existe uma fórmula que se vai aperfeiçoando
uma fórmula de como mostrar o que tá dentro
e se usa tanto, e tanto,
que nem mais por quem ela foi criada
faz efeito, ou sentido
e tudo parece já ter sido dito antes
mesmo que não tenha
por causa dessa fórmula
terça-feira, 28 de novembro de 2017
como me expresso
I
me sinto
eu sou
eu fui
foi é
e se não,
então
me sinto
eu fui
foi é
II
sou algo é
mas nunca sou
nada nunca é
montes de palavras que soam mal
todas juntas
tentando ser algo
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
quando não para de chover nunca
sem novidade alguma, chove lá fora
tem chovido muito ultimamente, toda semana
e chuvas fortes, que deixam o dia anterior quente demais
e o dia seguinte úmido demais
então temos esse ciclo, uma chuva
uns dias insuportáveis de quente
muito vento, não permitindo abrir janelas
apesar do dia muito muito quente
e então chuva, tão intensa que bate nos vidros da janela do meu quarto
e me assustam
e não me permite que as abra, e deixe a brisa da chuva entrar
e é mais um dia quente demais
como a maioria deles são
não adianta nada reclamar, mas reclamar é necessário
o que mais eu comentaria se não fosse o óbvio?
tem chovido muito ultimamente, toda semana
e chuvas fortes, que deixam o dia anterior quente demais
e o dia seguinte úmido demais
então temos esse ciclo, uma chuva
uns dias insuportáveis de quente
muito vento, não permitindo abrir janelas
apesar do dia muito muito quente
e então chuva, tão intensa que bate nos vidros da janela do meu quarto
e me assustam
e não me permite que as abra, e deixe a brisa da chuva entrar
e é mais um dia quente demais
como a maioria deles são
não adianta nada reclamar, mas reclamar é necessário
o que mais eu comentaria se não fosse o óbvio?
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
- sobre escrever
I
discordo
o tempo todo
quando alguém ainda lembra que um dia já escrevi
recordo
o tempo todo
que as palavras são o meu único refúgio
II
as palavras não são capazes
de representar tudo o que eu sinto
eu mesmo, não consigo sentir o que eu sentia
mas, ainda assim, são as palavras
e suas imagens, que são capazes
de fazer sentir um mundo que nem é meu.
II
escrevo por não estar bem resolvida comigo
então tenho um tempo pra discutir o que acho
o que sinto e preciso
escolher de forma racional as palavras que dizem o que eu não sei o que significa
que está aqui dentro
e esperar que tudo se resolva
com o tempo - gasto com as palavras
discordo
o tempo todo
quando alguém ainda lembra que um dia já escrevi
recordo
o tempo todo
que as palavras são o meu único refúgio
II
as palavras não são capazes
de representar tudo o que eu sinto
eu mesmo, não consigo sentir o que eu sentia
mas, ainda assim, são as palavras
e suas imagens, que são capazes
de fazer sentir um mundo que nem é meu.
II
escrevo por não estar bem resolvida comigo
então tenho um tempo pra discutir o que acho
o que sinto e preciso
escolher de forma racional as palavras que dizem o que eu não sei o que significa
que está aqui dentro
e esperar que tudo se resolva
com o tempo - gasto com as palavras
I
tristemente me sentindo completa
enquanto tudo desmorona
aos redores e dentro
ninguém vê
enquanto quebro
e me completo
II
Era uma vez e eu sabia o que fazer
e onde ir
e pra quem perguntar caso não soubesse, então
Era uma vez e eu não tinha muita certeza sobre quem eu era
mas eu sabia onde eu devia estar
eu sabia o que eu sabia,
e meu potencial
É então uma vez
e eu sei o que e com quem tenho que lidar todos os dias
mas não sei para onde essa então conhecida está indo
e por que não está indo para onde sabia,
quando era uma vez,
que deveria ir.
tristemente me sentindo completa
enquanto tudo desmorona
aos redores e dentro
ninguém vê
enquanto quebro
e me completo
II
Era uma vez e eu sabia o que fazer
e onde ir
e pra quem perguntar caso não soubesse, então
Era uma vez e eu não tinha muita certeza sobre quem eu era
mas eu sabia onde eu devia estar
eu sabia o que eu sabia,
e meu potencial
É então uma vez
e eu sei o que e com quem tenho que lidar todos os dias
mas não sei para onde essa então conhecida está indo
e por que não está indo para onde sabia,
quando era uma vez,
que deveria ir.
terça-feira, 24 de outubro de 2017
sábado, 22 de julho de 2017
O CASO DAS CAIXAS DE PAPELÃO NO ESTACIONAMENTO
Sete
da manhã, desci ao estacionamento. Entrei no carro e saí. Estava a dois minutos
de casa quando percebi que havia esquecido de pegar uma pasta. Andando rápido,
entrei no prédio, e estava correndo para fora do portão quando percebi que
havia uma caixa na minha vaga. Dei de ombros, e continuei meu dia, e de noite a
caixa não estava mais lá.
