conseguia pensar em um final de verdade. Pessoas serem mortas ou morrerem? Muito básico. Nada acontecer? Eu amo livros que nada acontece, mas será que eu saberia fazer um livro que nada acontece? Em alguns momentos, achei que sim. Que uma coisa de fluxo de consciência, eu definitivamente conseguiria! Mas que fluxo? De que consciência? Eu era adolescente! E mesmo agora, dez anos depois, o que eu sei de relevante? Eu fico irritada quando alguém que claramente não tem nada a dizer tenta dizer algo.

De tempos em tempos eu falo: sim voltarei a escrever, de uma forma correta, sistematizada, tentando, de fato, dizer alguma coisa. Não três rabiscos num caderninho com um lápis de ponta tão grossa, já que nunca lembro de comprar um apontador e talvez seja hora de admitir que não, eu não prefiro apontar meus lapises com estilete, e a letra tão feia já que eu mesma tenho vergonha de algumas coisas que eu tenha a escrever. Também não sei escrever em cadernos. Eu queria. Notas de leituras, estudos, etc. A bem verdade é que não sei, nunca nada é relevante o suficiente ou eu acho que vou lembrar depois. O bom é que esqueço de ter esquecido, então fica tudo certo também.

Esse é um problema meu, e que eu sempre soube que era: vergonha. Não sei se é exatamente vergonha, mas é algo muito próximo. Insegurança, talvez? Eu acho que sim, insegurança. Nunca quero afirmar muito nada, porque pode ser muito pessoal, ou não quero afirmar muito nada porque claramente eu não sei do que estou falando, é uma coisa completamente do mundo das minhas ideias. E se alguém algum dia ler? E se eu morrer atropelada com meu caderninho na mochila e em busca de algum contato descobrirem meu medo de nunca ser amada de forma correspondente ou sobre meus problemas com meu corpo?

Odeio que as pessoas leiam o que eu escrevi, porque também tenho receio que não entendam o que sou eu e o que não é. E o que eu quis omitir de propósito. E que vejam coisas que não foram ditas, mas deveriam ter sido. Toda vez que me vejo na situação de ser lida eu me sinto muito mais vulnerável do que eu gostaria. Na exposição do meu tcc, na vez que levei uma poesia pra sala de aula como trabalho (meio vergonhoso escolher escrever uma poesia como trabalho por si, mas tudo bem), quando alguém disse que leu algo que eu escrevi. Eu tenho medo e vergonha e todo tipo de insegurança possível. Eu deveria ter feito melhor. Sempre.

Então em um momento eu só descobri que eu não seria escritora. Ainda bem. Porque eu gosto de escrever como um momento de pensar, e as coisas não são muito organizadas e não pretendem nada. De quando em quando eu redescubro o prazer de escrever, já que é só por escrever.

Mas ainda, de vez em quando, eu penso que eu poderia escrever um livro. como qualquer outra pessoa que gosta de ler e já em algum momento achou que sabia escrever.

23/07/2025

coisas a se fazer (e talvez a já negação, mostrando que não farei por motivos mínimos)

infelizmente temos que admitir que às vezes é coisa de fazer uma lista e falar VOU FAZER. mesmo que eu esteja há dias e dias escrevendo e repensando essa lista e simplesmente não fazendo nada. pensar que quero fazer algo pode já ser o suficiente, não? não. quero acreditar que não, e que no momento que eu colocar de fora não privada, mesmo que nesse ambiente pouquíssimo visitado, eu vou começar a pensar nisso de verdade.

1. tentar correr um pouco: não quero aumentar a distância das minhas caminhadas mas definitivamente preciso aumentar a intensidade. o lugar que gosto de caminhar tem quatro faces, irei escolher uma para começar. mas eu vou ser bem sincera: não acho que eu vá, de fato, fazer isso. logo vai começar o verão, e o verão na minha cidade, ainda mais nas condições climáticas atuais, é bem intenso. eu odeio suor, minha pele coça, minha pressão cai. então daqui dois meses não vai parecer tranquilo e pouca coisa, vai começar a ser esforço o suficiente a rota que eu faço. e outra coisa muito importante furo nesse: eu ando meio sem músicas para exercício físico nessa cabecinha. precisando desbravar músicas para isso. mas ando meio com preguiça de fone de ouvido, só uso na hora de ir pra academia e na hora de ir fazer minha caminhada, que ai não é o momento de pensar muito sobre a música né?

2. bordar algo: ontem tentei bordar uma estrela, e lembrei que na verdade é uma coisa bem legal, e se você não tá preocupada com o verso da peça, é uma atividade bem intuitiva e que, o pior cenário, é ter que desmanchar. o que é importante ressaltar é que eu queria muito bordado com miçangas, então também tem o fato que preciso comprar miçangas. (isso foi escrito há dias. fui fazer uma roupa de festa junina e não achei muito intuitivo. não foi um bordado, foi fazer um remendo em formato de coração. mas é algo a se estudar.)

3. fazer alguma receita longa que nunca fiz: com frequência lá em casa falam sobre algo que cozinhei na pandemia. lá em casa todo dia saía uma pizza, um bolo, um pão árabe. depois disso, nunca mais peguei para fazer alguma coisa muito demorada, com medidas, com tempo de descanso. e não é como se eu não tivesse tempo... só preciso escolher uma que faça sentido, talvez um doce? não sei.

