17/10/2025

não tenho medo de tentar mas tenho de os outros verem eu tentando

eu tenho medo de ser vista tentando e é da minha personalidade achar que tudo tem que parecer natural ou sorte, mesmo que não tenha sido natural ou sorte, e sim um esforço contínuo para algo acontecer. isso tem um pouco a ver com meu esforço nunca parece um esforço igual ao dos outros, sempre parece menos. e aí eu nunca sei se é porque ele, de fato, é menor que o dos outros ou se eu só não fico incomodando os outros falando vejam só como eu estou tentando! acho, até, meio vergonhoso. olha como eu estudo e vou na academia e como bem e faço coisas diferentese tenho metas e objetivos de vida! (e a pessoa não chegando no resultado esperado de nenhuma dessas coisas). não quero que olhem e pensem que eu sou uma fracassada, que tentou e tentou e tentou e não conseguiu.

mas essa de meu esforço sempre parecer menor que o dos outros: é porque, realmente, não é uma dor fazer isso. isso de tudo como ir na academia, estudar, começar uma coisa nova. realemnte, não é terrível fazer isso continuamente. às vezes, claro, tenho preguiça, falta de disposição e preciso me regrar para gastar uma horinha nisso aqui, otura horinha naquilo ali. mas, como obviamente não cheguei onde eu queria chegar, o esforço não pode ser medido, não é possível falar que deu certo. então eu sempre acho que, apesar de estar fazendo algo, parece que não estou fazendo o suficiente. as coisas estão ficando mais fáceis porque estão mais fáceis ou estão ficando mais fáceis proque eu estou progredindo?

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outra vista de tentativa - esses tempos tinha feito os adesivinhos de tarô pra meu livro. minha irmã falou: coloca pra vender na shopee. falei, pois é. coloquei. já vendi três. é uma coisa que nãogasto dinheiro, e quando vem o pedido, eu faço. simples. a gráfica é relativamente perto de casa, o correio também.

hoje, inclusive, aconteceu o pior cenário. a venda foi ontem, eu preciso ir imprimir, porque, obviamente, não tenho estoque, já que foram só três vendas em um mês e eu nem sei se vai vender mais. quinta - sexta. o correio não abre sábado. eu queria ter ido ontem imprimir, para enviar hoje. MAS está com o tempo SUPER instável, dando pancadas fortes de chuva e vento de forma bem imprevisível. é papel. o gasto de uber não está na precificação. terei que ver como isso vai acontecer.

eu amo fazer papel bonito. estou pensando em marca páginas agora. magnéticos. eu amo marca página magnético. mas teria que comprar uma quantidade absurda de ímãs. é triste e esse tipo de coisa também desanima.

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não sei, com frequência eu acho que deveria tentar mais, mas não sei como. talvez seja hora de tentativas desconfortáveis.

perdi o ritmo desse tópico porque estou no trabalho, ouvindo a chuva, sabendo que não vai dar pra ir imprimir e veio, enfim, o novo sistema da prefeitura. estávamos duas semanas sem o sistema, então meio que muitas coisas não estavam podendo ser feitas, porque não tava dando para consultar nada online na prefeitura.

enfim.

13/10/2025

o que não se desenvolveu (ainda)

um exercício de anotar começos e não terminar e mesmo assim colocar eles no mundo. os começos, sem términos. os começos sem desenvolvimentos, até porque nem acho que todos precisam ter término. sempre com a mesma justificativa. quando é que algo fica interessante o suficiente? quando algo perde totalmente o interesse e vira qualquer coisa. geralmente vira qualquer coisa. pedaços e cansaços.

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dualidade de colocar para fora e manifestação. infelizmente, por hora, um é contradição do outro.
as coisas não andam como eu quero. mas eu preciso falar. se manifestar for a solução, é impossível chegar nela sem trazer à superfície o ruim. contradição o tempo todo de algo.

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cidade maior que eu esperava mas também menor não há tão grande assim o corpo quando posicionado assume outras proporções. a cabeça cria coisas maiores que a realidade.

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meu sonho tão pequeno tão grande. queria ler um livro num dia fresco numa poltrona mole do sergio rodrigues na minha casa. nem acho ele o móvel mais bonito existente. mas parece adequado demais para um canto de leitura.

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quando eu li maquetes de papel em 2018, no primeiro semestre da faculdade eu achei a coisa mais óbvia do mundo
agora toda vez que eu faço o mais simples dos protótipos em papel eu vejo, sim, eu vejo.

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até o fim do ano preciso terminar esses dois esmaltes que são feitos de vários restos de esmaltes (os dricas), esse amor profundo da impala, que eu acho que não dura nada na minha unha, apesar de amar a cor e o sou topping, só porque ele tá acabando mesmo, isso porque eu amei ele. project pan ou qualquer coisa assim?

07/10/2025

natal? um relatório adiantado mesmo que eu seja contra a venda de panetones desde setembro

já começaram a aparecer os panetones no mercado, desde o mês passado.

não concordo com esse tempo acelerado e serei resistência: só comprarei meu primeiro panetone em novembro, lá pelo meio ainda. sim, eu quero o panetone de caribe e talvez o do snoopy: eu caio fácil nessas, também não estamos imunes ao tiktok, embora a tendência seja até a hora de eu ir consumir eu já ter saturado da ideia desses produtos. mas eu realmente não vou comer panetone em outubro. desculpa. e aí vai sobrar para o meu panetone preferido, que é o do mercado, o que é muito feliz, porque geralmente é um dos mais baratos e lá em casa um panetone acaba em um lanche da tarde, então...

mas mesmo que já estejam querendo que seja natal, eu não acho que seja e não sinto nenhum clima de fim de ano ainda. muito pra acontecer, não? talvez não, mas natal pra mim é aquela sensação de deixar levar, nada pode ser feito, e o que precisar, janeiro está logo ali. e ainda não está no momento de baixar a guarda.

mas eu já comecei, sim, a olhar ideias, olhando preços de coisas, é um momento que pede alguma organização financeira. e eu sempre gosto de comprar presentes e fazer embalagens à mão. além dos presentes aqui de casa, sempre escolho uma lembrancinha de boas energias para amigos, trabalho, etc. então estou olhando ideias novas. para embalagens eu sou fã de kraft. é a coisa mais linda do mundo? não. mas é bem versátil e um rolo faz muita coisa. desenho, colagem, saquinho, caixa: se adapta para o que for preciso. então, obviamente, sempre há muitas inspirações assim.

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primeiro vamos para um relatório do que eu já fiz nos últimos anos.

EMBALAGENS

ano passado eu pintei elas com nanquim prata e usei fita de cetim preto e uma fitinha de folhas, que foi o que sobrou da minha fantasia de halloween. ano retrasado eu fiz com kraft e aquelas estrelinhas, corações, etc, pequenos, tipo glitter, que eu não vou saber o nome. também colei o nome da cada pessoa com letrinhas desse mesmo jeito, com uma fitinha para pendurar na árvore como um enfeite, e cada um em um formato, estrela, árvore, etc. 

essa era a imagem de inspiração. mas eu fiz com cola.

 
foram assim que ficaram! únicas fotos que achei...

o do ano passado eu não amei, porque os desenhos não ficaram muito bons e ainda alguns desenhei já tendo embalado os presentes, para visualizar melhor onde iriam as estampas, mas teria sido muito mais inteligente ter feito um papel primeiro e depois embalado, como se fosse um papel de presente já pronto. já as miçanguinhas coladas ficou lindo. o do enfeite penduradinhado foi excelente e funcionou muito bem, porque todos os meus presentes eram pequenos: colar, pulseira, brinco. e aí já puxo o gancho de 

PRESENTES

eu queria lembrar de mais que dois anos, mas realmente não consigo. ano retrasado eu comprei brinco, pulsei, colar, meio que nessa pegada para todo mundo. estava bem sem dinheiro, então pratas foi o caminho. eu sou muito fã do presente de prata, com cinquenta reais da para comprar uma lembrancinha bem legal. minha irmã mais velha ganhou aquelas ceras que derretem e liberam cheiro. para meus amigos eu comprei aquela pulseira de sete nós. no trabalho foi cacau show mesmo, também não pensei muito. ano passado eu queria presentes divertidos. comprei lego daqueles de flor da shopee e um perfuminho para minha irmã mais nova, para a minha irmã mais velha eu comprei aquelas maquetes que se monta um ambiente foto e para minha mãe um daqueles mapas de ir riscando lugares que você já foi. ninguém usou. nem o mini lego de flor foi terminado. para meus amigos e no trabalho eu comprei um incenso que tinha a embalagem mais divertida, no sentido brega, que eram "abre caminhos" e "hei de vencer". atrás tinha uma oração cristã. amo fazer parte de todas as crenças possíveis. para o meu pai é sempre um presente meu e das minhas irmãs, e, assim, é sempre um genérico. bebida. camiseta. perfume.

COMIDAS

outro tópico importante, eu geralmente gosto de cozinhar algo. três anos atrás eu fiz duas tortas, uma banofe e uma de lemon curd. ficaram ótimas. ano retrasado eu fiz arroz temperado, meio que tudo já tinha sido escolhido. e ano passado eu não consigo lembrar, mas acho que não fiz nada, só ajudei nos preparos lá em casa.

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relembrado o passado, vamos para as ideias desse ano.