Sete
da manhã, saí de casa. De noite, ao voltar, havia uma caixa na minha vaga. Dei
de ombros, coloquei ela para o lado, não sem antes olhar o que tinha dentro
dela. E não tinha nada. Então, estacionei o carro, e eu iria pegar a caixa para
jogar no lixo, caso a caixa não tivesse sumido. Estranho. Dei de ombros, tomei
um banho longo e calmo, antes de jantar. Na hora de dormir, imagens de caixas
de papelão como a do estacionamento passavam pela cabeça.
Sete
da manhã, era sábado.
Sete
da manhã, era domingo.
Sete da manhã, estacionamento.
Haviam três caixas em cima do meu carro. Eu teria que conversar a respeito
disso. Joguei raivosamente as caixas para o lado. Então saí para o trabalho.
De noite, ao
chegar, arrumadas uma ao lado da outra, várias caixas de papelão. Todas vazias.
Chorei de frustração e deixei o carro no meio do corredor.
Sete da manhã,
meu carro estava cheio de caixas de papelão dentro. Isso definitivamente estava
indo longe demais. Havia conversado com todos os outros três moradores dali, e
nenhum sabia a respeito de caixas de papelão. Isso era bem estranho. Alguém
estava querendo me irritar muito.
“Aviso se ver
algo de estranho! Mas são só caixas,
são inofensivas”, disse Marilene. “O fato de elas aparecem sem motivo nenhum não
lhe parece estranho? Alguém tentando roubar os apartamentos?” respondi, “na
verdade, só a possibilidade de ter alguém conseguindo entrar aqui com tantas
caixas, e aparentemente sem precisar forçar nada já é algo bem estranho! Podemos estar todos vulneráveis!” Mas Marilene riu de
mim, pare de ser boba.
“Várias caixas?
De papelão? Não vi nada não. Mas, hm..., eu preciso de algumas para colocar
alguns papéis para descarte. Quando aparecerem, por favor, guarda uma ou duas
pra mim, sim?” disse Emanuel, e eu resolvi rir educadamente e acenar com a
cabeça antes que eu perdesse toda a minha calma.
“Caixas
misteriosas? Bem, não há nada dentro que posso machucar as crianças? Elas
brincam lá em baixo o tempo todo. É estranho, não vi nenhuma caixa nos últimos
dias. Mas irei dar uma olhada mais frequente. Se houver algo que possa machucar
as crianças...” disse Paula e eu respondi com “algo ou alguém...”, o que a espantou e “nem pense nisso! Deve ter uma boa
explicação para isso! Mas recomendo você procurar a polícia. Imagina que pavor
se acontece algo!”.
Não era hora de
colocar a polícia no meio, não ainda. Ainda eram apenas caixas de papelão aparecendo
misteriosamente na minha garagem sem que mais ninguém estivesse vendo.
Considerei fortemente a ideia de que eu estava ficando louca.
E depois de rir
sozinha e chorar junto, e intercalar essas duas coisas, e tomar uma taça de
vinho, aceitei essa teoria.
Mas eu ainda havia tentando entrar no carro e elas
estavam lá, todas! Tanto que eu pedi uma carona! Mas estar louca, bem, era
algo a se considerar.
Mas não, por
hora nem polícia nem psiquiatras. Uma boa noite de sono. Amanhã tiramos
providências.
Sete da manhã,
ninguém no estacionamento.
Sete e sete,
Paula e as crianças no estacionamento, saindo para um dia de escola e trabalho.
Paula olhou brevemente a vaga ao lado, mas havia apenas o carro.
Sete e vinte,
Emanuel e seu carro. Verificou se não havia nenhuma caixa de papelão que
pudesse usar para colocar seus papéis. Não, nenhuma. Iria pedir no mercado,
deveria anotar isso, não esquecer.
Oito e quarenta
Marilene saiu para uma caminhada. Iria tomar café da manhã com uma amiga, que
morava uns dez minutos longe. Tomariam demoradas xícaras de café e conversariam.