4. encontrar uma nova rotina que funcione: eu estou há quase um ano com a mesma rotina, e ela estava funcionando. só que parou de funcionar. trabalho - almoço - tiktok - academia - arrumar a casa - banho/lanche - estudo - filme/livro/não fazer nada parecia excelente. aí não era mais. troquei pra colocar uma caminhada no fim da tarde, de fato foi um excelente escolha em qualidade de vida, mas sem tomar banho e não sendo na minha cama, meu estudo rende nada. e não, eu não vou tomar dois banhos, estão onze graus lá fora. então também não está funcionando muito, preciso pensar ainda outra coisa.
(atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°1: não está mais frio, mas igual não quero tomar dois banhos em um período de duas horas. no momento, minha mãe está de férias, o que dá uma bagunçada na rotina de modo geral, mas estamos trabalhando nisso.

atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°2: acho que estou conseguindo encaixar direito as coisas que preciso fazer. o problema, pensando agora, era o frio. ele acaba com qualquer vontade que eu tenha de viver. mas essa semana que passou e essa presente já têm sido muito mais organizadas, com a sensação de que as coisas realmente estão sendo feitas, sono indo bem, exercícios físicos, estudos, trabalho, lazer devidamente bem colocado todos os dias, lavagem de cabelo também tá indo muito bem. o que não tá excelente é alimentação, e ontem, após comer uma quantidade meio absurda de cachorro quente e passar um pouco mal, talvez seja esse meu foco que é parar de comer coisinhas perdidas várias vezes ao dia e voltar pra fazer fazer refeições igual eu sei que é o melhor jeito pro meu corpo. não sei se era bem esse o foco desse tópico, essas pequenas coisas do dia a dia, mas acho que cabe, são essas coisas que formam a rotina, não?
)

OBS.: após esse devaneio todo que foi para dois lugares diferentes depois de dias diferentes, como é importante ter esse registro de vários dias, e como a gente só tem percepções diferentes conforme o humor do dia. um dia meio qualquer coisa faz eu questionar a minha vida inteira. aí uns dias bons e tudo já é lindo novamente. eu iria apagar e reescrever e talvez retirar essa questão da rotina, mas talvez até eu terminar essa lista eu já esteja infeliz, de novo, com tudo o que eu tenha feito. e aí eu vou poder ler e ver que, pensando bem, eu só tive uma semana meio bagunçada, mas de modo geral, tá tudo muito bem. isso tudo é muito mais um exercício de pensar nas coisas em dias que eu sinto que talvez não esteja muito acontecendo, racionalizar o que penso que pode ser possível ou não do que realmente fazer uma lista definitiva.

5. costurar algo: acho que vem um pouco da mesma ideia do bordado, a diferença é que definitivamente estarei tendo que ter uma máquina. e pensando se eu pego a máquina grande, já existente, mas que não cabe em muitos lugares no meu quarto, ou compro uma daquelas da shopee de doze pontos. mas eu tava desde o começo do ano querendo fazer uma bolsa. e bordar ela. as vezes é isso. uma bolsinha com meu bordadinho. (reflexão do tempo: a recente experiência da roupa junina, que na verdade foi julina, realmente me disse que eu preciso de um máquina, à mão que não vai ser. quanto a bolsa: achei uma belíssima na shopee. outra coisa: divido quarto e minha irmã achou ruim qualquer baguncinha. o que é bem chato porque tava tudo em cima de uma mesa e o quarto também é meu, mas......)

6. reler lugar feliz: foi, nos últimos tempos, o livro que mais mexeu comigo. tenho vontade reler e chorar o mesmo tanto? mas eu não sei se ele bateria do mesmo jeito. enfim. em algum momento. ele está na prateleira.

7. ler mais, de modo geral: quando eu lembro que amo ler é ótimo. mas também, achar livros ultimamente que eu esteja amando ler está difícil. mas comecei a tirar o kindle da bolsa no trabalho, e quando tenho um tempinho livre, em vez de ir para o celular, estou tentando pegar mais ele. uma excelente troca. acabei de ler em coisa de uma semana querida tia, da Valérie Perrin. eu gosto muito dos livros dela, o jeito que ela constrói a história, mas sempre é DEMAIS. nesse no último minuto ela adiciona uma informação desnecessária, que, pra mim, quebra completamente o clima, simplesmente não faz sentido, sabe? mas fizeram minhas manhãs felizes nessa semana que tava meio devagar o trabalho, principalmente com atividades curtas. mas também não tenho nenhuma meta, nem nada. é só que é um é uma das atividades que mais me conecta comigo mesmo, desde que me entendo por gente. o tempo da leitura é também o tempo de estar ali com o livro olhando para o nada. enfim.

8. me reconectar um pouco com a minha (pouquíssima) espiritualidade: acho que cada um tem a sua ferramenta para acessar seus pensamentos, desejos, frustrações, reclamações, o fundo das coisas humanas que são impalpáveis. eu nunca fui uma pessoa muito crente de nada. esses tempos vi alguém em algum lugar da internet falando que ficou chocada ao descobrir que as pessoas realmente acreditavam nas coisas que estavam sendo feitas na igreja, e não estavam fingindo, igual ela. e eu me sinto um pouco assim desde que me entendo por gente. nunca me senti tocada por religião, nunca nada de, sei lá, simpatia ou coisa do tipo, funcionou comigo, essas coisas. mas também nunca desacreditei de nada, tanto que, de fato, nunca fui longe em nada com um viés mágico, porque vai que, de fato, acontece algo, mas eu, com meu semi ceticismo, não estou devidamente munida das ferramentas para lidar com aquilo... mas o jeito que eu, nos últimos anos, encontrei para me conectar com o que talvez não possa ser pensado no modo normal foi o tarô. mas ultimamente, as minhas tiragens tem sido… mornas. eu não consigo olhar muito e pensar além de palavras chaves e situação legal ou não legal na vida. então precisamos voltar a estudar para além de um ou outro vídeo no tiktok. é. estarei vendo alguns livros (mas isso terei que ver no tiktok algumas sugestões. quais são os bons livros sobre o assunto?)

eu acho que vou parar por aqui, por hora. acho que estou mais indo atrás das justificativas de não fazer do que de jeitos de, de fato, fazer. e também eu já vou começar com aquelas coisas que eu nem quero mesmo fazer, tipo, escrever um livro. fazer um desenho por dia. viajar para um lugar que definitivamente não me cabe financeiramente. achar uma fonte de renda alternativa para fazer essa viagem acontecer. aprender sobre investimentos. deixar a franja crescer. arrumar meu guarda roupa. começar a arrumar a cama ao acordar… ou coisas que eu já meio que faço mas que, no momento, não tá indo muito bem, tipo guardar dinheiro, fazer um curso sobre algo novo, etc.

enfim.