EMBALAGENS

queria fugir do kraft. estarei vendo alguma embalagem útil, talvez saquinhos de algodão, que sempre podem ser usados para guardar coisas na bolsa, acessórios, sapato, etc, dependendo do tamanho. mas é mais caro. ou papel de presente tradicional mesmo, sem inventar muito. também vi umas ideias de em vez de laço usar linhas com uns formatos assimétricos, e gostei bastante. também com foto, gosto da ideia. mas a foto seria do que? lá em casa, de todo mundo? eu com a pessoa?

as fitas bem bonitas, como renda ou veludo me chamam a atenção, mas acho um gasto muito grande de recursos para algo que vai durar pouco, e, dependendo do tamanho do presente, nem pode ser reaproveitado. vi de colocar uma coisa divertida em cima, e as vezes um rodriguinho, que é o nosso cachorro, é uma ideia legal. acho que um papel de cor forte ou estampa bonita vai ser o escolhido. 

se eu aprender a usar a máquina de costura, sim aquela famosa do tiktok shop e shopee, talvez eu faça algo de tecido. mas admito que estou com um pouco de preguiça de inventar.



PRESENTES

como ano passado eu tentei inovar muito e ninguém usou, esse ano vou voltar para o básico. uma coisa mais body splash, brinco, que pelo menos é usado. estarei prestando atenção na black friday da granado. mas vai ser isso, para a minha irmã mais nova o perfume da mônica da jequiti, que ela ama, para a mais velha talvez o mesmo perfume que eu uso e ela gosta, para a minha mãe, descobriremos. ela é bem chatinha para isso, nada ela gosta muito. mesmo quando ela fala de algo, você ainda vai errar porque não era a que ela idealizou. então meio que...

de lembrancinha de trabalho, eles são um casal, então talvez algo para eles usarem em casa, vela aromática, algo assim. ou uma bebida. vinho ou espumante.

para meus amigos, eu sempre compro algo de boas energias. já foram vela, incenso, pedras, pulseira. estou realmente pensativa. e stava pensando em fazer algo com o arcano do ano da pessoa. não sei e aceito sugestões. esse presente tem que ser algo até dez reais, então fazer algo eu mesma é uma boa opção.

COMIDAS

essa ainda precisaremos saber o desenrolar da festa natal, onde será. o que está muito cedo para saber. mas sempre já salvando algumas coisinhas bregas inspiradas em guirlandas, árvores, que eu sei muito bem que não irei fazer.

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MINHA LISTA DE PRESENTES

já pensando se haverá um amigo secreto, já estarei começando a organizar uma lista na amazon. tem funcionado nos últimos anos e eu sempre amo meus presentes. também não acho ruim quando as pessoas que eu não conheço muito intimamente fazem isso. no amigo secreto da família eu tenho sempre sorteado pessoas que eu gosto muito e conheço o gosto: minha irmã (dei um livro que eu sabia que ela queria), minha mãe (dei uma sugestão que ela colocou no grupo e body splash e creme com um cheiro que eu sei que ela ia gostar. lá em casa a coisa do creme às vezes é um problema, porque todo mundo é meio enjoada, com enxaqueca e rinite...) e uma tia muito próxima (dei a sugestão dela da lista e uma pulseira). eu gosto muito quando meus amigos secretos são pessoas próximas porque eu não me importo de no fim ganhar um presente ruim, mas, felizmente, só tenho recebido bons presentes.

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é isso, pensando bastante já nas coisas, daqui a pouco, na metade de novembro, hora é começar pedir tudo na internet para ter certeza que vai chegar certinho! mas antes, por favor, vamos para um festinha de halloween?? (não pensei em nenhuma fantasia! mas também, ainda não vi uma festa legal na minha cidade!)

29/09/2025

escrever sobre leituras e as leituras de setembro/25

todo mês penso qual seria o melhor formato para escrever esse texto. lista? de forma corrida, igual da última vez? fazer um resumo do livro com algumas opiniões? só escrever opiniões que sejam quanto a qualidade do livro e da escrita? fazer associações diversas da minha cabeça? não sei, sempre vamos descobrir só na hora de escrever, de fato. 

esse mês eu tinha pensado em fazer apenas com as anotações que eu faço durante a leitura, mas logo descartei, porque pode acontecer de, inclusive, não ter anotações. quando estou lendo perto do computador, eu já abro um rascunho do que vai vir a se tornar esse post e anoto, de forma bem superficial uma coisinha ou outra (inclusive queria deixar um exemplo, mas eu apaguei e não consegui dar ctrl zs o suficiente para mostrar o do primeiro livro. vou tentar lembrar de deixar o rascunho de uma leitura aqui). também acontece que, se é um livro físico, as vezes eu anoto no livro algumas coisas. e aí essa anotação se perdeu até a possível existência de uma segunda leitura desse exemplar, que pode nunca acontecer por ninguém. e tem também o não anotar. se estou lendo e não tenho onde anotar algo, ou, apesar de ser algum ponto que eu gostaria de falar, na hora eu não ter algo minimamente formulado, então não tem anotação. às vezes demora um tempo formulando o pensamento, de porquê ele seria importante. também tem o só seguir o fluxo da leitura e realmente não parar para anotar qualquer coisa, e só ter uma nota mental de pensar sobre isso depois, que não é um método muito confiável de anotação.

outra coisa é que acho que apresentar frases mal construídas, palavras soltas e etc etc etc vai contra o objetivo inicial de isso tudo, que é, exatamente, desenvolver os pensamentos, pensar um pouco mais sobre o que foi lido e certos sentimentos que me vejo experimentando durante a leitura. isso seria voltar ao que eu não estava confortável antes, de consumir de forma pouco racional coisas e depois nunca mais olhar para elas. e esse tipo de comentário tem seu espaço: fica para o twitter.

talvez exista uma versão híbrida em algum momento, com as anotações iniciais seguidas do desenvolvimento delas. ou o descarte. isso também acontece bastante, de depois não fazer mais sentido.  mas não dessa vez, já comecei errado, quem sabe para outubro.

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uma grande história de amor, susanna tamaro

essa leitura foi curtinha e rápida, mas meio foda-se pra mim. em alguns momentos achei a que escrita parece meio juvenil, uma coisa meio histórias que lia na internet. as ações do livros são todas muito pouco dignas de notas, é só a vida indo. talvez a minha indiferença seja porque o livro fala principalmente sobre luto, e eu, felizmente, não tenho muita experiência com esse tema. também achei que para ser uma grande história de amor ela é muito unilateral, os demais participantes dela não são muito presentes, são meios incógnitos.

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a bíblia do tarô, sarah barlett

queria ler alguma coisa um pouco mais, será que podemos chamar de técnica?, sobre tarô, para estudar de forma mais aprofundada, principalmente sobre tiragens e simbologia, algo além das próprias cartas, como numerologia e outras associações simbólicas, já que eu tenho contato com tarô há dez anos, mas nunca desenvolvi muito os estudos. eu comecei estudando com um aplicativo, o labyrinthos, onde eles dão as cartas e palavras chaves, mas achei que tinham alguns problemas nesse método: a tradução ruim, de uma forma as vezes muito literal (e por um tempo, sem tradução), as cartas são personalizadas do aplicativo, não as cartas mais tradicionais, o que depois eu percebi ser muito importante para quem está querendo começar a aprender, e a metodologia palavras chaves e pequena descrição não ajuda a desenvolver uma leitura completa, e sim olhar as cartas de forma isolada. pelo menos foi o meu caso. em anos tirando assim, eu não consegui desenvolver um pensamento de contar uma narrativa mesmo. claro que é uma excelente ferramenta para quem está começando, mas eu diria para associar ao estudo com imagens tradicionais também e outras formas de estud odas cartas individuais. 

ganhei meu primeiro deck no final de 2023, e aí eu comecei a tirar mais mesmo. com as cartas em mãos a história é outra. porém, ainda segui muito a coisa de tirar as cartas e ir atrás dos significados, palavras-chaves e etc. até comecei  a consumir mais conteúdo de tarô, vídeos e etc para interpretação, e acho que consegui desenvolver um pouco mais essa questão da narrativa. mas eu não me sinto segura em tirar para os outros. para mim eu sempre faço o que seria uma tiragem linear, e eu consigo olhar as cartas e fazer a associação, mesmo que nem sempre colocando em palavras a ligação delas. a narrativa está ali, mas a objetividade para contá-la não. 

eu li o livro por completo, mas a verdade é que é a leitura de um manual não é apenas uma leitura linear que se acaba na primeira passada de olhos. então tenho pegado ele aos poucos, a cada tiragem semanal, para olhar. é mais interessante que procurar na internet, o que eu sigo fazendo por não me sentir segura com a interpretação das cartas, evita perder o foco do momento.

sobre a leitura de cartas, eu achei fraco. acho que usa associações muito simplórias, e sem aprofundar na presença da imagem. é realmente para pessoas que estão iniciando as leituras, e, como já disse, eu não comecei exatamente ontem. algumas cartas eu tenho interpretações um pouco diferentes, ou talvez já adquiri na minha experiência camadas mais profundas sobre ela, com sentimentos pessoais. isso de fato é falado bastante nele, como o tarô é um espelho da sua consciência/subconsiência, e eu concordo. mas aconteceu de eu achar que cartas estavam com o significado invertido. são cartas em sequência com desenhos similares, mas que, para mim, a minha leitura faz mais sentido. também, em vários momentos no livro é falado sobre olhar para as cartas, principalmente se você tem um baralho ilustrado, e tirar dali algo. os exercícios de cada naipe, com as cartas da realeza são assim. mas pouco é falado sobre o que de fato está ali. eu também não gostei da baralho escolhido para ilustrar o livro, talvez uma questão pessoal, mas ter usado o waite seria muito superior.

quanto a essa questão das cartas que eu não gostei, algo muito simples pode ser feito. e aqui, para mim, é uma das maiores qualidades desse livro. ele possuí muitos espaços em branco ao redor, que é excelente para fazer anotações. então eu vejo que, para quem está começando ele pode ser usado também como um caderno de estudos, digamos. por exemplo, eu não uso aquele deck, mas tem espaço ao redor. coloco ali, então, fotos do deck que uso. não acho que aquela descrição da carta seja completa? tem espaço ao lado para eu fazer novas anotações. a diagramação do livro é muito boa para isso.

