quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

saber que você não é sempre a mesma pessoa é aconchegante; o medo de mudar não tem, as coisas acontecem como acontecem, e a gente que se recrie do nosso novo jeito. ressurge e segue.

saber que você não é sempre a mesma pessoa me assusta. glória nenhuma do passado me pertence mais; não sou quem era quando realizei. quem sou e que conquistas tenho agora?

coisa nenhuma

não é pessoal mas é sobre mim, mesmo que não seja, principalmente, sobre mim

a partir de que momento comecei a temer, de novo, tudo? achei que era fase superada; agora sei o que sou, o que sinto, como lido. mas e a gora? agora é vazio, é ansiedade, é e agora. eu queria atuar plenitude, mostrar que está tudo bem, mas não tenho nem onde?

a partir de que momento colocar tudo, assim, de forma ordenada, com regras, e me questionar sobre elas, e se são relevantes, começou a ser difícil demais, até não acontecer? será que algum dia foi de fato normal, simples e fácil? agora, vejo, nunca foi. é sempre a volta que voltar. ciclo eterno. nunca é mais fácil, as vezes só não é necessário.

nessa não necessidade, é fácil. se não precisa, não preciso saber fazer. quando preciso, me mostro insuficiente. me mostro sem as ferramentas corretas. tanta teoria sobre tanta coisa e agora? joga palavra atrás de palavra, finge que sabe expressar.

excluído o passado mal expressado nessa má expressão que nunca dominei -- a menos que eu não precise, e aí sim, ela faz sentido --, não é excluído tudo. vaga lembrança, agora sim. mas ainda aqui.

eu persisto, no que não sei. uma hora há de completar. eu não completo.

começa sobre algo, termina sobre outro. fluxo e mais fluxo; assim é, pouco tempo passa, e aquelas coisas todas não importam mais, não é mesmo? é tudo momentâneo, queria ser momentânea.

o problema é que acho que tudo é pessoal.
nada é.
nem eu.