04/07/2025

pensamentos da semana versão estendida além da anotação no bloco de notas

quando as direções da vida mudam, e você tem que colocar as coisas à limpo para os outros entenderem. mas por que os outros deveriam entender? por que deveriam se quer saber? e aí, do nada, a conversa arranha, cheia de ruído, porque tudo foi indo, e indo, e indo, e o ponto inicial de explicar já se passou, não era importante no momento. nem agora.

não é IMPORTANTE, mas toda vez que o assunto passa, de leve, é estranho. não é mais. não tem mais.

são vários pontos, tudo mudou. pouco mudou. nomes, talvez. alguns lugares? omitir as coisas. preguiça de ser honesta, apenas para não ter que me explicar muito. o tempo passou.

***

mas eu não tenho sentimentos ruins, em relação a nada. sinto que isso é um problema, me faz pensar que eu não estou indo fundo nas coisas. eu não vou até o fim, e o caminho da volta é fácil. parece humilhante às vezes; não é um sentimento de superioridade. eu realmente não me importo. mas eu me importo com a minha imagem, externa, é claro que me importo. eu sinto frustação com as coisas que aconteceram e com as que não aconteceram, é claro. mas raiva? raiva não. e talvez eu seja alheia a minha própria vida, talvez eu seja só uma pessoa tranquila. eu realmente não sei. 

nada parece ser muito grave, nada parece ser muito intenso. o problema está no começo (e por isso no final não vira nada?) ou o problema está no todo?

ou ainda, não é problema nenhum?

***

resolver o que foi pensando ha muito tempo é muito engraçado; num dia eu poderia jurar que se houvesse uma possiblidade, seria uma nova oportunidade. somos diferentes, mudamos. claro que sim. eu me sinto melhor, eu sei que estou melhor. e você?

mas cai, então, essa ideia. tendo convergido novamente, mostra-se que não. 

e no fim, o que foi é exatamente o que era para ter sido. não há parte melhor, momento melhor, pessoa melhor. para mim, que sempre achou que poderia ter sido mais, fico feliz que cheguei nesse lugar. demora um tempo, mas depois faz sentido para sempre, em todas as outras situações.

09/05/2025

mini tarô - e projetos não terminados

já reclamei muito em todos os lugares sobre tantas coisas que foi o último ano. e uma das coisas que me ajudaram muito foi o tarô. eu tiro há bastante tempo, comecei em aplicativo, até ganhar um deck no fim do ano retrasado, e então eu comecei a de fato tirar e estudar um pouco mais. eu acredito 100% em oráculo? não sei. que eu já consegui prever até fim de relacionamentos e em quanto tempo ia acontecer? 100%.

tenho um tarô de waite e obviamente que quero outros decks. mas eles são meio carinhos. e um que eu queria muito, e não achei era um mini tarô, uma coisinha menor pra levar sempre na bolsa. óbvio que um tamanho de baralho normal já estava de bom tamanho, e definitivamente estarei comprando – já separei alguns na shopee bem linduxos mas quero pesquisar um pouco antes de escolher mais uma versão pelo menos, se não deveria comprar um de marselha –, mas um mini baralho, sério, seria a coisa mais fofa. então resolvi fazer um. ☺

comecei procurando algum lugar que as cartas tivessem uma boa qualidade, e achei em um site que aparentemente é um arquivo, então baixei todas elas. as cartas estão ótimas, com uma cor linda e em alta definição, mas parecem escaneadas. então eu arrumei cada uma das bordinhas para ficaram iguais - e com o aspecto de borda de carta mesmo. fiz essa edição toda no figma.
depois de mais de uma hora de trabalho as únicas cartinhas que estavam prontas eram as da direita.

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aí se passaram semanas, e eu nunca fui atrás de imprimir. mas é isso, projetos ficam para trás porque perdi a vontade. na verdade, não exatamente perdi a vontade, mas fui imprimir outras coisas que tinha feito para um aniversário, e descobri que o preço do papel estava caríssimo.

fazia pelo menos um ano que eu não imprimia nada, desde o meu tcc. e realmente, me chocou quanto tinha aumentado. quando fui imprimir todas as fotos do meu trabalho, tinham acabado de reajustar o preço do papel, e já estava carinho. um ano depois, mais caro ainda. eu que amo um papel fiquei meio triste.

mas pensando em fazer ainda, em algum momento. também vi na shopee os adesivos todos bonitinhos, e pensei em fazer, pra fazer um caderno de estudos legal. como o arquivo já tá todo editadinho, é só imprimir e cortar mesmo, o que não é tão difícil, e, apesar do drama pelo preço, também não muito caro. acho que, no máximo, custaria uns vitne reais. é. só gosto de um drama mesmo.

dito isso, já comecei um outro projeto manual que eu também já deixei de lado porque aí já são uns quarenta reais! a realidade é: eu fico com preguiça de comprar as coisas. eu tenho pouco espaço em casa para guardar tudo, então acaba me deixando meio preguiçosa de tudo.

o outro projeto é uma bota, ela começou a descascar, então vi no tiktok de descascar tudo e pintar. testei algumas formas de descascar, mas descobri já a melhor, eu acho, porque essa eu ainda não tentei. nesse, a maioria dos tiktoks deram as piores dicas, mas, é isso. não vejo problema em testar, na verdade acho muito divertido.

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precisando fazer coisas. essa semana já fiz uma tatuagem, e cortei, pessimamente, meu cabelo. e tava olhando quanto custa cateter e brinco esterilizado pra furar em casa. precisando de algum movimento.

18/03/2025

eu tinha um ponto sobre um livro mas não evoluí ele

estou lendo a idiota, que estava há muito na lista de leituras que vejo o tempo todo alguém no tiktok recomendar e, enfim, fui ler.

por hora, o livro é ótimo. eu amo livros que não acontecem nada. e eu amo como ela é uma adolescente de 18 anos pretensiosa daquele jeito que acha tudo de si tão importante, cheia de desprezo pelos outros, enquanto assume que é extremamente alheia a tudo. eu era exatamente assim.

e agora, acabo por passar por uma passagem que ela saí com o ivan, um cara que ela tinha feito uma matéria, e eles vinham trocando emails, diversos. e ele fala nesses emails que, de certa forma não levava essa proximidade que eles tinham no escrito para a vida real porque meio que o que eles falavam por email não era a comunicação do cotidiano, do básico. então eles saem para tomar um café, dar uma volta. e o tempo todo eu sinto ela odiando o encontro porque ele fala. e fala muito. e fala sobre ele, enquanto ela não consegue muito bem se colocar. e acho que ela percebe um pouco isso, que, de fato, ali, na presença, na vivência, talvez não sejam tão interessantes assim.