eu fiz adesivos com o baralho que uso e estou colando no livro. também tem espaços em cima e embaixo que permitem fazer anotações de forma bem  confortável e organizada. aliás, esses adesivos foram os que eu já tinha organizado e editado certinho quando fui fazer o mini tarô. nada nesse mundo é feito à toa.

quanto as sugestões de tiragens, achei que são realmente bem legais, mesmo que não seja aprofundado. ter uma ideia de como podem ser feitas para, também, você criar as suas próprias. os exemplos de tiragens achei bem ruinzinhos, mas ajudam a entender o que pode ser tirado da pergunta/posicionamento da carta.

mais uma questão é que acho que algumas palavras estão meio fora de um sentindo realmente bon, mas acredito que seja uma questão de tradução, que as vezes me causa um pouco esse estranhamento.

todo mundo fala que é um livro iniciante. realmente, é bem iniciante. eu não posso reclamar de ter achado tão básico, eu sabia disso. mas queria começar com algo que é tido como básico mesmo, para não chegar num novo universo com termos e linguagens próprios que eu não consigo decifrar. recomendo para quem quiser começar a ler, e quer um guia de início que fale um pouquinho sobre tudo. é um livro bonito, bem ilustrado, com uma diagramação simples e leve, com muitos espaços em branco para anotações e o preço dele é bem legal para ser um primeiro livro. 

é execelente um livro para quem está começando os estudos. um livro desses e um deck físico de início já vão fazer o processo de aprendizado e confiança serem muito mairoes e mais rápidos (não que aplicativo seja ruim. foi o que eu tinha na época e foi bom também, mas só não chat gpt, por favor. não sejam ridículos.).

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chef, gautier battistella

estava querendo ler alguma coisa um pouco fora do que estou lendo normalmente e passeando pela livraria do telegram, passando o olho rapidamente na capa e na sinopse de vários livros, esse me pareceu interessante. um livro curtinho, menos de trezentas páginas, achei que ia ser rapidinho de ler. mas a realidade é que não engatei muito a leitura não. demorei coisa de uma semana para ler ele, o que tem sido meu normal normalmente, mas eu estava num ótimo ritmo de leitura, então acho que o problema foi ele.

ainda não terminei de ler enquanto começo escrever isso, porque não queria perder esse momento de confusão de qual é exatamente o objetivo do livro. para um livro que eu peguei para ler sem saber o que se tratava talvez essa reclamação não seja muito pertinente, mas acho que em 72% da leitura eu poderia já ter descoberto. eu também poderia pegar ele agora e terminar, mas não tô com tanta vontade assim.

o livro conta a história de um chef de cozinha estrelado, e ele se suícida no começo do livro, enquanto estava gravando um documentário, em um momento que parece ser de glória profissional. os capítulos alternam entre ele contando a história de sua vida e profissão e o que acontece com o restaurante e as pessoas envolvidas ali no pós morte. 

uma coisa que pode ser que tenha acontecido é que fala muita coisa sobre gastronomia francesa, que vou ser sincera, não sou completamente leiga, mas não sou também grande conhecedora. sei algumas coisas devido meus anos de programas de comida do gnt e masterchef, mas já faz um tempo que nem isso tenho tido contato. às vezes fica meio chato exatamente por isso, que comidas são essas, não sei nem a pronúncia! não é relevante para o livro, mas dá uma quebrada no ritmo de leitura.

a última hora de leitura engatou bem, aí eu consegui sentar e terminar ele rapidinho. o livro é legal, mas não foi para mim nesse momento. acontece.

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estou culpando o livro sendo que agora no dia 29 nem as revistas do mês terminei de ler. e eu assino revista de arquitetura, que nem tem muito o que ler. é isso. nem sempre tô afim, por isso que fazem uns dez anos que desisti de leitura como um hobby sistematizado, com metas, temas ou qualquer coisa do tipo. 

21/09/2025

eu gosto de tirar fotos

uns dois, três anos atrás que as pessoas resolveram gostar de novo de câmeras digitais e eu também fui uma delas. fui atrás das que tínhamos em casa, que eram duas, mas só achei a primeira que tivemos depois da analógica, de 2007, que, infelizmente, era a menos boa. mesmo assim, amei ter revivido ela, que então viveu coisas comigo por mais dois anos e então, em um dos dias que levei ela para passear, mesmo tendo carregado, ela não ligou. a câmera já tinha caído no meio da avenida das cataratas e quebrado um parte, ficado anos sendo usada como televisão de barbie da minha irmã mais nova, e, obviamente, tendo o seu tempo de uso pela minha família por um bom tempo. viveu bem. fiquei tristíssima, mas pensei em dar uma super carregada, vai que ela voltava a vida? já aconteceu dessas teimosias dela antes. mas aí eu descubro que ela não está em lugar nenhum.

tenho quase absoluta certeza, embora eu talvez não devesse ter depois de várias cervejas e shots, de que ela voltou para casa. eu deixei na mesa do bar? em qual deles? simplesmente não me entra na cabeça isso, as outras pessoas teriam visto. como que ela não está na minha casa? fiquei tristíssima de novo. além de estar muito tempo comigo e ter umas miçangas legais e fitinhas de nossa senhora e são francisco de assis (a gente nunca larga 100% os traços de catolicismo, mesmo que não participe há anos da religião. é.), ainda estava com meu cartão de memória dentro.

comprei outra, sem exitar muito. pesquisei várias, cogitei pagar mais de mil reais em uma 100% nova, mesmo que eu não tivesse esse dinheiro, olhei muito tiktok vendo câmeras e as fotos que elas tiravam... até decidir baseado em pouca coisa qual eu iria comprar. ao mesmo tempo que muito pensada, uma atitude meio impulsiva. eu, que não compro nada de mais de cem reais sem pensar MUITO. porque eu preciso de uma câmera, eu amo tirar fotos, mesmo que eu seja uma péssima fotógrafa. 

a história da impulsividade para comprar uma câmera não é nova para mim. a primeira vez que comprei uma câmera foi quando voltei a sair na rua pós pandemia. eu tinha começado a fazer estágio e estava como bolsista de iniciação científica, saindo pouco, então acabou que eu guardei um dinheiro que na hora eram para coisinhas inúteis. minha irmã me mandou uma que estava sendo vendida e eu comprei. sem pensar absolutamente quase nada. 
eu e a querida na primeira viagem que fomos juntas. um trambolho pra esse objetivo (dez/2021)
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mas eu sou uma péssima fotógrafa.

eu percebi isso, principalmente, fazendo meu tcc (acabei de olhar ele de novo e resolução ruim em algumas imagens, não sei se porque foi compactado para enviar, erros de diagramação, em um momento simplesmente o título da parte não aparece. eu não aguentava mais olhar esse trabalho!!!!). eu decidi que ia fazer uma exposição fotográfica, então visitei algumas casas na minha cidade e conversei com as moradoras. a ideia era mostrar as casas como elas são ao longo da vida, como ela nunca é um projeto finalizado, que o movimento do dia a dia muda elas, tanto pelo deslocamento dos objetos, a adição de novas coisas, o desgaste da casa, a mudança das horas e estações. bom, tá tudo descrito no trabalho linkado acima, caso alguém tenha interesse. mas quando eu fui editar as fotos eu vi que elas estavam péssimas. a maioria desfocada. a iluminação não ajudou, porque vamos ser sinceros, algumas casas não tem a iluminação boa o suficiente para uma leitura no quarto (o meu, por exemplo. de dia ok, mas a iluminação artificial é sofrível), imagina um ensaio fotográfico, ainda mais que a maioria aconteceu em dias que tive a sorte do nublado ou fim de tarde, porque é a hora que as pessoas estão disponíveis. a câmera que usei não é ruim, é um t6, mas não é uau que câmera incrível, ainda mais com a lente de kit, que é a única que tenho. mas definitivamente não é ruim. eu comprei ela de um fotógrafo, e ele fazia umas fotos muito boas. mas um problema: a habilidade do fotógrafo não veio junto. 

até aqui eu falei dos problemas técnicos das fotos desse trabalho: dificuldade em focar, iluminação realmente difícil em casas normais, lente que nem sempre conseguia dar conta do todo ou do zoom de um detalhe, ainda mais considerando que dentro de uma casa o espaço para se movimentar é restrito. mas eu acho que faltou olhar. eu estou falando desse trabalho em específico, porque eu posso referenciá-lo, mas é uma coisa que acho que se aplica à muitas outras coisas. eu já fiz fotos muito legais, principalmente quando a gente fazia os ensaios do Andu, já fiz ensaio para a ana que eu gosto muito do resultado, eu sempre tiro uma ou outra fotinha de bar legal. eu também não odeio o meu trabalho de tcc, eu só fiquei decepcionada com quantas fotos ficaram ruins, realmente ruins. e com a falta de como contar a história. eu queria mostrar os ambientes, não dava para serem só fotos de detalhes, que é o que mais me encanta. seguido de luz e sombra, que, como disse, não tava sempre presente. então eu não tinha tantas fotos que eu olhei e falei "que bonito!!".

no fim, achei o resultado satisfatório, apesar de, além da questão das fotos, ter tido algumas questões quanto a edição (não sei editar direito além dum filtrinho). mas eu penso que se fosse fazer de novo ficaria muito melhor. a verdade é que acho que ainda não saberia contar a história do jeito certo. e cada vez mais tenho me aproximado do meu problema com tudo o que tento fazer, eu acho: narrativa.