Haviam passado
alguns dias, e não haviam sinais de caixas, nem histórias de caixas e nem da
própria pessoa preocupada com as caixas. Então, todos resolveram arrombar a
porta, uma vez que o carro estava no mesmo lugar de sempre, então, bem, ela não
havia saído dali.
Arrobaram a
porta e não se surpreenderam com o que viram.
Por acaso,
dezenas de caixas caíram ao abrirem a porta, e todo o resto do apartamento era
caixas de papelão. Após uma rápida tentativa de entrar, perceberam que não
havia como e chamaram uma empresa de reciclagem de papel para retirar o
material dali.
Ninguém nunca
mais ouviu falar na moradora daquele apartamento e as caixas não voltaram a
incomodar ninguém.
domingo, 16 de julho de 2017
abcdz
a
b
c
d
e
francamente
a
b
c
d
eu
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
não
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
n
o
p
q
r
sei
b
c
d
e
francamente
a
b
c
d
eu
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
não
a
b
c
d
e
f
g
h
i
j
k
l
m
n
o
p
q
r
sei
domingo, 2 de julho de 2017
sábado, 24 de junho de 2017
Na verdade, nada anda muito bem
Já é a vez incontável que te falo isso
Mas sim, tudo bem, e todos também
E o tempo, realmente, muito louco
Frio e calor se intercalam sem aviso
Sim, sim, isso aconteceu
Gostaria de discutir longamente sobre?
Não, tudo bem. Sorrimos, então.
Sorrimos de novo.
E de novo.
E como você está?
Já é a vez incontável que te falo isso
Mas sim, tudo bem, e todos também
E o tempo, realmente, muito louco
Frio e calor se intercalam sem aviso
Sim, sim, isso aconteceu
Gostaria de discutir longamente sobre?
Não, tudo bem. Sorrimos, então.
Sorrimos de novo.
E de novo.
E como você está?
sexta-feira, 28 de abril de 2017
I
é tão difícil deixar as pessoas tão importantes apenas crescerem, mudarem e não serem mais o que eram antes
é engraçado como, apesar de ir indo junto ainda nos perdemos um do outro
e todos os problemas, as dores as alegrias e conquistas, pequenos passos e pessoas de repente não importam mais
e o espaço vai crescendo e crescendo e crescendo
em breve, esses anos todos, serão só uma breve lembrança
II
tanto bom dia boa noite boa tarde
que só sobrou bom vazio
é tão difícil deixar as pessoas tão importantes apenas crescerem, mudarem e não serem mais o que eram antes
é engraçado como, apesar de ir indo junto ainda nos perdemos um do outro
e todos os problemas, as dores as alegrias e conquistas, pequenos passos e pessoas de repente não importam mais
e o espaço vai crescendo e crescendo e crescendo
em breve, esses anos todos, serão só uma breve lembrança
II
tanto bom dia boa noite boa tarde
que só sobrou bom vazio
quinta-feira, 20 de abril de 2017
jaquetas
ela era muito peculiar e companheira
me sentia uma detetive, mesmo que sua cor
se fosse opção, não seria a minha primeira.
ela é vermelha
e bastante barulhenta
tinha a intenção de esquentar
mas de intenções estão todas elas cheias.
com ela eu descobri o amor
era apertada e barulhenta
mas combinava tanto
no momento era perfeita.
e tem aquela,
não sei se classificaria igual as outras
e também não é única.
eu descobri o que é apego
e que as melhores coisas da vida não custam muito dinheiro
são as que dão muito suporte
e que trazem consigo tudo o que eu preciso.
20.04.17
I
queria sentar e escrever uma coletânea
com tanta coisa e dizendo tudo
tudo o que há tanto tempo não escrevo
tentando escrever uma coletânea
II
o tempo só passa se parar pra pensar o quanto ele realmente passou
porque aparentemente ele tá sempre parado no agora.
cada dia que envelheço
eu me vejo mais nova
III
tentei encontrar um rumo pra minha vida
ler tarô
criar
não reclamar ou chorar
olhar melhor pras coisas
me aprimorar
encontrei meu rumo:
não fazendo nada
queria sentar e escrever uma coletânea
com tanta coisa e dizendo tudo
tudo o que há tanto tempo não escrevo
tentando escrever uma coletânea
II
o tempo só passa se parar pra pensar o quanto ele realmente passou
porque aparentemente ele tá sempre parado no agora.
cada dia que envelheço
eu me vejo mais nova
III
tentei encontrar um rumo pra minha vida
ler tarô
criar
não reclamar ou chorar
olhar melhor pras coisas
me aprimorar
encontrei meu rumo:
não fazendo nada
Assinar:
Postagens (Atom)