não sei se foi o que realmente aconteceu, ela foi embora pra algum outro evento que tinha dito que estaria e eu me senti um pouco aflita e parei para comer um sanduíche de frango que estava imaginando desde o almoço, com saladinha de repolho, cenoura e rabanete e maionese.

o que me deixou aflita é que eu acho que vivo constantemente nas relações entre ser a pessoa quieta vendo a outra pessoa ser, e isso ser o bom, eu não estar presente ou eu ser a pessoa que torna a existência de algo, enquanto realidade da vivência, realmente algo. ou estou vendo as coisas acontecerem pensando coisas demais, ou estou falando, tapando os buracos, enquanto a relação quando não materializada, enquanto uma conversa de whatsapp fluí muito bem.

e assim eu vou ficando um pouco com preguiça das pessoas, mesmo que eu goste muito delas. a perspectiva de ter que ficar falando initerruptamente porque se não a situação fica meio estranha, mesmo que eu meio que conheça a pessoa, e a pessoa me conheça. eu tenho preguiça. a situação de eu não conseguir falar eu consigo facilmente sair, eu só vou embora o mais rápido possível, mas a de só eu ter que falar... porque nem todo mundo vê isso como um problema, ou como algo a ser livrado, eu acho.

depois, na ausência de ivan, ela sente falta dele. mas qual ele? o que ela acabou de vivenciar, que falou e falou, e em algumas dessas falas se projetaram nela de uma forma negativa, ou o ivan da escrita, distante? e eu odeio que isso ocorra. porque é isso. a ideia da pessoa ou ela em seu distanciamento é uma presença tão agradável, mas as vezes a presença dela na realidade não. e fica a pergunta: é uma questão de tempo até que essas duas pessoas, ou versões, se alinhem, ou nunca acontecerá, exatamente porque são duas coisas diferentes?

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segui com a leitura e no fim ela não fala nada sobre isso, e eles continuam saindo. não sem outras pequenas tensões, mas, no fim eu só estava projetando uma situação minha?

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eu fiquei com preguiça de continuar o texto, certeza que eu tinha muitos outros pontos para serem colocados, mas ultimamente tem sido assim, desde que eu resolvi voltar a tentar escrever do jeito que eu consigo escrever e não num caderno, eu começo, fico com preguiça, penso em voltar depois, mas nunca mais volto. mas agora, depois de dias, quando estou finalmente terminando o livro só para dizer que, de fato, é um excelente livro. eu consigo me imaginar passando por todas as situações péssimas dela, que não tem nada de muito péssimo de verdade, toda a relação dela com o ivan, e tudo com dezessete/dezoito anos. eu meio que amei. e agora eu vou ler os últimos quinze minutos de livro.

25/02/2025

leituras fevereiro/2025

em fevereiro tivemos só livros curtinhos ou rápidos. igual o mês. sei que a partir de agora não vou ler mais nenhum até depois do carnaval então, vamos lá:

o mágico de oz, de L. Frank Braun

é um livro infantil né? eu já li ele quando era criança, e lembrava de uma cena só, perto do começo. o que me faz pensar que talvez eu tenha lido só o começo. enfim, é rápido e fácil de ler. acho meio questionável como num momento é meu deus matei um besouro e depois é foda-se vamos matar quarenta tigres, as abelha tudo, um gato aleatório só porque ele ia matar um rato (o que justifica uma vida de uma criatura que não conhece pela outra?), mas ai acho que estou olhando demais as coisas pela moral mais de 100 anos depois?

enfim, eu não sou de todo uma grande entusiasta de livros infantis que tentam sair da bolha do infantil. mas o que me fez querer ler esse foi a edição lindíssima da antofágica. de fato, lindíssima. foi uma experiência legal e gostosa.

21/02/2025

fazer coisas bonitas

minha coisa preferida no mundo é fazer algo bonito. e gosto de viver de tudo o que é estético e prazeroso. e isso parece meio óbvio, porque, acredito eu, todo mundo gosta disso. mas eu sinto que esse é o único propósito da minha vida: consumir coisas bonitas, ler, ver filmes, ver arte, comer coisas gostosas, fazer coisas bonitas, como artesanato ou escrever, produzir, de certa forma, qualquer coisa e viver coisas bonitas, as noites, as festas, as caminhadas na cidade.

me afastar disso é me afastar de mim mesma. e ano passado eu me perdi muito.

terminar meu tcc, que, acredito eu, foi a última coisa bonita que produzi, não foi um processo muito tranquilo. o trabalho em si foi. foi gostoso de fazer as fotos, as entrevistas, escolher os trechos, pensar um fio que ligasse tudo. eu acho que é um trabalho muito falho, que hoje eu iria fazer de uma forma muito melhor, mas que, naquele momento, eu amei fazer. mas a ambientação em que eu estava fazendo ele, não. o fim da graduação, a incerteza se eu ia continuar tendo algum trabalho, a responsabilidade de ter um trabalho, os ciclos de amizades que se encerraram – não as amizades, mas o fio do cotidiano, dos objetivos comuns, de esperar pelas mesmas coisas e a ligação com o mesmo território –, os espaços que não faria mais sentido eu estar... emocionalmente eu fiquei bastante abalada nessa reta final de graduação. e após terminar eu queria um descanso, meio de tudo. fiquei alguns meses na deriva, indo para o trabalho, tentando fazer algo das minhas tardes. até que deu disso. e aí foi um tempo de me organizar, de criar outros planos, de traçar um outro futuro. e eu acho que consegui. tenho um trabalho na área, apesar de obviamente não ser a minha pretensão salarial para os próximos anos, nem para exatamente para os próximos meses, mas que me permite pagar uma pós graduação, que comecei em outubro do ano passado, que é mais um dos meios para os fins de continuar estudando, pagar a academia, que é muito importante tanto para a minha relação com meu corpo, que não é nem muito estável e nem muito boa, quanto pra minha cabeça, e viver as coisas que quero – obviamente, morando com minha mãe essa coisa toda. mas organizar isso levou uma parte de mim importante, que são as coisas bonitas.