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eu não tenho tirado fotos. comecei uma frase falando que não sei porque, mas rapidamente apaguei. eu sei muito bem o motivo: eu não estou alegre com a vida, pouco me parece bonito, e minha rotina não tem tido nada muito bonito, já que eu só passo pelos mesmos lugares todos os dias, há meses. também que geralmente eu só levo meu celular para os lugares, e o xiaomi mais barato do Paraguai comprado em 2021, acreditem se quiser, não tira umas fotos muito boas, quem diria (e parece que só foi piorando, como pode, eu acredito nas histórias de piorarem a câmera nas atualizações, não é possível que meu padrão de qualidade tenha aumentado tanto), e isso irrita. a foto borrada a não ser que tenha LUZ, a distorção enorme de cores, e essas coisas todas. mas o que nos últimos dias achei belo e digno de nota? minha decoração de maionese. meu tampico que vencia no dia do meu aniversário. minha unha cor brahma duplo malte. minha tentativa de tarô na caixinha de fósforo - que era a ideia inicial mas não deu certo porque o volume do baralho ficou maior que da caixinha num papel mais grossinho e na verdade eu fiz em papel adesivo para colar no meu livro, como em breve saberão. 
 
 
mas nada como qualidade estética. mas aí eu acho que às vezes é isso, que tenho que desapegar da questão de ser bonito, e só olhar o que é. as coisas são bonitas porque na hora eram bonitas, não necessariamente bonitas esteticamente, ou de uma forma que todos concordarão. só os resgistros de qualquer coisa. não é esse o objetivo?

mas eu também comprei uma câmera nova, como já disse aqui, e eu acho que ela vai tirar bonitas fotos. testei só um pouquinho, mas voltarei a levar ela para todos os lugares.

***
enfim, em algum momento eu tinha um ponto, e aí, como com frequência acontece, eu perdi o ponto. até porque muito tem acontecido de eu pegar uns minutinhos quando estou a toa no trabalho para escrever. melhor que ver tiktok no mudo, não? e eu também queria ilustrar o post com várias fotos, mas em algum momento também desisti. mas é isso, falar e falar e pensar sobre qualquer coisa e não chegar em lugar nenhum. não tenho o objetivo de chegar em lugar nenhum. a conclusão aqui é que todo mundo gosta de tirar fotos, e a foto das coisinhas do dia a dia do outro são sempre mais bonitas que as suas. estou numa fase amargurada, eu acho.

18/09/2025

dias de tão nada que nada é digno de notas maiores que uma frase

perco por um minuto e me decepciono ou me vejo presa dentro de uma oração que não pedi.

sem equilíbrio.

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fico tentando lembrar exatamente o que senti anos atrás. mas me escapou. nada sobrou, só algumas memórias. saber como foi é diferente de estar sentindo.

mas qual o sentido de ficar querendo saber o que foi?

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roda da fortuna: mudança inevitável, inesperado. mas é uma roda. ciclo, coisas que seguem se repetindo.

sou no momento um sete de copa; olhei na rua um oito de ouros. ele foi varrido com as folhas.

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wishlist:

bolsinha de oncinha do brechó aqui do lado
perfume do chico bento sabor goiaba (acho que preciso mesmo é de menos tempo de tiktok)

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tenho caminhado, ido na academia, vivênciado coisas sem fone de ouvido. as vezes me pego presa na obrigação de escolher algo para ouvir, mas eu nem queria. igual quando descobri que pegar ônibus de manhã cedinho com música me deixava de mau humor. silêncio é bom. mas aí eu coloquei ontem uma musiquinha depois de quase uma semana, e foi ótimo. tudo é ótimo.

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tenho tentando anotar coisas que possam ser importantes para serem pensadas depois, mas não acho nada. mas também cansada da mesma reclamação de sempre.

10/09/2025

nada tem acontecido

os últimos dias não têm sido muito dignos de nota. nada acontece. li assisti ouvi coisas médias. senti um tédio infitino dentro da minha vida. fiquei doente. acho que isso ajuda bastante, essa falta de ação. esses resfriados que deixam a gente cansada e sem ânimo, mas, principalmente, sem respirar, são complicados. a necessidade de assoar o nariz toda hora limita quão longe posso ficar de casa, de um banheiro. então não faço exercícios físicos há dias, e meu corpo tem sentido falta do movimento.

tenho dormido mal, e não sei se é a respiração ruim, a insônia normal que tenho, a falta de movimento corporal ou um portal energético, como vive dizendo o tiktok. estou há dias sempre meio cansada de algo.

nos dias como esses sinto que eles me escorrem, que há pouco tempo, que haverão arrependimentos. nada me inspira. o tédio do conforto não me conforta. mas mediante várias coisas, eu digo a mim mesma: está tudo bem fazer pouco, quase nada, por você. mas isso não me anima muito.

mas eu tenho estado um pouco otimista, que em breve algo vai acontecer. 

mas, se não, ou até lá, eu vou seguir me consumindo por dentro e a cada dia achando menos propósito na vida.

30/08/2025

opiniões sobre as leituras de agosto

no final de julho aconteceu aquele evento na minha vida que acontece a cada pouco: lembrar que sei ler e que na verdade eu adoro ler. e aí fui lendo um livro atrás do outro (e uns livros até grandes…), e assim, terminei pachinko e já emendei atmosfera, da taylor jenkins reid. e vamos começar falando dele.


assim que comecei a ler este eu lembrei tudo o que eu odiava na escrita dessa autora. eu já gostei dos livros dela uns anos atrás e li todos: odiei metade, gostei muito de dois, e por aí vai. mas nunca foi muito constante na minha opinião, porque os livros têm uma escrita que flui bem (mas eu, enfim, cheguei na conclusão óbvia que um livro fluir bem não quer dizer que ele seja bom), porém sempre tinha alguma coisa que me incomodava. o tiktok me convenceu a ler algo dela mais uma vez, já que todo mundo estava amando e falando que esse era o melhor livro da escritora até agora, e sabendo que são livros fáceis, e eu querendo ler uma coisinha mais tranquila, fiz essa escolha. e é, de fato, fácil de ler, o que pude comprovar porque tive o maior tempo de leitura no trabalho, que é uma leitura que é interrompida com frequência, então precisa ser fácil, e foi. mas não me importo muito com nada que aconteceu ali. e além de eu não me importar com nada, o livro tem um moralismo, que é o comum dessa autora... e assim, quebrou tabus. teria sido ótimo em 2016, talvez. em conclusão, não acho que eu vá ler os próximos livros dela.


aí, seguimos com as sugestões do tiktok, e aqui eu aproveito para dizer que tem mais dessas, já que adoro um conteúdo de livros e teve muita gente fazendo listas de meio de ano falando o que mais gostou de ler até agora, então acabei pegando alguns títulos para ler, já que coloquei na cabeça que iria parar de tirar print dos livros e deixar lá esquecidos, em vez disso, já ir colocando eles no kindle, que uma hora seria a hora deles. e, de fato, dessa forma tenho lido eles. então eu li boulder, da eva baltasar. vi umas duas pessoas falando que leram e amaram, um livro poético e tal. mas mais uma vez, eu não poderia me importar menos com ela ou com o que acontece com ela. uma coisa de deixar a vida ir levando, nunca ser muito responsável pelas suas coisas, que não me convenceu. a escrita poética? para mim foi um não. mais um livro rápido de ler, e esse é bem curtinho, então dá para ler em um dia numa boa, mas ainda assim conseguiu me entediar. se fosse um conto de trinta páginas talvez eu tivesse gostado.


o último desses do tiktok: como arruinar um casamento, alison espach. esse já valeu muito a pena, que livro interessante. a leitura é super rápida e gostosa, mas cheia de bons pensamentos. é basicamente a história de uma mulher que vai para um hotel se matar após sentir que ela meio que fracassou em tudo o que ela se propôs a fazer na vida, mas chegando lá, está tendo um super casamento, uma festa de vários dias. e nesse tempo ela desiste de se matar, e começa a fazer parte do casamento, se aproximando muito da noiva, que é uma pessoa jovem e meio perdida nos seus interesses de vida também. como ela não tem nada a perder, e nada a esconder e nada com nada no casamento, ela pensa sobre absolutamente tudo o que fez – e na maioria, o que não fez – na vida por causa do tipo de pessoa que ela queria, ou achava que deveria, ser. por essa distância com a vida dela, ela consegue ir ouvindo um pouco o que todo mundo tem a dizer sobre o casamento, e ir entendo o lado de todo mundo de tudo o que está errado naquela situação, que de fora, parece tão linda e ideal. até porque não é surpresa que o casamento não acontece. pelo título, né. (eu gosto muito mais do título original, que seria algo como as pessoas do casamento, que não deixa tanta certeza que o casamento não vai acontecer; é claro que poderia o título falar do casamento dela, mas essa é a última interpretação a se ter, vamos ser sinceros. o título brasileiro coloca o livro em outro lugar, como o casamento em primeiro foco, o título original fala do que ele fala: das pessoas do casamento. enfim, preferiria mil vezes uma tradução mais literal)


o tópico de como é fácil cair na nossa rotina, nas ilusões do que vai ser e do que já foi, e ir levando essa vida cada vez mais longe até um momento que ela não faz sentido nenhum para você, e para as demais pessoas do arredor. tenho muito pensando qual o limite do tédio saudável. se, no momento, eu vivo num momento de tédio saudável, movida pela esperança de um futuro melhor saudável, ou se já estou na situação de acomodação. de estar fazendo coisas que não acredito mais (tipo a tese dela ou o próprio casamento) só porque parece que eu tenho que fazer elas, e porque eu já coloquei muito tempo ou esforço naquilo. até onde a gente leva escolhas que estamos em dúvida só porque ou é tarde ou parece certo? e quando é o tarde? e quando as coisas são assim porque elas são de menos, por tentar menos, por se permitir menos por esperar menos? 