eu sou apaixonada por arquitetura. eu sempre amei. eu sempre olhei projetos, sempre gostei de visitar lugares, e essa coisa toda. eu sou apaixonada por arte, por literatura, por música. eu sempre amei moda. mas nesse tempo de me organizar para voltar a ter um objetivo de novo eu meio que esqueci de tudo isso. tanto no consumo de coisas, quanto no criar. o fato de eu gastar, sim, muito tempo em redes sociais, principalmente tiktok, gera a falsa sensação de que eu estou sim vendo muitas coisas, e muitas coisas legais! e inclusive, às vezes, o sentimento de que já vi tudo e não tem nada mais muito legal para eu ver. o que é, obviamente, mentira. é claro que, sim, eu vejo muita coisa legal, muita referência, o trabalho de muita gente, indicações incríveis de filmes e livros, mas não é o suficiente. e não é por vários motivos. porque eu tiro um print pra ver mais sobre depois, e nunca volto pra ele. porque em algum momento todo mundo está vendo fazendo lendo a mesma coisa, então é só isso que aparece. e nem sempre é uma indicação realmente boa. e também porque o algoritmo, né. tem certas coisas que você precisa estar em outros lugares para de fato acessar. então buscar essas coisas fora dum lugar que, de certa forma, é projetado para que ou você só receba mais do que você já consome ou algo que muitas pessoas tenham consumido.

outra coisa que parei para pensar sobre isso, é que o fato de ver tantas pessoas fazendo tantas coisas meio que parece que eu mesma estou fazendo. então enquanto olho milhões de vídeos de pessoas fazendo algo, eu meio que sinto que eu já fiz, mas não do jeito bom, mas de um jeito que a ideia me cansa rápido. aí eu não faço, perco a vontade. só de ficar vendo me enche. mas não com a experiência, com o tátil, mas com a possibilidade. tudo é possibilidade. eu poderia tudo. e no fim, não faço nada.

nesse tempo, principalmente no pós pandemia, uma coisa que fez, e faz, muito sentido pra mim nesse sentido era ir pra festas, sair, essas coisas. muito se critica querer ir pra festa todo fim de semana, gastar com isso, e etc etc etc. mas sinceramente? é um momento de expressão tão importante. obviamente pra quem gosta. e eu gosto. escolher como vai se vestir, gastar esse tempo pensando nisso. o modo de se vestir que inclusive não precisa se adequar à muitas coisas. dançar. conversar. conversar os maiores absurdos. mentir um pouquinho. não só é divertido demais, como, e podem dizer que não, há esse espaço de criação. há esse espaço de usar todas as coisas bonitas já feitas e pensadas antes, de um jeito autêntico que nem precisa ser verdadeiro. o espaço de celebração é um espaço de criação também, e isso foi uma coisa muito importante, que me moveu e move.

um tanto de eu ter chego num ponto tão baixo que eu acho que preciso fazer mais coisas por mim e procurar outros locais de referências é também fato de eu não ter essa troca com pessoas com maior frequência. no caso, o momento que estou fora se tornou o único momento de socialização para, de fato, falar alguma coisa de meu interesse. fora isso, toda a minha socialização com pessoas são definidas em família, que querendo ou não tem uma imagem sua e não estão tão afim assim de ouvir sobre suas ideias, ou trabalho, que, no meu caso, não tem muita gente, então não tem muito o que falar. também dos ambientes que eu vivo. o escritório que eu trabalho e minha academia ficam no mesmo bairro que eu moro, e na mesma direção. eu ando pelos mesmos lugares, vejo os mesmos movimentos do cotidiano todos os dias. assim, eu passo minha semana para a existência do fim de semana, para, talvez, sair. e isso tem me deprimido meio que muito.

meio que considerando que organizei tudo na minha cabeça nos últimos meses, e que agora estou com uma rotina de trabalho-estudo-exercício físico-boa alimentação-etc bem organizada, eu, e o tarô concordou comigo, precisava procurar outras coisas que tanto agregassem nesse "plano de ação", quanto me preenchessem quanto pessoa. essa organização foi muito importante para tirar o sentimento de estar num limbo, de ser um fracasso enorme, mesmo que ainda me sinta um fracasso. eu tenho um objetivo. eu tenho plano. e eu estou executando isso tudo, de formas simples, não é nada drástico, nada é um grande momento de revelação, ou qualquer coisa assim. são pequenas coisas no meu dia a dia.

uma delas é que eu resolvi assinar revistas. enfim. esses dias eu estava pensando como eu só comecei a escrever por causa de uma revistinha infantil que vinha junto com a revista família cristã, que meus pais assinavam para mim e para minha irmã. um mês teve uma matéria sobre um menino que tinha um blog. e a gente amou a ideia. e aí meio que tudo o que eu desenvolvi enquanto criança e adolescente foi por causa dessa história de blog. os gostos que eu desenvolvi definitivamente foram por causa do mundo que eu vivenciei online nessa época. posso estar errada, porque eu era uma criança/adolescente muito online. jogava quase todos os joguinhos de mundo virtual. também meu incentivo a certas coisas, como leitura, não veio da minha vida online. mas definitivamente as escolhas quanto a certas coisas, eu acho que sim. e acho que é um pouco isso que eu tô procurando, achar alguma coisa por acaso que faça eu me apaixonar por algo. fora do meu controle. acho que um pouco sobre tudo essa afirmação é verdade, mas aqui falo principalmente de redescobrir a área que resolvi estudar e trabalhar, que eu de fato amo. mas desde que me formei eu nunca mais olhei um projeto, pesquisei alguma coisa interessante sobre. tudo é voltado ou para o que preciso no trabalho – e não são projetos muito interessantes, eu faço, basicamente, planta e desenho técnico do projeto já pronto, então não tem TANTAS escolhas legais em minhas mãos –, ou pra fazer alguma prova, tipo concurso. ler norma técnica é muito importante e interessante mas não é bem isso que desperta qualquer paixão.