no livro, a criação dessa pequena bolha onde os problemas são meio fúteis, como carros vintages, mas também completamente aceitáveis e reais no mundo do casamento, cria esse outro ambiente onde ela pode não se importar com nada, e ter outra perspectiva de si mesma, porque o foco todo são os outros, e ela de nada tem a ver com isso. dentro do nosso cotidiano, da convivência sempre com as mesmas pessoas, inclusive algumas que subjugam tudo o que é feito, estando a pessoa, dentro dessa realidade, num momento ou lugar inferior a esses parâmetros, nos esquecemos do que queremos, do que podemos ser, adentrando uma realidade outra, que, então, se torna a nossa. não é permitido ser muito além do que se é, querer muito além do que já se tem, porque isso gera questionamentos das outras pessoas, que podem ser desconfortáveis (aqui já trago uma coisa da jane eyre, que uma hora ela vai fazer uma coisinha e fala que foi fácil fazer porque ninguém perguntou sobre. e meio que é isso, sabe). apesar de eu mesma ser uma grande fã de rotinas, eu também odeio. eu preciso do equilíbrio. ou aquilo já falado: o tédio se torna tão confortável que já não te leva a nada, não de um jeito agradável, mas sim, paralisante.


uma última consideração quanto a esse livro é que eu percebi que tem muitos livros que já li e não lembro. ela faz várias menções a mrs dalloway, e, vou falar, eu sei que li porque tenho ele na minha estante. mas eu não lembrava do que era. ontem fui pegá-lo para dar uma olhadinha e tentar lembrar. talvez eu devesse reler. mais engraçado ainda é que esses dias eu me surpreendi porque abri na amazon um livro e estava lá que ele já havia sido comprado. eu não lembrava nem de ter lido ele inteiro, imagina físico, na minha casa, na minha estante! mas ele estava ali, e, mais um vez, fui dar uma folheadinha para lembrar. quanta coisa eu já não li desatenta nessa vida. e que privilégio ter o livro físico para relembrar.


pego o gancho dos livros do livro para falar que a próxima leitura foi exatamente porque fala muito nesse livro, jane eyre. eu fiz uma anotação sobre ele:


que livro chato


mas não é bem assim. mas também é um livro longo, então ele tem tempo de ser chato e bom, de formas alternadas, em momentos diferentes. e ele é bom. em alguns momentos eu não conseguia parar de ler. mas ele também é chato, então em outros momentos eu não conseguia ler muito. mas foi uma leitura que, no fim, me agradou bastante. eu odeio todos os homens desse livro, acho ela uma coitada no final voltando para o ex, que foi a primeira pessoa que ela pensou na vida… ela que queria ver tanto da vida, sentia tanto tédio de uma existência plana e linear, indo parar num cuzinho de mundo com três pessoas ao redor. merecia mais. conheceu dois homens na vida, meu amor? aquele primo um insuportável tentando colocar na cabeça dela que ela querer viver uma vida normal era o caminho para o inferno? queria socar ele toda vez que ele aparecia. mas é isso, não que eu precise falar que é um livro bom, mas é. às vezes meio maçante, mas… é bom.


por último nesse mês eu li ou-ou, de elif batuman. eu amo como toda experiência dela é a mesma vivida por mim como uma pessoa quando entrei na faculdade. pelo menos até metade desse segundo livro. é lindo como muitas pessoas são na verdade uma só, vivemos sempre as mesmas coisas, com pequenas mudanças no desenrolar das coisas. eu também faria a matéria de literatura sobre acaso, e levaria como um sinal. eu também me apaixonaria pela ideia de um livro falando sobre a vida estética. definitivamente eu vivo uma vida estética. mesmo quando a vida dela dá um rápida mudada eu entendo o porquê: ela quer viver coisas, experiências. mas eu vou ser sincera, eu acho que a parte em que ela viaja é um pouco... desconfortável? como ela caí tantas vezes em situações de assédio simplesmente? talvez tenha sido um pouco gratuito da parte da autora colocar tantas situações como aquelas e como ela simplesmente cede, estando numa situação completamente fora do controle e do conhecido. tudo pela história? é tudo narrado com um jeito meio desinteressando que é isso que passa, não muito que na situação ela estivesse aterrorizada ou algo assim, embora eu tenha ficado ansiosa.

preciso dizer que tenho muitas coisas a serem ditas sobre esse livro, mas eu admito que enquanto termino de escrever eu estou com um pouco de preguiça eu tenho algumas anotações, mas não sei exatamente como e se vou desenvolver elas muito bem. também já deixo dito que essa parte sobre esse livro não estará passando por nenhuma revisão: se nenhum erro ou ideia desconexa for identificada numa rápida passada de olhos, então ela ficará por aqui mesmo.

em algum momento ela começa a refletir sobre como ela não é uma escritora. fiz isso já, inclusive escrevi alguma coisa sobre isso por aqui também, ela percebe que só ter uma história, uma ideia boa, ou anotações não é criar um romance.

Foi só no ensino médio, quando tive as primeiras aulas de escrita criativa, que comecei a ter uma ideia do problema. Percebi, chocada, que eu não era boa em escrita criativa. Eu era boa em gramática e argumentação, lembrava do que as pessoas diziam e sabia fazer graça em situações estressantes. Mas não eram essas as habilidades de que você precisava para criar pessoas curiosas e delinear arcos de desejo. Já me dava muito muito trabalho escrever sobre gente que eu de fato conhecia e tudo que elas diziam. Era para isso, aliás, que eu precisava da escrita. Agora eu tinha de inventar pessoas extras e pensar em coisas que elas poderiam dizer?

Descobri então que escrever sobre o que você já vinha pensando não era criativo, nem sequer era escrita. Era "olhar para o próprio umbigo".

(trecho do livro. não sei a página, li pelo kindle) 


eu pensei muito sobre o que eu faço desde sempre, e ela chega mais ou menos na mesma conclusão que cheguei esses tempos. e é exatamente isso. embora ela coloque um pouco da questão do valor dessa escrita de si, sem objetivo de, de fato, ser algo, ela na verdade é muito valiosa. eu acho, pelo menos.

uma coisa que gosto nos livros dessa autora é essa coisa de que sempre terá uma referência a ser procurada, um livro a ser lembrado, uma ideia que pode ser que você não conheça e seja interessante conhecer. as questões teóricas de estética apresentadas, eu gostei de conhecer. eu tive aula de filosofia estética, que o enfoque era pra ser em arquitetura, já que eu curse arquitetura e urbanismo. mas essa matéria foi pouquíssimo aproveitada por mim pois foi 1. na pandemia 2. num dia que tinha matéria de ateliê de grande carga horária e 3. com uma professora que não era das pessoas mais queridas do mundo, que eu tinha três matérias e eu não aguentava mais ouvir a voz dela. não me orgulho de dizer que a maioria das aulas ou foram assistidas no mudo ou com uma tacinha de vinho em mãos para ver se eu conseguia chegar até o fim com alguma sanidade mental. talvez eu devesse, hoje, por conta, estudar essa questão mais profundamente (se alguém tiver alguma recomendação de curso ou livros...). 

e nessa de ela sempre referenciar muitas coisas, aconteceu, mais uma vez, um caso de livro lido mas que eu não lembro de nada. um artista do mundo flutuante. a diferença entre esse e os já citados é que esse eu não tenho físico, então realmente não faço ideia do que se passa nele e não consegui dar uma olhadinha rápida pra ver se descobria, vou ter que procurar alguma resenha ou coisas assim. e talvez seja o caso de olhar a lista de todos os livros lidos e tentar ver o que eu NÃO LEMBRO. não é caso de não gostei e por isso não me apeguei aos detalhes, ou li e não lembro nome de personagens, ou algumas coisas que aconteceram. é caso de eu não lembro que li o livro. nesse caso, fui olhar no skoob e descobri que ele foi lido fevereiro de 2019: infelizmente o coitado foi entre livros da série napolitana da elena ferrante. é. difícil competir pela atenção desses.

no final do livro, após a primeira etapa da viagem dela, indo para a segunda parte, ela tem esse vislumbre de que é isso. de como as coisas devem ser para fazer sentido.

Então era isso que era um romance? Um plano em que se podia finalmente justapor todas essas pessoas diferentes, lhes servir de mediadora e pesar seus pontos de vista?

eu ultimamente tenho tentado também que as coisas puxem outras, sem deixar de serem o que elas são. no plano da escrita, digo. às vezes a gente se perde no pensamento, na reflexão, na ideia que é puxada de algum lugar e parece coesa com a situação, e depois é necessário voltar para aquele outro lugar. isso é treino e observação. eu faço mal. espero que ela faça melhor.

e por último: ivan. selin vai deixando a ideia de ivan se diluir na vivência dela; conforme ela vai tendo outras experiências românticas e sexuais (como se tivesse tido algo com o ivan, mas não) e juntando algumas reflexões que ela tem ela percebe como a situação foi só uma coisa esquisita, mas normal, dentro das relações pessoais. ela percebe que ela não é esquisita e imune às interações tradicionais das pessoas, tanto de gênero como desejo sexual. e é isso. 

eu queria ter lido esse livro quando eu tinha dezessete anos e passando por isso tudo.