outra coisa que sempre foi uma paixão para mim, uma grande jogadora de stardoll, é moda. mas nos últimos tempos, além de ter me perdido um pouco no que eu gosto, até porque meu corpo passou por instabilidades nos últimos tempos que eu só consegui de certa forma estabilizar agora, e também uma mudança de fase na minha vida, eu também parei de simplesmente me importar muito. mas não gostaria. eu sempre quis aprender a costurar. e eu posso ter uma máquina de costura também. a qualquer momento. ainda não consigo pensar onde guardar ela. onde usar ela. a coisa é que costurar faz bagunça. faz sugeira. exige lugar pra guardar as coisas, pra trabalhar, pra deixar os projetos em andamento. um pouco de investimento pra coisas que vão dar completamente errado enquanto aprendo... mas eu tenho ideias. muitas ideias.

o problema é que quase tudo exige espaço. eu não tenho espaço.

enfim, eu tinha muitas coisas para escrever, mas ao longo dos dias meio que fui covnersando demais comigo mesma. e aí eu meio que perdi todas as coisas que eu queria escrever. mas eu não estou exatamente feliz. mas eu estou tentando ficar muito feliz. e é isso.

04/02/2025

tentando ler as coisas

tem uns anos que eu comecei a me interessar por tarô. comecei tirando por um aplicativo, e de certa forma sempre funcionou, o que me fez aquerer um baralho e, enfim, no fim do ano passado eu ganhei um de presente, e simplesmente uma das melhores coisas que eu possuo. eu gosto de tirar mais para mim mesma, não sou muito fã de tirar para os outros. é estranho que eu sei mais ou menos o que a carta quer representar e dentro de um conjunto na tiragem que consigo entender mais ou menos o que tá tentando ser dito, mas eu não  consigo sempre colocar em palavras que não seja uma coisa muito genérica.

mas também ainda não sei tirar mesmo, mesmo. todas as vezes que tiro cartas eu pesquiso sobre elas para ter certeza, para ver outras opiniões, para não deixar alguma coisa que poderia ser interessante para trás. hoje, depois de um tempo já lendo, e como algumas cartas geralmente ficam saindo com frequência em certos períodos da vida, já tenho alguns significados mais enraizados. mas ainda quero muito estudar mais sobre. um desses passos acho que é exatamente escrever sobre.

comecei anotar num diário as tiragens para voltar no fim do mês ver se realmente tinha sido o que foi tirado. mas anotava poucas palavras chaves, que podiam abranger muito. então vou tentar escrever um eu acho e um foi isso que foi.

***

nesse mês, a tiragem foi o louco, o mago e os amantes. num princípio eu achei que, nesse contexto de novo ano, seria uma tiragem exatamente de renovação. aventuras. coisas novas acontecendo com paixão! onde todas as coisas estão prontas para acontecer!!!!

acontece que, eu acho, a ideia era mais mostrar que talvez eu estivesse entusiasmada demais para um começo, mas exatamente dessa forma inocente, de quem espera tudo. foi um mês que eu estive focada e disposta a fazer as coisas que eu acredito que serão os resultados do lugar que quero chegar. estudando, focando na academia, tentando a vida social, etc. e acho que é mais sobre isso que era pra ser. escolher os caminhos nessa nova jornada (novo ano, nova idade, enfim) para num futuro próximo eu ter os resultados das coisas que tenho manifestado e trabalhado por.

também o mago, quando pedi uma carta de orientação, foi a que saiu. o que achei bem pertinente porque eu realmente estou precisando acho manifestar mais e ser mais ativa nos meus desejos. eu sei o que quero, mas talvez não de forma objetiva. e isso é uma coisa que acho que preciso.

***

hoje, dia 31 de janeiro, como vou passar o fim de semana fora, em um lugar que haverão outras pessoas, o que, querendo ou não vai significar ter que tirar para outras pessoas, vou tirar agora para o mês de fevereiro. vamos lá ver o que ela aguarda.

***

cartas de fevereiro

valete de paus: energia empolgante, juvenil, criativa, coisas novas legais que podem acontecer! e talvez meio imprevisíveis. essa energia pode partir de mim, mas também de forma externa, alguém trazendo essa energia. mas por um lado essa empolgação toda pode ser um pouco imprudente e agir de forma precipitada

cavaleiro de ouros: perseverança e foco nos meus objetivos. estabilidade. progresso. algo estável vindo no futuro? focar no que eu tenho feito de bom para alcançar algo que quero? mas por outro lado, pode ser que esteja fazendo as coisas de uma forma muito rígida ou conservadora que pode ser repensada.

seis de paus: conquistas? sucesso? reconhecimento?

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colocando no meu contexto

eu realmente não consigo pensar muito num contexto que tantas coisas boas juntas sejam uma verdade para mim. é claro que coisas novas podem acontecer ainda, nesse tempo alguma coisa que vá ser o início para alguma coisa que me empolga e se eu estiver focada nisso elas podem de fato acontecer. acho que a coisa é estar aberta as possibilidades da vida e aceitar elas com energia, mas saber que só empolgação não é o suficiente para que de fato aconteçam, e sim trabalhar isso de forma persistente.

eu não tô muito confiante que algo realmente vá acontecer, mas as vezes é também isso: me abrir para a empolgação de algo diferente que eu não consigo visualizar ainda.

os últimos dias foram meio sem energia e para baixo – ok que juntou uma tristeza de aniversário com menstruação, então.... –, janeiro que eu estava um pouco animada, como da pra ver com a leitura que eu fiz e o que acabou sendo, e achando que as coisas poderiam acontecer, não aconteceram. enfim. não levar isso pra frente.

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uma carta para vida amorosa: valete de espadas

comunicação. querer lidar com as coisas de uma forma mais racional. talvez meio impaciente.

hm ressoa em dois sentidos. talvez eu devesse em uma situação deixar as coisas mais claras, em outra, tem um problema de comunicação que aconteceu há um tempo e ainda me assombra. será que teremos a possibilidade de resolver isso?

***

é um exercício gostoso de tentar colocar as coisas em palavras, tanto a energia do tarô quanto dos meus sentimentos. racionalizar e tentar entender as duas coisas e chegar nesse encontro dos dois. eu adoro o momento de tirar um tarô, que é exatamente esse momento de pensar em tudo. de saber o que eu espero que saia nas cartas. enfim. tirei para mais algumas perguntas, mas achei que não precisava refletir muito sobre, coisas que foram bem objetivas. voltamos no fim do mês pra ver o que aconteceu.

29/01/2025

e esse é todo o ressentimento que ficou: não lembrar o que realmente senti nesse momento

queria ter escrito sobre você quando tinha um sobre você.
volto atrás nos pensamentos e não lembro de muito.
tento te ler pelo tarô. na época eu não tinha meu tarô.
infelizmente eu senti mais do que devia enquanto sentia tanto de tudo, que não tinha nada a ver com você.
e essa é minha dúvida. será que o tanto que eu sentia por você era mesmo sobre você?
não tenho registro para saber.
queria ter escrito sobre você quando tinha um sobre você.

27/01/2025

leituras janeiro/25

sinto muita saudade de escrever. não sei mais escrever. mas eu sinto falta desse momento de sentar e pensar um pouquinho sobre as coisas. parei de avaliar livros e coisas porque sempre mudava de ideia um pouco depois. mas acho que falta eu lembrar delas um pouco depois, mesmo que só da sensação imediata. então estamos aqui escrevendo sobre o que foi lido, pelo menos agora no começo do ano.

primeira leitura: o vampiro antes de drácula, org. martha argel e humberto moura neto.

ganhei esse de amigo secreto no natal, estava desde que vi que seria lançado querendo muito ler. amei ler drácula, adoro esse universo místico mágico macabro e a ideia do livro de trazer como que a evolução do mundinho vampiro até o que se tem como o clássico hoje. o livro traz contos variados, assim como dois textos que falam um pouco sobre a evolução da criação desse personagem, e no fim de cada conto uma pequena biografia e explicação da importância do conto em questão para a ficção vampirística. achei muito bom esse formato. essa edição tem ilustrações lindas, o que me ganha muito também. 

como qualquer antologia, é difícil gostar de todos os contos, e de fato alguns não me pegaram. como são todos mais ou menos a mesma coisa, pode se tornar um pouquinho cansativo ler todos seguidos, apesar de ser um livro rápido: fica aquela sensação de "nossa, mas de novo!". mas por serem contos da para simplesmente pular os que não gosta, ou ler um pouquinho e voltar depois. como só levei ele para ler em uma viagem, acabei lendo meio picado com outros passeios ou um tempinho no tiktok, e isso ajudou a deixar fluído mesmo assim.

gostei muito que ganhei e li ele bem certinho com o tempo de ir assistir nosferatu no cinema. 

conto preferido foi o do h. g. wells, com uma abordagem vampira um pouquinho diferente (do autor eu só li a máquina do tempo e gosto do livro. o conto fez eu colocar um pouco acima de prioridade outras coisas dele).

segunda leitura: o amor não morreu, de ashley poston

começando a escrever ainda nas primeiras páginas. comprei em viagem numa daquelas bancas de qualquer livro por quinze reais. era o último, então poderia ser um indicativo que é bom, mas geralmente livro nessas lojas são na verdade um indicativo de que são ruins ou saturados. nas primeiras páginas eu achei ela um chata. vou sentar agora e ler mais um pouco. vamos ver o que vem por aí.

terminei. ela é definitivamente meio chata. esse personagem desastradinha, perdidinha mas ao emsmo tempo tentando ser forte e "nossa como faço tudo sozinha" me irrita. pior que comecei um agora que ela assim também. eu meio que não esperava do nada a revelação de que ela vê fantasmas. não é meu tipo de coisa, acho bem tosco. tem toda uma tensão de que ela foi embora da cidade e sinceramente o motivo não me foi forte o suficiente pra ela ficar anos sem ir pra lá, acho que ela ficou ainda como uma tonga meio egoísta. 

definitivamente um não na minha vida. e eu arrisco a dizer que estou é ficando saturada desses romances que já começa sabendo tudo. as vezes o livro nem é ruim, é só isso mesmo. mas os fantasmas, o drama por muito pouco... pra mim... definitivamente não.

duas observações que é meio a única coisa que ficava pensando: se fantasma atravessa parede e as pessoas como é que eles sentam eles não atravessam? flutuam e ai por hábito flutuam acima das coisas? eu definitivamente seguiria fazendo coisas por hábito. e também: eles sendo do mesmo ambiente, e ela simplesmente aceitou que ele morreu sem ir atrás pra saber tipo ficou uma semana inteira nisso? juro. não.

terceira leitura: amor por engano, de lynn painter

livro ruim. me fez pensar que as vezes uma leitura muito leve e rápida só irrita. eu ficava o tempo todo pensando que eu queria ler algo com alguma profundidade, com alguma coisa interessante acontecendo (próxima leitura vai ser o mágico de oz, mas, enfim....) eu realmente não entendo quem só lê isso. li dois livros mais leves bobinhos seguidos e sinceramente que irritação. mas eu também não tava nuns dias dos melhores no meu humor.

a personagem principal é uma pessoa totalmente sem noção. tem algumas cenas que são para tentar parecer que nossa ela é um espírito livre, como ela é doidinha, como vive itnensamente e nossa como o cara é muito certinho e mandão e bitolado com as coisas, mas ela só está sendo sonsa e desrespeitosa com o espaço pessoal de outra pessoa mesmo, e aí ela fica como certa???? ruim mesmo.

***

de fato, o exercício de sentar e escrever tem sido bom. espero continuar. e sobre os livros também. tipo assim, o objetivo definitivamente não é fazer uma super resenha, é só fazer um comentário mesmo e pensar uns minutinhos a mais sobre o que foi lido, proque tem certas coisas que eu li que eu não queria pensar cinco minutos a mais, mas tudo bem :D

vinte e quatro

tem uns dias que venho sentindo um completo fracasso.

vinte e quatro anos é uma idade que as coisas começam a parecer meio sérias: é um idade completamente aceitável para ter uma casa, um carro, casar, filhos, emprego estável com um salário de adulto. e aí você chega ali e percebe que não tem absolutamente NADA disso.

minha vida financeira exatamente igual a de quando era estagiária – o que aí obviamente fica claro que nada de carro e essas coisas..... –, minha vida amorosa um completo fracasso. me olho no espelho e não me reconheço mais nem como uma coisa que eu já fui e nem com algo que eu seja. eu... só.... não sei.... e só pra dizer que nem tudo é fracasso, e as vezes por causa disso que eu esteja do jeito que estou, eu tenho uma família e amigos ótimos, mas isso não é exatamente uma conquista né?

e por ser assim que me encontro, no limbo do insucesso e do nada, essa foi a primeira vez que fazer aniversário foi difícil.