24/08/2025

esse blog e eu porque agora é uma nova página

eu tenho esse blog como um blog secundário desde que excluí meu blog secundário anterior. e aí o blog principal, que era o vírgula assassina, parou de existir e esse virou meu blog principal. estou nesse mundinho dos blogs desde 2009, mal sabia escrever, mas minha trajetória foi toda mudada pela revistinha super+, a filha criança da revista família cristã. é.

me afastei da escrita por muito tempo, e escrevia coisas esparças, desestruturadas, só anotando pensamentos perdidos. nunca mais tive a intenção de ser lida. mas percebi que, mesmo não sendo para alguém ler, colocar no mundo, e não em espaços reservados só para mim, é muito importante para me importar com a estrutura, o desenvolvimento do pensamento, ou se ele realmente se desenvolve ou morre em uma só palavra ou frase. ou se poderia ser um tuíte.

eu tentei várias plataformas de escrita que foram surgindo ou popularizando como o medium, substack, etc etc etc, mas nenhuma era a minha casa mesmo. essa é a plataforma que eu conheço e gosto. então, voltamos para cá. e ao voltar a escrever aqui, tenho, aos poucos, voltado a estruturar esse blog como um espaço de blog mesmo. então aqui surge essa nova página, não que vá ter muitas informações. mas é um ponto de início.

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bom, quanto a mim, eu sou a duda, tenho 24 anos, moro no oeste do paraná. sou arquiteta e urbanista e, no momento, estou em busca de algum rumo profissional e estabilidade na vida adulta. se precisarem de uma arquiteta  podem me chamar!

eu gosto de ler, e além dos posts que faço quando me dá vontade sobre os livros lidos, eu também tenho um skoob. apesar de odiar esse site e o aplicativo ser horrível, nunca fiz a mudança para o mais universal good reads. acontece, a coisa do apego.

gosto de ver filmes, então, obviamente, tenho um letterboxd.

e é isso.

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e isso agora está numa página mas deixo como post também. ❤️

10/08/2025

bloco de notas

na minha cabeça eu tenho muito potencial mas tenho medo de começar e ver que na verdade eu sou um verdadeiro fracasso. também é verdade que talvez eu esteja começando a sair da faixa etária do ter tanto potencial e de fato fazer as coisas.

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uma marca do tempo: em algum momento esse dia poderia ter sido algo. feliz acaso: nos vimos na rua. e foi tudo.

uns meses atrás eu poderia ter pensando que nesse dia algo aconteceria. fazia sentido, seria uma história tão boa! mas que indicativo que o tempo passa, e passa rápido, e o que foi feito raramente é desfeito. no mais infeliz acaso, já que nenhum dos dois deveriam estar naquele lugar. moramos longe. eu mesma só fui parar ali por alguns enganos, nos cruzamos na rua, sem de fato perceber a presença do outro.

e foi só isso.

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wishlist do momento
álbum de figurinhas da hello kitty
álbum de figurinhas na trilha da arte
livro a bíblia do tarô
câmera digital nova - a minha aparentemente faleceu

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eu sou boa com silêncios, mas nunca sei qual o espaço que devo deixar. qual o espaço do respeito e qual o espaço da desistência. devo perguntar se aquilo é a necessidade de um espaço?

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adicionei essas datas no meu calendário. esperando elas chegarem para eu me decepcionar ou não.

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acabei de pensar mais uma pergunta, ela voou da minha cabeça em um segundo. te pergunto outra hora. espero que tenha outra hora. elas têm acabado bem rápido nessa questão.

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R$77 - mercado

30/07/2025

tudo o que eu li desde fevereiro

falei que ia escrever sobre tudo o que eu estava lendo, mas parei em fevereiro, tendo, no máximo, escrito alguma coisa sobre um livro. porém aqui estamos novamente, com comentários, que são breves e que são mais sobre a minha experiência lendo do que sobre os livros em si.

Bambino a Roma, Chico Buarque (março)
eu não tenho muitos comentários fora o que eu e a Ana fizemos: meio que o Chico Buarque escreve bem, né? livro muito bom, leitura rápida. mas já faz tanto tempo que nem lembro mais.

A Idiota, Elif Batuman (março)
o tiktok me convenceu. li enfim. escrevi algo sobre ele aqui.

Great Big Beautiful Life, Emily Henry (maio)
me dói um pouco dizer que eu não poderia me importar menos com as personagens desse livro. ninguém. o romance e a história que estão tentando descobrir não são, nenhum, bons o suficiente. eu sou apaixonada por Emily Henry, Lugar Feliz é um dos melhores livros que já li, e ler um livro tão.... abaixo do nível. a escrita dela é ótima, eu amo, mas eu realmente não consegui achar nada de nada interessante de verdade.

Metrópole, Ben Wilson (maio/junho)
fazia um tempão que estava querendo ler esse livro e eu gostei. gostei muito da forma que ele é escrito, pegando uma cidade de um tempo, seguindo como uma linha do tempo,  falando das características marcantes dela, mas relacionando com outras cidades da mesma época ou não. tenta trazer lados bons e ruins de cada cidade e cada situação que traz ali, embora nem sempre dê. alguns capítulos são mais legais que outros. mas achei interessante.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis (junho)
lembro que não estava muito no clima de leitura. foi meio atravancada por isso, e como os capítulos são minúsculos eu achava que podia me dar uma pausa assim que eu terminasse um. mas é um livro bom, acho que não preciso dizer isso. as pessoas sabem.

Impostora, R. F. Kuang (junho)
ele faz você querer chegar ao final dele, mas não é nada demais. acho que ele é muito repetitivo em seus argumentos, fica muito ali, podia ir mais pra frente. não foi ruim. foi uma leitura legalzinha. mas não foi aquela coisa toda.

O Fantasma de Canterville, Oscar Wilde (julho)
leitura curtinha gostosinha que fiz de tarde. divertidinho. nada demais, nada de menos.

Querida Tia, Valérie Perrin (julho)
eu gosto dos livros dessa autora mas tem sempre alguma coisa que não gosto. é muito engraçado. eu sei que eu vou ficar curiosa, ela constrói a história muito bem, sempre. mas chega uma hora e você fica ah, não precisava disso. dessa vez, definitivamente não precisava disso. não faz nem sentido. o final é ruim. mas o livro é bom. vale a jornada.

Casas Estranhas, Uketsu (julho)
não é horrível. mas não é bom. é interessante a proposta. a solução final não é interessante. o que eu eu mais gostei foi da forma dos diagramas que eles apresentam as soluções. mas como arquiteta eu fiquei pensando: poxa não tem uma aprovação de projetos que diga que não tá bem adequado o que tá feito ali? uma hora eles olham pra planta com duas camas e na outra com cama de casal: quem garante que a humanização duma planta de imobiliária é exata com a realidade? foi bem legal de ler ele, uma leitura bem rapidinha que peguei em uma noite que não sabia muito o que eu queria fazer da vida. mas não é bom.

Pachinko, Min Jin Lee (julho)
puta que pariu que livro bom vai se fuder. eu amei. eu achei que ia demorar para ler mas eu não conseguia largar.

é isso. comecei a ler atmosfera mas os 3% que li não me pegou ainda, quem sabe mais para frente. mas eu tenho uma impressão que se, hoje, eu fosse reler todos os livros da taylor jenkins reid eu ia odiar, qualquer um, os que eu já odiei e os que eu gostei muito. enfim.

28/07/2025

Como mais ou menos a maioria das pessoas que gostam de ler e tinham um blog anos atrás, em algum momento eu achei que seria escritora. Só porque eu tinha alguns leitores no blog, escrevia mais ou menos alguma coisinha que às vezes eu me orgulhava e um dia minha mãe elogiou um rascunho de um texto que ela achou no computador dela, eu seria escritora.

Poderia escrever poesias. Eu era bom nas poesias, eu achava. Poderia escrever contos. Um romance mesmo não tinha muita confiança, mas até tentei algumas vezes – obviamente que não chegando à lugar nenhum, nem nas fics que eu escrevia nos meus próprios blogs. Os fins eram ruins, eu nunca conseguia pensar em um final de verdade. Pessoas serem mortas ou morrerem? Muito básico. Nada acontecer? Eu amo livros que nada acontece, mas será que eu saberia fazer um livro que nada acontece? Em alguns momentos, achei que sim. Que uma coisa de fluxo de consciência, eu definitivamente conseguiria! Mas que fluxo? De que consciência? Eu era adolescente! E mesmo agora, dez anos depois, o que eu sei de relevante? Eu fico irritada quando alguém que claramente não tem nada a dizer tenta dizer algo.

De tempos em tempos eu falo: sim voltarei a escrever, de uma forma correta, sistematizada, tentando, de fato, dizer alguma coisa. Não três rabiscos num caderninho com um lápis de ponta tão grossa, já que nunca lembro de comprar um apontador e talvez seja hora de admitir que não, eu não prefiro apontar meus lapises com estilete, e a letra tão feia já que eu mesma tenho vergonha de algumas coisas que eu tenha a escrever. Também não sei escrever em cadernos. Eu queria. Notas de leituras, estudos, etc. A bem verdade é que não sei, nunca nada é relevante o suficiente ou eu acho que vou lembrar depois. O bom é que esqueço de ter esquecido, então fica tudo certo também.

Esse é um problema meu, e que eu sempre soube que era: vergonha. Não sei se é exatamente vergonha, mas é algo muito próximo. Insegurança, talvez? Eu acho que sim, insegurança. Nunca quero afirmar muito nada, porque pode ser muito pessoal, ou não quero afirmar muito nada porque claramente eu não sei do que estou falando, é uma coisa completamente do mundo das minhas ideias. E se alguém algum dia ler? E se eu morrer atropelada com meu caderninho na mochila e em busca de algum contato descobrirem meu medo de nunca ser amada de forma correspondente ou sobre meus problemas com meu corpo?

Odeio que as pessoas leiam o que eu escrevi, porque também tenho receio que não entendam o que sou eu e o que não é. E o que eu quis omitir de propósito. E que vejam coisas que não foram ditas, mas deveriam ter sido. Toda vez que me vejo na situação de ser lida eu me sinto muito mais vulnerável do que eu gostaria. Na exposição do meu tcc, na vez que levei uma poesia pra sala de aula como trabalho (meio vergonhoso escolher escrever uma poesia como trabalho por si, mas tudo bem), quando alguém disse que leu algo que eu escrevi. Eu tenho medo e vergonha e todo tipo de insegurança possível. Eu deveria ter feito melhor. Sempre.

Então em um momento eu só descobri que eu não seria escritora. Ainda bem. Porque eu gosto de escrever como um momento de pensar, e as coisas não são muito organizadas e não pretendem nada. De quando em quando eu redescubro o prazer de escrever, já que é só por escrever.

Mas ainda, de vez em quando, eu penso que eu poderia escrever um livro. como qualquer outra pessoa que gosta de ler e já em algum momento achou que sabia escrever.

23/07/2025

coisas a se fazer (e talvez a já negação, mostrando que não farei por motivos mínimos)

infelizmente temos que admitir que às vezes é coisa de fazer uma lista e falar VOU FAZER. mesmo que eu esteja há dias e dias escrevendo e repensando essa lista e simplesmente não fazendo nada. pensar que quero fazer algo pode já ser o suficiente, não? não. quero acreditar que não, e que no momento que eu colocar de fora não privada, mesmo que nesse ambiente pouquíssimo visitado, eu vou começar a pensar nisso de verdade.

1. tentar correr um pouco: não quero aumentar a distância das minhas caminhadas mas definitivamente preciso aumentar a intensidade. o lugar que gosto de caminhar tem quatro faces, irei escolher uma para começar. mas eu vou ser bem sincera: não acho que eu vá, de fato, fazer isso. logo vai começar o verão, e o verão na minha cidade, ainda mais nas condições climáticas atuais, é bem intenso. eu odeio suor, minha pele coça, minha pressão cai. então daqui dois meses não vai parecer tranquilo e pouca coisa, vai começar a ser esforço o suficiente a rota que eu faço. e outra coisa muito importante furo nesse: eu ando meio sem músicas para exercício físico nessa cabecinha. precisando desbravar músicas para isso. mas ando meio com preguiça de fone de ouvido, só uso na hora de ir pra academia e na hora de ir fazer minha caminhada, que ai não é o momento de pensar muito sobre a música né?

2. bordar algo: ontem tentei bordar uma estrela, e lembrei que na verdade é uma coisa bem legal, e se você não tá preocupada com o verso da peça, é uma atividade bem intuitiva e que, o pior cenário, é ter que desmanchar. o que é importante ressaltar é que eu queria muito bordado com miçangas, então também tem o fato que preciso comprar miçangas. (isso foi escrito há dias. fui fazer uma roupa de festa junina e não achei muito intuitivo. não foi um bordado, foi fazer um remendo em formato de coração. mas é algo a se estudar.)

3. fazer alguma receita longa que nunca fiz: com frequência lá em casa falam sobre algo que cozinhei na pandemia. lá em casa todo dia saía uma pizza, um bolo, um pão árabe. depois disso, nunca mais peguei para fazer alguma coisa muito demorada, com medidas, com tempo de descanso. e não é como se eu não tivesse tempo... só preciso escolher uma que faça sentido, talvez um doce? não sei.

4. encontrar uma nova rotina que funcione: eu estou há quase um ano com a mesma rotina, e ela estava funcionando. só que parou de funcionar. trabalho - almoço - tiktok - academia - arrumar a casa - banho/lanche - estudo - filme/livro/não fazer nada parecia excelente. aí não era mais. troquei pra colocar uma caminhada no fim da tarde, de fato foi um excelente escolha em qualidade de vida, mas sem tomar banho e não sendo na minha cama, meu estudo rende nada. e não, eu não vou tomar dois banhos, estão onze graus lá fora. então também não está funcionando muito, preciso pensar ainda outra coisa.
(atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°1: não está mais frio, mas igual não quero tomar dois banhos em um período de duas horas. no momento, minha mãe está de férias, o que dá uma bagunçada na rotina de modo geral, mas estamos trabalhando nisso.

atualizações depois que comecei a escrever esse texto e larguei n°2: acho que estou conseguindo encaixar direito as coisas que preciso fazer. o problema, pensando agora, era o frio. ele acaba com qualquer vontade que eu tenha de viver. mas essa semana que passou e essa presente já têm sido muito mais organizadas, com a sensação de que as coisas realmente estão sendo feitas, sono indo bem, exercícios físicos, estudos, trabalho, lazer devidamente bem colocado todos os dias, lavagem de cabelo também tá indo muito bem. o que não tá excelente é alimentação, e ontem, após comer uma quantidade meio absurda de cachorro quente e passar um pouco mal, talvez seja esse meu foco que é parar de comer coisinhas perdidas várias vezes ao dia e voltar pra fazer fazer refeições igual eu sei que é o melhor jeito pro meu corpo. não sei se era bem esse o foco desse tópico, essas pequenas coisas do dia a dia, mas acho que cabe, são essas coisas que formam a rotina, não?
)

OBS.: após esse devaneio todo que foi para dois lugares diferentes depois de dias diferentes, como é importante ter esse registro de vários dias, e como a gente só tem percepções diferentes conforme o humor do dia. um dia meio qualquer coisa faz eu questionar a minha vida inteira. aí uns dias bons e tudo já é lindo novamente. eu iria apagar e reescrever e talvez retirar essa questão da rotina, mas talvez até eu terminar essa lista eu já esteja infeliz, de novo, com tudo o que eu tenha feito. e aí eu vou poder ler e ver que, pensando bem, eu só tive uma semana meio bagunçada, mas de modo geral, tá tudo muito bem. isso tudo é muito mais um exercício de pensar nas coisas em dias que eu sinto que talvez não esteja muito acontecendo, racionalizar o que penso que pode ser possível ou não do que realmente fazer uma lista definitiva.

5. costurar algo: acho que vem um pouco da mesma ideia do bordado, a diferença é que definitivamente estarei tendo que ter uma máquina. e pensando se eu pego a máquina grande, já existente, mas que não cabe em muitos lugares no meu quarto, ou compro uma daquelas da shopee de doze pontos. mas eu tava desde o começo do ano querendo fazer uma bolsa. e bordar ela. as vezes é isso. uma bolsinha com meu bordadinho. (reflexão do tempo: a recente experiência da roupa junina, que na verdade foi julina, realmente me disse que eu preciso de um máquina, à mão que não vai ser. quanto a bolsa: achei uma belíssima na shopee. outra coisa: divido quarto e minha irmã achou ruim qualquer baguncinha. o que é bem chato porque tava tudo em cima de uma mesa e o quarto também é meu, mas......)

6. reler lugar feliz: foi, nos últimos tempos, o livro que mais mexeu comigo. tenho vontade reler e chorar o mesmo tanto? mas eu não sei se ele bateria do mesmo jeito. enfim. em algum momento. ele está na prateleira.

7. ler mais, de modo geral: quando eu lembro que amo ler é ótimo. mas também, achar livros ultimamente que eu esteja amando ler está difícil. mas comecei a tirar o kindle da bolsa no trabalho, e quando tenho um tempinho livre, em vez de ir para o celular, estou tentando pegar mais ele. uma excelente troca. acabei de ler em coisa de uma semana querida tia, da Valérie Perrin. eu gosto muito dos livros dela, o jeito que ela constrói a história, mas sempre é DEMAIS. nesse no último minuto ela adiciona uma informação desnecessária, que, pra mim, quebra completamente o clima, simplesmente não faz sentido, sabe? mas fizeram minhas manhãs felizes nessa semana que tava meio devagar o trabalho, principalmente com atividades curtas. mas também não tenho nenhuma meta, nem nada. é só que é um é uma das atividades que mais me conecta comigo mesmo, desde que me entendo por gente. o tempo da leitura é também o tempo de estar ali com o livro olhando para o nada. enfim.

8. me reconectar um pouco com a minha (pouquíssima) espiritualidade: acho que cada um tem a sua ferramenta para acessar seus pensamentos, desejos, frustrações, reclamações, o fundo das coisas humanas que são impalpáveis. eu nunca fui uma pessoa muito crente de nada. esses tempos vi alguém em algum lugar da internet falando que ficou chocada ao descobrir que as pessoas realmente acreditavam nas coisas que estavam sendo feitas na igreja, e não estavam fingindo, igual ela. e eu me sinto um pouco assim desde que me entendo por gente. nunca me senti tocada por religião, nunca nada de, sei lá, simpatia ou coisa do tipo, funcionou comigo, essas coisas. mas também nunca desacreditei de nada, tanto que, de fato, nunca fui longe em nada com um viés mágico, porque vai que, de fato, acontece algo, mas eu, com meu semi ceticismo, não estou devidamente munida das ferramentas para lidar com aquilo... mas o jeito que eu, nos últimos anos, encontrei para me conectar com o que talvez não possa ser pensado no modo normal foi o tarô. mas ultimamente, as minhas tiragens tem sido… mornas. eu não consigo olhar muito e pensar além de palavras chaves e situação legal ou não legal na vida. então precisamos voltar a estudar para além de um ou outro vídeo no tiktok. é. estarei vendo alguns livros (mas isso terei que ver no tiktok algumas sugestões. quais são os bons livros sobre o assunto?)

eu acho que vou parar por aqui, por hora. acho que estou mais indo atrás das justificativas de não fazer do que de jeitos de, de fato, fazer. e também eu já vou começar com aquelas coisas que eu nem quero mesmo fazer, tipo, escrever um livro. fazer um desenho por dia. viajar para um lugar que definitivamente não me cabe financeiramente. achar uma fonte de renda alternativa para fazer essa viagem acontecer. aprender sobre investimentos. deixar a franja crescer. arrumar meu guarda roupa. começar a arrumar a cama ao acordar… ou coisas que eu já meio que faço mas que, no momento, não tá indo muito bem, tipo guardar dinheiro, fazer um curso sobre algo novo, etc.

enfim.