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acordei três da manhã pra chorar, não sem antes ter chorado pelo menos três dias antes. acordei de novo para ir trabalhar. a primeira coisa que fiz, com os olhos ainda meio inchados da madrugada, foi tirar um tarô para essa idade. os amantes. dualidade? escolhas??? parcerias??? olhar a vida com paixão?????? não que me surpreenda. eu estou fazendo isso. mas aparentemente estou fazendo mal.

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além do sentimento do fracasso tem o sentimento de não ser tão jovem. de não existirem desculpas. você não está mais aprendendo. você não está mais tão no começo. você pode ter um discernimento do mundo. você entende. ou deveria entender. não é mais dar um sorriso e falar opa deu errado, eu sou tão juvenil. isso me assusta. na minha cabeça eu só consegui muito dessas coisas por causa disso. eu sei que eu sou absolutamente capaz de todas as coisas que eu já fiz e que quero fazer. mas não ter mais o privilégio da extrema juventude assusta. saber fazer bem uma coisa não é uma coisa especial, é uma obrigação. a vida parece um pouco mais uma obrigação.

não que eu ache a vida adulta ruim, muito pelo contrário. eu jamais voltaria a ser criança ou adolescente, embora eu definitivamente teria 21/22 anos pra sempre, se me perguntassem, não vou mentir. só que agora, nesse momento da minha vida, parece que a responsabilidade que eu tenho é uma que considerando os passos dados na vida eu já devia ter chego. mesmo que sejam coisas, TODAS, que dependam de fatores externos fora do meu controle. 

**

quando eu acordei eu senti que eu precisava muito escrever sobre para esclarecer as ideias. mas a verdade é que já pensei tanto que as ideias se resumem em: é eu meio que sou um fracasso e meio que deve ser culpa minha, mas eu também tô fazendo tudo o que é possível para que não seja, um trabalho que é na minha área, é legal, estou ganhando experiências legais, mas definitivamente não é o quanto eu quero ganhar, sigo estudando, sigo indo todo dia na academia e me alimentando bem – e preciso dizer que eu estou cada vez mais gostosa, e talvez essa seja a minha única conquista! –, sigo conhecendo pessoas e sempre me abrindo para experiências diferentes... eu realmente não sei o que mais eu posso fazer, talvez seja só essa pressa de ter tudo, vendo outros tendo antes de mim, e eu só preciso esperar que as coisas se alinhem no momento certo, tendo meu tempo para que as opções que eu realmente quero estejam presentes. porque é certo que não quero algo que não quero mas que seria mais aceitável. e assim seguirei tentando fazer.

mas hoje o que eu vou fazer é usar meu ingresso de aniversariante para assistir chico bento. 

feliz aniversário para mim!

10/01/2025

treze dez vinte e três

 penso muito em quando eu tinha treze anos

eu tenho vinte e três anos, e constantemente penso em quando eu tinha treze. aquela coisa de que realmente é uma idade que muda muito na vida de uma menina, e é mesmo. o tempo todo eu penso no que mudou e no que nunca vai mudar, porque dez anos é tempo suficiente, eu acho, pra poder ter esses distanciamento e ver onde a vida tá levando a gente.

a coisa é: a vida vai levando. nessa hora as vezes chega o questionamento se eu me levei ou ela levou e para onde. os últimos dias têm sido um pouco estranhos, e eu sinto que não fui pra lugar nenhum, e minha cabeça só pensa se eu errei ou se só ainda é cedo. qual o limite do cedo? quando é tarde demais?

com treze anos é cedo demais, mesmo que nesse momento a gente decida muito. nesse momento que sinto que nada está dando em nada me agarro no que eu tenho desde sempre: um pouco de escrita, um pouco de músicas que me confortam – e nesse momento me encontro escutando strokes, lugares que a gente volta quando tudo desanda –, um pouco de sonhar com o que mais.

às vezes o que faltou com treze anos foi sonhar um pouco mais. e com coisas possíveis. qual foi a meta? eu acho que não exatamente cheguei nela, mesmo que ela não existisse, mas na verdade a gente não tem noção de o que seremos, quão novo tudo continua sendo. porque continua. será que para sempre? ou será que alguma hora a sensação de desbravar o mundo acaba?

poderia falar que o saldo positivo é que a calma cresce minimamente, o controle emocional. mas tem horas que eu sou uma menina de treze anos cortando a franja. mas daí o controle emocional é que ficar ridículo não é exatamente um problema mais. mas não sei se é isso ou se é só aceitar que o tempo passa, mais rápido do que a gente gostaria. enquanto ele parece um pouco estagnado. e da nossa insignificância. ela cresce e muda de jeito. mas no fim, as coisas seguem sempre as mesmas.

na verdade as coisas vão fluindo devagar, elas mudam aos poucos e aos poucos e aos poucos. a sensação de que tudo está parado é horrível, mas olhando ao para trás as coisas se movimentaram. depende de qual movimento você queria. esse vinte e três anos me pareceu pouco, mas eu fiz algumas coisas importantes para mim. esse texto começou a ser  escrito num momento que eu sentia que nada ia para lugar nenhum, e hoje, vários meses depois e quase vinte e quatro, eu não lembro quais eram essas coisas.

pensando bem, ainda estou exatamente no mesmo lugar, mas em outro.

pessoas passaram, pessoas chegaram, meu corpo mudou, conheci novos lugares, descobri novas coisas que gosto, aceitei outras que não, e enquanto o futuro ainda me parece instável e outras pessoas no mesmo tempo que eu tenham vidas diferentes, no fim, eu acho que quem eu era com treze anos não ia estar satisfeita com o que somos dez anos depois, porque acho que ela se levava um pouco mais a sério. eu de vinte e três também não estou satisfeita, mas sei que é passageiro. o sentimento de estagnação vem de as coisas serem feitas devagar. mas eu não tenho muito problema com isso.

também parei um pouco de pensar muito em quando eu tinha treze anos.