04/07/2025

pensamentos da semana versão estendida além da anotação no bloco de notas

quando as direções da vida mudam, e você tem que colocar as coisas à limpo para os outros entenderem. mas por que os outros deveriam entender? por que deveriam se quer saber? e aí, do nada, a conversa arranha, cheia de ruído, porque tudo foi indo, e indo, e indo, e o ponto inicial de explicar já se passou, não era importante no momento. nem agora.

não é IMPORTANTE, mas toda vez que o assunto passa, de leve, é estranho. não é mais. não tem mais.

são vários pontos, tudo mudou. pouco mudou. nomes, talvez. alguns lugares? omitir as coisas. preguiça de ser honesta, apenas para não ter que me explicar muito. o tempo passou.

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mas eu não tenho sentimentos ruins, em relação a nada. sinto que isso é um problema, me faz pensar que eu não estou indo fundo nas coisas. eu não vou até o fim, e o caminho da volta é fácil. parece humilhante às vezes; não é um sentimento de superioridade. eu realmente não me importo. mas eu me importo com a minha imagem, externa, é claro que me importo. eu sinto frustação com as coisas que aconteceram e com as que não aconteceram, é claro. mas raiva? raiva não. e talvez eu seja alheia a minha própria vida, talvez eu seja só uma pessoa tranquila. eu realmente não sei. 

nada parece ser muito grave, nada parece ser muito intenso. o problema está no começo (e por isso no final não vira nada?) ou o problema está no todo?

ou ainda, não é problema nenhum?

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resolver o que foi pensando ha muito tempo é muito engraçado; num dia eu poderia jurar que se houvesse uma possiblidade, seria uma nova oportunidade. somos diferentes, mudamos. claro que sim. eu me sinto melhor, eu sei que estou melhor. e você?

mas cai, então, essa ideia. tendo convergido novamente, mostra-se que não. 

e no fim, o que foi é exatamente o que era para ter sido. não há parte melhor, momento melhor, pessoa melhor. para mim, que sempre achou que poderia ter sido mais, fico feliz que cheguei nesse lugar. demora um tempo, mas depois faz sentido para sempre, em todas as outras situações.

09/05/2025

mini tarô - e projetos não terminados

já reclamei muito em todos os lugares sobre tantas coisas que foi o último ano. e uma das coisas que me ajudaram muito foi o tarô. eu tiro há bastante tempo, comecei em aplicativo, até ganhar um deck no fim do ano retrasado, e então eu comecei a de fato tirar e estudar um pouco mais. eu acredito 100% em oráculo? não sei. que eu já consegui prever até fim de relacionamentos e em quanto tempo ia acontecer? 100%.

tenho um tarô de waite e obviamente que quero outros decks. mas eles são meio carinhos. e um que eu queria muito, e não achei era um mini tarô, uma coisinha menor pra levar sempre na bolsa. óbvio que um tamanho de baralho normal já estava de bom tamanho, e definitivamente estarei comprando – já separei alguns na shopee bem linduxos mas quero pesquisar um pouco antes de escolher mais uma versão pelo menos, se não deveria comprar um de marselha –, mas um mini baralho, sério, seria a coisa mais fofa. então resolvi fazer um. ☺

comecei procurando algum lugar que as cartas tivessem uma boa qualidade, e achei em um site que aparentemente é um arquivo, então baixei todas elas. as cartas estão ótimas, com uma cor linda e em alta definição, mas parecem escaneadas. então eu arrumei cada uma das bordinhas para ficaram iguais - e com o aspecto de borda de carta mesmo. fiz essa edição toda no figma.
depois de mais de uma hora de trabalho as únicas cartinhas que estavam prontas eram as da direita.

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aí se passaram semanas, e eu nunca fui atrás de imprimir. mas é isso, projetos ficam para trás porque perdi a vontade. na verdade, não exatamente perdi a vontade, mas fui imprimir outras coisas que tinha feito para um aniversário, e descobri que o preço do papel estava caríssimo.

fazia pelo menos um ano que eu não imprimia nada, desde o meu tcc. e realmente, me chocou quanto tinha aumentado. quando fui imprimir todas as fotos do meu trabalho, tinham acabado de reajustar o preço do papel, e já estava carinho. um ano depois, mais caro ainda. eu que amo um papel fiquei meio triste.

mas pensando em fazer ainda, em algum momento. também vi na shopee os adesivos todos bonitinhos, e pensei em fazer, pra fazer um caderno de estudos legal. como o arquivo já tá todo editadinho, é só imprimir e cortar mesmo, o que não é tão difícil, e, apesar do drama pelo preço, também não muito caro. acho que, no máximo, custaria uns vitne reais. é. só gosto de um drama mesmo.

dito isso, já comecei um outro projeto manual que eu também já deixei de lado porque aí já são uns quarenta reais! a realidade é: eu fico com preguiça de comprar as coisas. eu tenho pouco espaço em casa para guardar tudo, então acaba me deixando meio preguiçosa de tudo.

o outro projeto é uma bota, ela começou a descascar, então vi no tiktok de descascar tudo e pintar. testei algumas formas de descascar, mas descobri já a melhor, eu acho, porque essa eu ainda não tentei. nesse, a maioria dos tiktoks deram as piores dicas, mas, é isso. não vejo problema em testar, na verdade acho muito divertido.

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precisando fazer coisas. essa semana já fiz uma tatuagem, e cortei, pessimamente, meu cabelo. e tava olhando quanto custa cateter e brinco esterilizado pra furar em casa. precisando de algum movimento.

18/03/2025

eu tinha um ponto sobre um livro mas não evoluí ele

estou lendo a idiota, que estava há muito na lista de leituras que vejo o tempo todo alguém no tiktok recomendar e, enfim, fui ler.

por hora, o livro é ótimo. eu amo livros que não acontecem nada. e eu amo como ela é uma adolescente de 18 anos pretensiosa daquele jeito que acha tudo de si tão importante, cheia de desprezo pelos outros, enquanto assume que é extremamente alheia a tudo. eu era exatamente assim.

e agora, acabo por passar por uma passagem que ela saí com o ivan, um cara que ela tinha feito uma matéria, e eles vinham trocando emails, diversos. e ele fala nesses emails que, de certa forma não levava essa proximidade que eles tinham no escrito para a vida real porque meio que o que eles falavam por email não era a comunicação do cotidiano, do básico. então eles saem para tomar um café, dar uma volta. e o tempo todo eu sinto ela odiando o encontro porque ele fala. e fala muito. e fala sobre ele, enquanto ela não consegue muito bem se colocar. e acho que ela percebe um pouco isso, que, de fato, ali, na presença, na vivência, talvez não sejam tão interessantes assim.

não sei se foi o que realmente aconteceu, ela foi embora pra algum outro evento que tinha dito que estaria e eu me senti um pouco aflita e parei para comer um sanduíche de frango que estava imaginando desde o almoço, com saladinha de repolho, cenoura e rabanete e maionese.

o que me deixou aflita é que eu acho que vivo constantemente nas relações entre ser a pessoa quieta vendo a outra pessoa ser, e isso ser o bom, eu não estar presente ou eu ser a pessoa que torna a existência de algo, enquanto realidade da vivência, realmente algo. ou estou vendo as coisas acontecerem pensando coisas demais, ou estou falando, tapando os buracos, enquanto a relação quando não materializada, enquanto uma conversa de whatsapp fluí muito bem.

e assim eu vou ficando um pouco com preguiça das pessoas, mesmo que eu goste muito delas. a perspectiva de ter que ficar falando initerruptamente porque se não a situação fica meio estranha, mesmo que eu meio que conheça a pessoa, e a pessoa me conheça. eu tenho preguiça. a situação de eu não conseguir falar eu consigo facilmente sair, eu só vou embora o mais rápido possível, mas a de só eu ter que falar... porque nem todo mundo vê isso como um problema, ou como algo a ser livrado, eu acho.

depois, na ausência de ivan, ela sente falta dele. mas qual ele? o que ela acabou de vivenciar, que falou e falou, e em algumas dessas falas se projetaram nela de uma forma negativa, ou o ivan da escrita, distante? e eu odeio que isso ocorra. porque é isso. a ideia da pessoa ou ela em seu distanciamento é uma presença tão agradável, mas as vezes a presença dela na realidade não. e fica a pergunta: é uma questão de tempo até que essas duas pessoas, ou versões, se alinhem, ou nunca acontecerá, exatamente porque são duas coisas diferentes?

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segui com a leitura e no fim ela não fala nada sobre isso, e eles continuam saindo. não sem outras pequenas tensões, mas, no fim eu só estava projetando uma situação minha?

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eu fiquei com preguiça de continuar o texto, certeza que eu tinha muitos outros pontos para serem colocados, mas ultimamente tem sido assim, desde que eu resolvi voltar a tentar escrever do jeito que eu consigo escrever e não num caderno, eu começo, fico com preguiça, penso em voltar depois, mas nunca mais volto. mas agora, depois de dias, quando estou finalmente terminando o livro só para dizer que, de fato, é um excelente livro. eu consigo me imaginar passando por todas as situações péssimas dela, que não tem nada de muito péssimo de verdade, toda a relação dela com o ivan, e tudo com dezessete/dezoito anos. eu meio que amei. e agora eu vou ler os últimos quinze minutos de livro.